A primeira teoria sobre a evolução das espécies é elaborada pelo
naturalista francês Lamarck em 1809 (ano em que nasce Charles Darwin).
A capacidade dos seres vivos de mudar e evoluir já havia sido observada e
registrada por muitos estudiosos, mas é apenas com Lamarck que surge a
primeira hipótese sistematizada.
ADAPTAÇÃO AO MEIO
Lamarck diz que os seres vivos evoluem "sem saltos ou cataclismos" de
forma "lenta e segura". Para se adaptar melhor ao meio, os seres vivos se
modificam a cada geração. A girafa, por exemplo, teria desenvolvido um
pescoço comprido para se alimentar das folhas de árvores muito altas. Os
órgãos que são menos usados atrofiam, de geração em geração, e
desaparecem.
CARACTERES ADQUIRIDOS
Para Lamarck, as características que um animal adquire durante sua
vida podem ser transmitidas hereditariamente. Um animal que perde parte
de sua cauda, por exemplo, pode ter filhos com a cauda curta.
LAMARCK (1744-1829)
Jean Baptiste Pierre Antoine de Monet, cavaleiro de Lamarck, aos 24
anos abandona a carreira militar para se dedicar à medicina e à botânica.
Em 1778, publica Flora francesa, que faz grande sucesso. Exerce grande
influência na fundação do Museu Nacional de História Natural, em Paris. É
o fundador da biologia como ramo específico da ciência, em 1802. Em
1809, publica o livro Fisiologia zoológica, expondo pela primeira vez sua
teoria da evolução. A obra encontra oposição nos meios conservadores, e
Lamarck cai no ostracismo. Viúvo por quatro vezes, morre cego e na
miséria.
SELEÇÃO NATURAL
Teoria descrita pelo naturalista Charles Darwin para explicar como as
espécies animais e vegetais evoluem. Diz que o meio ambiente seleciona
os seres mais aptos. Em geral, só estes conseguem se reproduzir e os
menos dotados são eliminados. Assim, só as diferenças que facilitam a
sobrevivência são transmitidas à geração seguinte. Ao longo das gerações,
essas características firmam-se e geram uma nova espécie.
Darwin não consegue distinguir as variações hereditárias das não
hereditárias. Alguns anos depois, Mendel desvenda os fenômenos
hereditários e os compatibiliza com o princípio da seleção natural. O
modelo da origem das espécies de Darwin mantém-se válido em suas
linhas gerais, porém o caráter diferenciador decisivo cabe às mutações das
células reprodutivas e não das somáticas (que constituem o corpo).
Charles Robert Darwin (1809-1882) nasce em Shrewsbury, Inglaterra.
Aos 16 anos entra na faculdade de medicina e interessa-se,
particularmente, por história natural. Logo abandona os estudos e é
mandado pelo pai para Cambridge, onde estuda teologia. Sua amizade
com cientistas conceituados o leva a ser convidado a participar, comonaturalista, de uma volta ao mundo no navio Beagle, promovida em 1831
pela marinha inglesa. A expedição tinha o objetivo de aperfeiçoar e
completar dados cartográficos. Esta peregrinação de cerca de cinco anos
contribui para fundamentar sua teoria da evolução. Em 1859 publica A
origem das espécies. Em 1871 publica A descendência do homem. Os
livros abrem polêmica principalmente com a Igreja, pois a evolução
orgânica nega a história da criação descrita no livro do Gênesis. Darwin
também enfrenta o protesto de conservadores que recusavam admitir que
a espécie humana tivesse ascendentes animais.
NEODARWINISMO
No século XX, a teoria darwinista foi sendo adaptada a partir de
descobertas da Genética. Essa nova teoria, chamada de sintética ou
neodarwinista, é a base da moderna Biologia. A explicação sobre a
hereditariedade das características dos indivíduos deve-se a Gregor
Mendel (1822-1884), em 1865, mas sua divulgação só ocorre no século
XX. Darwin desconhecia as pesquisas de Mendel. A síntese das duas
teorias foi feita nos anos 30 e 40. Entre os responsáveis pela fusão estão
os matemáticos John Burdon Haldane (1892-1964) e Ronald Fisher (1890-
1962), os biólogos Theodosius Dobzhansky (1900-1975), Julian Huxley
(1887-1975) e Ernst Mayr (1904-). A teoria neodarwinista diz que mutações
e recombinações genéticas causam as variações entre indivíduos sobre as
quais age a seleção natural.
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