"Espiritismo não é a religião do futuro, mas o futuro das religiões". ...Leon Denis

"O espiritismo é toda uma ciência, é toda uma filosofia.Quem desejar conhece-lo seriamente deve pois, como primeira condição,submeter-se a um estudo sério e persuadir-se que mais do que qualquer outra ciência, não se pode aprendê-lo brincando" Allan Kardec

"Se a religião recusa caminhar com a ciência, a ciência avança sozinha."... (Allan Kardec)

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

FELIZ 2011 !!!


                                             Marcas do Que se Foi



Composição: Roberto Pera e Flecha


Este ano quero paz
No meu coração
Quem quiser ter um amigo
Que me dê a mão...
O tempo passa e com ele
Caminhamos todos juntos
Sem parar
Nossos passos pelo chão
Vão ficar...
Marcas do que se foi
Sonhos que vamos ter
Como todo dia nasce
Novo em cada amanhecer...(2x)
Este ano quero paz
No meu coração
Quem quiser ter um amigo
Que me dê a mão...
O tempo passa e com ele
Caminhamos todos juntos
Sem parar
Nossos passos pelo chão
Vão ficar...
Marcas do que se foi
Sonhos que vamos ter
Como todo dia nasce
Novo em cada amanhecer...

Amigos que o ano que se inicia chegue para todos nós repleto de alegria, PAZ, Amor, Harmonia e LUZ, e que cada um de nós possa ter a certeza de que o ano de 2010 foi melhor que 2009 mas que não será tão bom quanto 2011, que o AMOR seja não só o nosso norte, não só uma palavra mas sim o caminho que vai nos conduzir a esperança e ao fortalecimento de nossa Fé!
FELIZ 2011  e que o mestre JESUS possa estar junto de nós em todos os momentos do novo ano !!
Dudu.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Porque é Natal !

Porque é Natal



Escrito por Raul Teixeira






Senhor,






A Tua voz é o som perfeito que me embala o ser, e que me faz ouvir o murmúrio tranqüilizante dos astros.
O Teu olhar é como o brilho solar, que me aquece a alma fria, marcada pelo desalento e pela desesperança, nessa dura marcha para a elevação.
As Tuas mãos representam para mim o divino apoio, amparo que me impede de tombar, fragilizado como estou, nos rumos em que me vejo, ante a necessidade de subir.
As Tuas pegadas indicam-me as trilhas por onde devo me orientar nessa ausência de bússola moral com o entorpecimento da ética, quando desejo ir ao encontro de Deus.
As Tuas instruções, Jesus Nazareno, mapeiam para mim o território da paz, ensejando-me clareza para que saiba onde me encontro e como estou, para que não me perca nessa ingente procura dos campos de amor e das fontes de paz.
Os Teus silêncios falam-me bem alto a respeito de tudo o que devo aprender e operar nos recônditos de minh´alma, aprendendo tanto a falar quanto a calar, sempre atuando na construção do mundo rico de fraternidade que almejamos.
Agora, quando me ponho a meditar sobre tudo isso, meu Senhor, desejo exalçar o Teu nome, por toda a minha omissão dos milênios afora, embora a Tua paciente e dúlcida presença junto a mim.
Já é Natal na Terra, Jesus!
E porque é o Teu Natal, busco em Tua luz desfazer as minhas sombras; procuro em Tua assistência superar minhas variadas necessidades; quero no Teu exemplo de trabalho atender os meus deveres.
Porque é o Teu Natal, anseio por achar na Tua força a coragem de superar os meus limites; desejo ver na Tua entrega total a Deus o reforço para minha fidelidade ao bem e, na Tua auto-doação à vida, anelo tornar-me um servidor; no culto do dever que Te trouxe ao mundo, quero honrar o meu trabalho.
No Teu Natal, que esparge claros jorros de amor sobre o planeta, quero abrigar-Te no imo do meu coração convertido numa lapa bem simples, para que possas nascer em mim, crescer em mim e atuar por mim.
E, na magia do Natal, vibro para que minhas ações permitam que o Teu formoso Reino logo mais possa alojar-se aqui, no mundo, e que cheio de júbilo n´alma eu possa dizer que Te amo, que Te busco e que Te quero seguir, apesar da simplicidade dos meus gestos e do pouco que tenho para dar-Te, meu doce Amigo, meu Senhor.
Ivan de Albuquerque
Mensagem psicografada pelo médium Raul Teixeira, em 24.9.2007, na Sociedade Espírita Fraternidade, em Niterói-RJ.
 
A todos os amigos e irmãos que neese ano que termina estiveram presente me estimulando, me ajudando a contruir essa página , que todos vocês possam ter um Natal de Muita LUZ, PAZ , HARMONIA, ESPERANÇA E FÉ !!!
Que nosso PAI maior possa dar a cada um de vocês tudo aquilo que desejam e que seja de seu merecimento!!!
FELIZ NATAL E UM 2011 MA-RA-VI-LHO-SO !!!
 
Luiz Eduardo.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O que é o aborto na visão espiritualista?


O termo "aborto" origina-se da palavra latina "aboriri", que significa "expulsar o feto sem que ele tenha condições de vitalidade".
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), considera-se abortamento a expulsão ou extração de feto ou embrião que pese menos de 500g (idade gestacional aproximada de 20 a 22 semanas), ou de qualquer outro produto da gestação, de qualquer peso e especificamente designado, independentemente da idade gestacional, tenha ou não sinal de vida e seja ou não espontânea ou induzida.
                                                                    NIDAÇÃO



Em torno de 6 a 7 dias, após a fertilização, inicia-se o processo de implantação do embrião. Neste momento ocorre a adesão do trofoblasto ao epitélio uterino e sua penetração na decídua materna e nas artérias espiraladas. As células maternas e fetais ficam lado a lado, dentro da decídua, sem, porém, ocorrer efeitos deletérios para ambas as partes. Na decídua, durante o primeiro trimestre da gestação, e no endométrio de mulheres não grávidas, durante a fase secretora tardia, predomina uma população de linfócitos granulares grandes (LGL). Eles têm importante papel no controle da implantação e na transformação da vasculatura uterina pelo trofoblasto.
                                                              CLASSIFICAÇÃO



a) De acordo com a casualidade:
Espontâneo - interrupção natural da gravidez, antes de 20 semanas de gestação e não há nenhum precipitante do quadro. Pode ser fato isolado ou habitual. Estima-se que 40% dos embriões humanos não conseguem completar a nidação; 15% de todas as gestações terminam espontaneamente entre a 4a. e a 20a semana.
Induzido - é aquele em que ocorre ação deliberada para interromper a gestação e pode ser terapêutico, eletivo, criminoso ou ilegal.
b) De acordo com a idade gestacional:
Precoce - antes da 12a semana.(3/4 dos abortos clinicamente)
Tardio - entre a 12a. e a 20a semana.
c) De acordo com estado clínico:
Evitável e inevitável; completo, incompleto e retido; séptico e asséptico
                                                                 ETIOLOGIA



a) Genética - atinge 3 a 5% dos casais. É a causa mais freqüente dos abortos precoces. Atinge 50% dos abortos espontâneos. O mais comum é translocação balanceada dos genes.
b) Anatômica - (1) congênita. Exemplo: septo uterino, útero hipoplásico etc; (2) adquirida (sinéquias, incompetência istmo-cervical, leiomiomas, endometriose etc).
c) Hormonais - uma das mais freqüentes (insuficiência lútea, hipotireoidismo, diabete "melittus", desordem androgênica, desordem prolactina, elevação luteotrófica (LH), próprio de ovários policísticos).
d) Infecção materna - doença infecciosa sistêmica, como pneumonia, peritonite, febre tifóide, pielonefrite aguda, rubéola, varíola, malária, toxoplasmose, hepatite e outras. É freqüente nas adolescentes grávidas.
e) Alterações metabólicas - hiperhomocisteina (deficiência de várias fases do metabolismo)
f) Alterações vasculares e hematológicas - fator V de Leiden.
g) Imunológicas - o feto, pelos seus antígenos de origem paterna, representa algo "estranho" ao organismo materno e suscita uma resposta imune. Fatores supressores da resposta imunitária: prostaglandina E2, fator de crescimento tumoral, progesterona e outros são desencadeados.
h) Externos - Tabaco (riscos 2 vezes maior), álcool, irradiação (5 rads ou mais), toxinas ambientais, gases anestésicos, arsênico, chumbo, benzeno, óxido de etileno etc. Também incidem fatores como: exercícios físicos, viagens, trabalho exaustivo, traumatismo físico, emoções, coito etc.
i) Idade materna - (1) avançada (alterações citológicas sofridas pelos folículos ovarianos primários; (2) adolescente (estima-se que, entre 25 a 30% das mulheres que dão à luz no Brasil, têm menos de 19 anos de idade)). É consenso que quanto menor a idade da gestante maior é o índice de hipertensão, de eclampsia, de prematuridade, de baixo peso do recém-nascido e abortamento, desde que não haja acompanhamento eficiente em serviço de pré-natal adequado. É observado um grande número de cesáreas por desproporção céfalo-pélvica.
j) Gemelidade - o abortamento e o parto prematuro são mais freqüentes na prenhez múltipla.
k) Gravidez ectópica - é a nidação e desenvolvimento do ovo em qualquer ponto fora da cavidade do corpo uterino. Dependendo da natureza do serviço que apresentam seus dados, sua freqüência é de 1/40 a 1/400. Risco global: 0,3%. Recidiva contralateral: 10 a 15% de toda gestação. 20% ocorre em nulíparas. É de 7 a 8 vezes maior em mulheres que fizeram tratamento por problemas de esterilidade e tem grande incidência em mulheres que usam o DIU como método anticoncepcional. Podem ser classificadas em tubárias, ovarianas, abdominais e cervicais.
Etiologia: Anormalidade das tubas uterinas; Anomalias ovulares intrínsecas; Focos de endometriose (endossalpinge - ovário - peritônio); Doença inflamatória pélvica; Divertículos tubários; Tubas hipoplásicas; Pólipos tubários; Tumores; Cirurgias pélvicas etc.
Evolução clínica: É raro a tuba suportar gestação a termo e mais raro ainda manter o feto vivo. Regra geral é resolução espontânea assintomática. Abortamento tubário, ruptura tubária ou implantação secundária, são outras formas clínicas que ocorrem geralmente entre a metade do 2o. e o término do 3o. mês.
                                                  
                                                  VISÃO DOUTRINÁRIA



Allan Kardec inseriu no "Livro dos Espíritos" algumas perguntas, ao Plano Espiritual, que nos fazem apelar para um raciocínio assaz versátil para podermos entender até onde o Codificador queria que chegássemos.
Vejamos:
" L.E., 344 - Em que momento a alma se une ao corpo?
Resposta: - "A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento"...
Comentários: A retirada de um feto, em qualquer época da gestação, caracteriza um aborto.
" L.E. 356 - Entre os natimortos alguns haverá que não tenham sido destinados à encarnação de Espírito?
Resposta: - "Alguns há, efetivamente, a cujos corpos nunca nenhum Espírito esteve destinado. Nada tinha que se efetuar para eles. Tais crianças então só vêm por seus pais".
" L.E.356-a - Pode chegar a termo de nascimento um ser dessa natureza?
Resposta: - "Algumas vezes; mas não vive".
Comentários: A idéia fixa da candidata à mãe, em engravidar, produz uma auto-obsessão, criando um molde mental que fornece a forma energética para as células se desenvolverem intra-útero e, de acordo com André Luiz, em "Ação e Reação", o planejamento reencarnatório ocorre para uma minoria. O processo realmente obedece às leis biológicas e à lei da afinidade. Ainda, nas vezes em que não chegou a termo, ocorreu evidentemente um aborto natural.
" L.E. 358 - Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação?
Resposta: - "Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando".
" L.E. 359 - Dado o caso que o nascimento da criança pusesse em perigo a vida da mãe dela, haverá crime em sacrificar-se à primeira para salvar a segunda?
Resposta: "Preferível é se sacrificar o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe".
Comentários: Ainda não tivemos a chance de nos depararmos com um caso destes. Entretanto, nestas circunstâncias, o Plano Superior nos orienta a uma análise bem judiciosa e, pela prece, colocar-nos acessíveis às orientações de nossos guias espirituais.


                                                    INTERAÇÕES MENTAIS


O ser humano é dotado de imenso potencial energético. Mobilizando esta força psicocinética, a gestante pode interferir nas ligações intrínsecas entre o espírito reencarnante e seu embrião. Se esta interferência for de amor, a gravidez se desenrolará a contento. Se, porém, for de rejeição, há sério risco de ocorrer aborto, aparentemente classificado de espontâneo.
Há de se considerar, também, a ação nefasta que determinados pais exercem sobre o concepto, seja ela direta com referência à mãe, seja indireta, criando embaraços psíquicos, através do sono, ao espírito reencarnante.
Numa similitude ao nosso temor à morte, determinados Espíritos temem deixar uma situação que lhes parece estável, no mundo espiritual, para usufruir novamente, na matéria, de oportunidades de crescimento, embora aprisionando ou anestesiando suas conquistas do passado. Neste momento retraem-se, aflora um medo do desconhecido ou medo de nascer e fracassar. Buscam, então, a solução no aborto espontâneo, mobilizando suas forças mentais.


                                                   A TRAJETÓRIA DO ESPÍRITO


O Espírito imortal, em sua trajetória rumo ao progresso, utiliza o corpo material para purificação, progresso moral e intelectual, asas indispensáveis no vôo ao infinito do conhecimento.
O exercício do aprendizado requer a reencarnação, neste ou em outros mundos, dos milhares criados pelo nosso Pai.
As moléculas perispirituais, a fim de se ajustarem àquela primeira molécula física, condensam-se previamente.
No terço médio da tuba uterina, surge à nave que transportará este ser imortal durante anos e anos, patrocinando-lhe meios de expiar suas mazelas, adquiridas nos milhares de vezes que por aqui passou. Também é a oportunidade de provar a aptidão de vivenciar novas conquistas em outras searas celestiais.
No instante em que é penetrado o gameta feminino pelo masculino (fecundação), o espírito também se conjuga a esta microscópica célula, arcabouço do futuro corpo material.
De uma única célula, subdividindo-se incessantemente, surge um amontoado de matéria sem forma definitiva. Gradativamente, entretanto, fixará o perfil humano.
O embrião, de movimentos curtos, suaves e batidas cardíacas débeis, evolui incessantemente para, próximo ao nascimento, apresentar movimentos mais largos, mais vigorosos. Estará, desde então, revestido de células, órgãos e aparelhos amadurecidos, propícios para pleno funcionamento no ambiente externo.
Um trabalho digno do mais requintado artista e, no entanto, fenômeno repetitivo há milhões de anos.
As células, durante a existência, cambiam-se em diferentes intervalos de tempo. Entretanto, mantêm constante a arquitetura primitiva gravada no perispírito.
Não é justo que tudo se acabe, prematuramente, na ponta de um instrumento cruel, manejado por um profissional assassino, frio e inconseqüente!


Bibliografia:


 O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, Edição FEB;
 VIDA E SEXO, de F.C.Xavier-Emmanuel, Edição FEB;
 GESTAÇÃO, SUBLIME INTERCÂMBIO, de Ricardo di Bernardi, 5a. edição;
 SEXO E DESTINO, de F.C.Xavier e Waldo Vieira-André Luiz, Edição FEB;
 AÇÃO E REAÇÃO, de F.C.Xavier-André Luiz, Edição FEB;
 PRENHEZ ECTÓPICA, da Enciclopédia Méd. Brás., por Luiz Fernando C.O.Braga;
 ABORTAMENTO, GO Dez.1999, por Diógenes Basegio e col;
BIOLOGIA, por Luiz Eduardo de Oliveira Ferreira 









sábado, 27 de novembro de 2010

O que é o Natal?




De onde vem o termo Natal? Por que 25 de dezembro? Desde quando se comemora nesta data? Qual o espírito do Natal? Qual o significado dos presentes, das árvores e do Papai Noel?
Natal - Do latim natale significa nascimento. Dia em que se comemora o nascimento de Cristo (25 de dezembro).
Conta-se que Jesus nascera numa manjedoura, rodeado de animais. Um monge diz que isso não é verdade, pois como a casa de José era pequena para abrigar toda a sua família, o novo rebento deu-se no estábulo. Em termos simbólicos, a manjedoura revela o caráter humilde e simples daquele que seria o maior revolucionário de todos os tempos, sem que precisasse escrever uma única palavra. Os exemplos de sua simplicidade devem nortear os nossos passos nos dias que correm. De nada adianta dizermo-nos adeptos de Cristo e agirmos de modo contrário aos seus ensinamentos.

O nascimento de Jesus coincide com a percepção de uma nova luz para a humanidade sofredora. Os ensinamentos de Jesus devem servir para transformar não apenas um homem, mas toda a Humanidade. Numa simples visão de conjunto, observamos o que era planeta antes e no que se transformou depois de sua vinda. O Espírito Emmanuel, em Roteiro, diz-nos que antes de Cristo, a educação demorava-se em lamentável pobreza, o cativeiro era consagrado por lei, a mulher aviltada qual alimária, os pais podiam vender os filhos etc. Com Jesus, entretanto, começa uma era nova para o sentimento. Iluminados pela Divina influência, os discípulos do Mestre consagram-se ao serviço dos semelhantes; Simão Pedro e os companheiros dedicam-se aos doentes e infortunados; instituem-se casas de socorro para os necessitados e escolas de evangelização para o espírito popular etc. (Xavier, 1980, cap. 21)
O espírito do Natal deve ser entendido como a revivescência dos ensinos de Cristo em cada uma de nossas ações. Não há necessidade de esperarmos o ano todo para comemorá-lo. Se em nosso dia-a-dia estivermos estendendo simpatia para com todos e distribuindo os excessos de que somos portadores, estaremos aplicando eficazmente a “Boa-Nova” trazida pelo mestre Jesus. “Não se pode servir a Deus e a Mamon”. A perfeição moral exige distinção entre espírito e matéria. A riqueza existe para auxiliar o homem no seu aperfeiçoamento espiritual. Se lhe dermos demasiado valor, poderemos obscurecer nossa iluminação interior. Útil se torna, assim, conscientizarmo-nos de que somos usuários e não proprietários dos bens terrenos.

De acordo com os princípios doutrinários do Espiritismo, Jesus foi o personificador da segunda revelação da lei de deus, pois a primeira viera com Moisés, no monte Sinai, onde recebera a tábua dos Dez Mandamentos. Como Moisés misturou a lei humana com a lei divina, Jesus veio para retificar o que de errado havia, como é o caso de transformar a lei do “olho por olho” e a do “dente por dente” na lei do amor e do perdão. A sua pregação da boa nova veio ensinar ao homem a lei de causa e efeito e da justiça divina, quer seja nesta ou na outra vida, ou seja, a vida futura. Allan Kardec, com o auxílio dos Espíritos superiores,  deu continuidade a esta grande obra de elucidação dos caminhos da evolução. 
Na noite em que o mundo cristão festeja a Natividade do Menino Jesus, os espíritas devem se lembrar de comemorar o nascimento da Doutrina Espírita, entendida como a terceira revelação, um novo marco no desenvolvimento espiritual da humanidade, em que todos os problemas, todas as dúvidas, todas as dores serão explicadas à luz da razão e do bom senso. Dentro deste contexto, a lei da reencarnação é um dos princípios fundamentais para o perfeito entendimento do sofrimento e da dor. De acordo com a reencarnação ou a diversidade das vidas sucessivas, temos condições de melhor vislumbrar o nosso futuro, que nada mais é do que uma continuidade daquilo que estivermos fazendo nesta vida. Optando pela prática do bem, teremos uma vida futura feliz; escolhendo o mal, teremos que sofrer as suas conseqüências, no sentido de nos adaptarmos à lei do progresso, que é inexorável.




Jesus, através de seus emissários, está sempre falando conosco, no sentido de nos incentivar a amar cada vez mais o nosso próximo, independentemente de como este esteja nos tratando.



BIBLIOGRAFIA CONSULTADA



XAVIER, F. C. Roteiro, pelo Espírito Emmanuel. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1980.



XAVIER, F. C. Reportagens de Além-Túmulo, pelo Espírito Irmão X. 6. ed., Rio de Janeiro: FEB, 1982.



XAVIER, F. C. Pontos e Contos, pelo Espírito Irmão X. 4. ed., Rio de Janeiro: FEB, 1978.












quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Magnetismo. A cura através do passe.

A técnica do passe.

Breve Conceito:


Quando duas mentes se sintonizam, uma passivamente e outra ativamente, estabelece-se entre ambas, uma corrente mental cujo efeito é o de plasmar condições pelas quais o “ativo” exerce influência sobre o “passivo”. A esse fenômeno denominamos magnetização.


Assim, magnetismo é o processo pelo qual o homem, emitindo energia do seu perispírito, age sobre outro homem, bem como sobre todos os corpos animados ou inanimados.


A foto Kirlian concluiu pela emissão dessa energia, através das mãos do curador. Foi fotografada a energia brilhante que flui do curador para o paciente, o que indica que a cura envolve uma “transferência de energia do corpo bioplásmatico do curador para o do paciente.”


Temos, portanto, que o passe é uma transfusão de energia do passista e/ou espírito para o paciente. Pode-se dizer que é uma transfusão fisio-psíquicas, que resulta na troca de elementos vivos e atuantes, recurso fundamental para rearmonização do perispírito. Podemos dizer que o passe atua diretamente sobre o perispírito, agindo de três formas diferentes:
- Mecanismo de assepsia, na limpeza do campo vibratório do paciente para o recebimento de energias salutares. Facilitando até a maior absorção dessas energias.
- Revitalizador, compondo as energias perdidas.
- Dispersante - Eliminando os excessos e distribuindo de uma maneira igual os fluidos doados ao longo do campo vibratório e por todos os chacras.
Auxiliando assim, na cura das enfermidades, a partir do reequilibro do perispírito.
O Universo (visível e o invisível) trabalha num equilíbrio, num encadeamento perfeito, de uma harmonia sem par.
Com base nessa orientação, perguntamos:

O quê é saúde? O quê é enfermidade?


Definimos a saúde como sendo a harmonia perfeita entre o microcosmo e o macrocosmo, ou seja, entre nosso tônus vibratório ainda imperfeito com o tônus vibratório da natureza e do cosmos pela lei Eterna do Amor. Como o resultado de viver em completa harmonia, em completo acordo, com as Leis que regem o Universo, o Cosmo.
Leis Morais e Materiais, da Natureza. A mudança desse ritmo vibratório normal (ódio, egoísmo, amor próprio excessivo, gula, paixões inferiores etc.) produz um desequilíbrio, e é deste desequilíbrio que se origina a enfermidade. Este desequilíbrio pode ocorrer ao longo dos séculos, várias encarnações por onde o espírito deverá passar.
A Lei de movimento e evolução implica um sucessivo acondicionamento do ser humano (encarnado ou desencarnado) a uma contínua transformação, a qual se manifesta em todas as ordens da vida.
A vida é e será sempre uma perene, eterna e infinita potência criadora no Universo. À ela, se devem as formas de pensamento, as concepções humanas, que logo se materializam, se corporificam no plano dos sentidos físicos.
Dessa forma, podemos assimilar a existência de modulações vibratórias que constituem a essência da vida, adquirindo diversas densidades de expressão entre o plano material e o plano espiritual. A vida é uma criação de Deus, e das Leis Cósmicas, e por isso, estamos intimamente ligados ao Todo. No físico ou denso, no sutil ou espiritual.
Esta mesma relação de continuidade opera-se com respeito aos elementos de nosso planeta, e olhando mais longe, vemos que se estende até às potências cósmicas, dentro da esfera do Universo. Traduzindo, portanto, em linguagem mais simples, o homem significa equilíbrio ou desequilíbrio das forças cósmicas, espirituais ou materiais, ou até melhor, o homem por ser livre poderá colaborar com a harmonia ou desarmonia onde estiver.
Forças que partem do sutil ao denso e do denso ao sutil. Assim, no que concerne à vida, os efeitos são a saúde ou a enfermidade. Chegados a este ponto, e compreendendo-o, destacamos que, uma pessoa pode estar fisicamente mal, quando seu mundo espiritual não está em harmonia, o que provoca o desequilíbrio (a enfermidade) físico por repercussão.
Com o tônus vibratório prejudicado, transfere-se ao corpo somático esta desarmonia que através dos maus tratos poderá encadear problemas inimagináveis.


OS PRECURSORES DO MAGNETISMO DE CURA:


Para compreendermos de maneira diferenciada, vejamos alguns dos principais precursores, na história do magnetismo e do passe.
PARACELSO - (1493-1541)
Seu nome era FELIX AURELIO TEOFRASTO BONBAST VON HODENHEIM.


Médico, antropólogo, teólogo e um grande médium. Na época denominava-se mago. Sem ter os conhecimentos científicos, hoje em voga, PARACELSO dizia que a NATUREZA era a autoridade suprema e que nela dever-se-ia buscar todas as verdades, porque a natureza, diferentemente do homem, não comete erros. Mostrava que o mundo natural é “algo mais” daquilo que se pode ver com os olhos, sentir com as mãos, pesar ou medir. Inclui uma variedade de influências sobre a vida dos seres humanos.
As coisas não são simples pedaços de matéria inerte: possuem propriedades ocultas que se fundamentam em um mundo invisível.
Afirmou que o homem possui em si mesmo um fluido magnético e que sem essa energia não poderia existir. Tratara-se de uma espécie de fluido universal que produz todos os fenômenos que observamos. Com base nestes conceitos afirmava que, como o homem emite e recebe vibrações, pode também emitir ou receber boas ou más vibrações.
PARACELSO foi um dos principais precursores do estudo do magnetismo animal, ainda que se considere MESMER, posterior quase dois séculos, como o pai da teoria do magnetismo. PARACELSO aplicava suas idéias à medicina afirmando que “o primeiro médico do homem é Deus”, autor da saúde, já que “o corpo não é mais que a casa da alma”.
VAN HELMONT - (1577-1644)


JUAN BAUTISTA VAN HELMONT.


Projetou nova luz sobre o magnetismo animal, tendo sido o mais importante continuador e discípulo de PARACELSO. Destacou clara distinção entre o que chamava magnetismo animal proveniente do corpo físico do homem (exterior), e as vibrações que emanavam do “homem interior”, de suas forças espirituais. A Igreja, como sempre, combateu os médiuns, e VAN HELMONT certa feita, respondendo a um jesuíta as críticas que o mesmo fizera a PARACELSO, atribuindo ao demônio as curas por ele efetuadas, expressou que os teólogos deveriam se ocupar com as causas divinas e os naturalistas com as causas da natureza, porque a natureza não havia escolhido os teólogos como seus intérpretes, e sim os seus filhos, os físicos e naturalistas. Afirmava Van Helmont, que os espíritos eram ministros do magnetismo.


MESMER - (1734-1815).


FRIEDRICH FRANZ ANTON MESMER.


Era médico. As curas magnéticas de MESMER provinham de uma tradição que reconhecia como expoente máximo PARACELSO. Sua teoria, com base na tese de doutorado apresentada em Viena em 1776, denominada de PLANETARUM INFLUXU (A influência dos planetas na cura das enfermidades), proposta esta que gerou polêmicas em torno do assunto.
A tese descrevia a influência dos planetas por intermédio de um fluido universal com poderes magnéticos sobre a matéria viva. Descrevia também o magnetismo animal, que existiria em duas formas opostas e tenderia a emanar dos lados direito e esquerdo do corpo humano. Explicava que a cura das enfermidades consistia na restauração do equilíbrio ou harmonia alteradas entre os dois fluidos.
Com base nestas teorias, MESMER construiu sua técnica terapêutica, utilizando a fixação dos olhos e os passes com as mãos. MESMER criou uma escola pelos métodos empregados, o MESMERISMO.
Sua teoria expunha e descrevia que um princípio imponderável atuava sobre os corpos; que em todo organismo vivente existe um fluido magnético, no qual circula uma força especial animando tanto o mundo orgânico como o inorgânico; que esse fluido se transmite, podendo revigorar os corpos debilitados; que as pessoas dotadas de grande vitalidade podem transmitir essa energia aos outros, se souberem dirigir essa mesma energia, utilizando a imposição das mãos.
Sobre as forças vitais, MESMER apoiou-se em WILLIAM MAXWELL, que em 1676, na sua obra MEDICINA MAGNÉTICA, afirma que a alma humana não está contida dentro dos limites do corpo e atua fora dele; que o corpo humano emite radiações, compostas de elementos imateriais, que são os veículos que transmitem a ação da alma e que contém forças vitais.
MESMER assegurava que dirigindo esse fluido segundo métodos corretos, poder-se-ia “curar imediatamente as doenças dos nervos e mediatamente as outras” e que “a arte de curar chegaria assim à sua perfeição última”.
Acrescentava MESMER, que o organismo como um todo, age como elemento sensível e captor das energias fluídicas e qualquer desequilíbrio rompendo a harmonia entre o homem e o todo, gera a doença. Dessa forma, acrescentava, não haveria senão uma única doença, sob múltiplos aspectos, como, similarmente, não haveria senão um único remédio para todos os males: o magnetismo.


ROBERT FLUDD - (1629).


Afirmou haver obtido curas com água magnetizada.


PETÉTIN - (1744 – 1808).


Verificou que o paciente em sono induzido magnético podia chegar ao transe cataléptico e apresentar então transposição de sentidos (percepção deslocada dos órgãos materiais).
DIVERSOS.


Entre os estudiosos e pesquisadores, criaram-se ao longo do tempo escolas que se diferenciavam na arte e no processo de curas pela magnetização (Passes). A descrição de MESMER, que fez escola, de que existiriam duas formas opostas, no magnetismo animal, que tenderiam a emanar-se dos lados direito e esquerdo do corpo humano, denominou-se POLARIDADE DOS CORPOS.
Vários pesquisadores, tendo à frente H. DURVILLE, afirmavam que o corpo humano, como qualquer outro objeto, seria polarizado, ou seja o lado direito positivo e o lado esquerdo negativo. Que dessa forma não se poderia magnetizar indistintamente com a mão direita ou com a esquerda. No entanto, vários outros pesquisadores, como DU POTET, DELEUZE, GAUTHIER, BUÉ, BINET e FERÉ e inclusive a Doutrina Espirita, CONTESTAM as conclusões dos POLARISTAS, afirmando que a potência volitiva do magnetizador UNIFICA a ação radiante dos fluidos e a conduz com igual segurança ao paciente, de face, de lado, pelas costas, de perto ou de longe, através de um compartimento para outro, vendo ou não vendo o paciente.
Todos, polaristas ou não, evidenciam um fato: a ação curadora do fluido magnético.
Verificando estas opiniões, vejamos: sabemos que o passe, ou melhor as emanações de energias se dão de perispírito a perispírito, e que este perispírito não esta circunscrito a uma área definida do corpo, senão em todo o corpo. Então poderemos dizer que ficamos com a contestação da Doutrina Espírita sobre estas opiniões.
Pois estamos doando energias boas ou más, sem sequer direcionarmos nossas mãos a lugar algum.
Para o estudo e a análise, por parte dos leitores interessados, endereçamos às seguintes obras:

MICHAELUS - MAGNETISMO ESPIRITUAL (FEB)


JOSÉ LAPPONI - HIPNOTISMO E ESPIRITISMO


ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS MÉDIUNS


ALLAN KARDEC - OBRAS POSTUMAS ALLAN KARDEC - REVISTA ESPÍRITA


ALLAN KARDEC - (03.10.1804/31.03.1869)

- Doutrina dos Espíritos -


A Doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec, veio trazer luzes às trevas do conhecimento humano.
Sua missão, bem como a dos espíritas em geral, é a de contribuir para o aprimoramento dos espíritos, encarnados e desencarnados, com o fim de libertá-los da ignorância e da superstição. Racionalizando a fé, conduz o ser à certeza, à convicção das Leis Imutáveis que regem a Vida, Leis essa que emanam de Deus, Causa Primeira e Inteligência Suprema do Universo, enfim, ao conhecimento integral da Verdade.


"Conhecereis a Verdade e ela vos libertará", afirmou Jesus há quase 2 milênios.


No que tange às curas, ao passe, a Doutrina dos Espíritos, fruto da interação entre encarnados e desencarnados, hoje aliada às inúmeras pesquisas científicas em todo o planeta, veio demonstrar a existência do perispírito, estabelecendo sua origem, suas propriedades e suas funções; veio estudar a propriedade dos fluidos, bem como a ação desses mesmos fluidos sobre a matéria.
Allan Kardec, para codificar a Doutrina, criou e estabeleceu uma metodologia científica, que até o presente momento serve de parâmetro para todos os pesquisadores sérios:
- 1. Localizar e descobrir o fenômeno;


- 2. Observar e conhecer o fenômeno na sua manifestação;


- 3. Provar e comprovar que o fenômeno existe, e


- 4. Estudar, conhecer e formular as causas e o mecanismo desses fenômenos.


Extraido do Blog do "GRUPO ESPIRITUALISTA PESCADOR DE ALMAS", artigo postado em 22 de outubro de 2009.





segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Como surgiu a vida nesse planeta de provas e expiações?




Formação da vida na Terra







Acredita-se que a vida na Terra tenha surgido há cerca de 2 bilhões de anos, e, segundo a teoria que hoje prevalece (de Oparin e Müller), o primeiro ser vivo surgiu da combinação de elementos químicos presentes na Terra primitiva.

A fim de romper as moléculas dos gases simples da atmosfera e reorganizar as partes em moléculas orgânicas, era preciso energia, abundante na Terra jovem. Existia calor e vapor d'água. Tempestades violentas eram acompanhadas de relâmpagos que forneciam energia elétrica. O Sol bombardeava a Terra com partículas de alta energia e luz ultravioleta. Essas condições foram simuladas em laboratório, e os cientistas demonstraram que assim se produzem moléculas orgânicas. Entre elas, estão alguns aminoácidos, os importantes blocos de construção das proteínas, componentes fundamentais da matéria viva.

Em seguida, na seqüência que conduziu à vida, esses compostos foram levados da atmosfera pelas chuvas e começaram a se concentrar em certas áreas do oceano. Algumas moléculas orgânicas tendem a se agarrar no oceano primitivo, esses agregados provavelmente tomaram a forma de gotas, envolvidos por fina película protetora. Denominam-se esses seres de coacervados. Essas estruturas, apesar de não serem vivas, têm propriedades osmóticas e podem se unir, formando outro coacervado mais complexo. Da evolução destes coacervados, surgem as primeiras formas de vida. Os primeiros seres vivos, segundo se acredita, eram heterótrofos (buscavam o alimento fora deles), habitante das águas, unicelular e com um único sentido: o tato.

Emmanuel, através da mediunidade de Chico Xavier, escreve no livro "A Caminho da Luz" que todo esse processo admirável não foi obra do acaso, resultado de forças cegas, inconseqüentes, e sim, a conseqüência de um trabalho bem elaborado dos Espíritos superiores, responsáveis pelo destino de nosso planeta. Emmanuel nos informa que Jesus (ele mesmo) e sua falange de engenheiros, químicos e biólogos siderais estiveram presentes todo o tempo, acompanhando fase a fase o despertar da vida no planeta. Não podemos também desconsiderar a presença do princípio inteligente (que poderíamos chamar de "Deus") que, como "campo organizador da forma", deve ter exercido um papel preponderante no processo de gênese orgânica.




Emmanuel nos diz:




"E quando serenaram os elementos do mundo nascente, quando a luz do Sol beijava, em silêncio, a beleza melancólica dos continentes e dos mares primitivos, Jesus reuniu nas Alturas os intérpretes divinos do seu pensamento. Viu-se então, descer sobre a Terra, das amplidões dos espaços ilimitados, uma nuvem de forças cósmicas que envolveu o imenso laboratório em repouso. Daí a algum tempo, podia-se observar a existência de um elemento viscoso que cobria toda a Terra. Estavam dados os primeiros passos no caminho da vida organizada."

Este relato, obviamente que de forma romanceada, sugere elementos da Panspermia, teoria marginalizada pela ciência até poucos anos e que sustenta que o "detonador" da vida na Terra foram elementos provenientes do espaço (trazidos por cometas, meteoritos e nebulosas).

Nas questões 43, 44 e 45 de "O Livro dos Espíritos" (de 1857), a Quimiossíntese e a Teoria dos Coacervados, de Alexander Oparin (de 1936), são prenunciadas pelos Espíritos, com palavras diferentes, mas com a mesma idéia.




A Evolução Orgânica




Não mais se discute hoje a realidade do processo evolutivo. A evolução das espécies é um fato inquestionável. Através de processos múltiplos e fenômenos diversos, os primeiros seres vivos, unicelulares e simples, foram os precursores de todas as formas complexas de vida. Mas qual o mecanismo dessa evolução? Duas teorias, agindo conjuntamente, sem se excluírem, tentam explicar a evolução:

Darwinismo: lançado em 1859, por Charles Darwin (No livro "A Origem das Espécies"). O Darwinismo se baseia na seleção natural, ou seja, os seres mais aptos sobrevivem, enquanto os menos aptos desaparecem.

Mutacionismo: teoria que teve em Hugo de Vries seu idealizador, baseia-se no conceito de mutação (toda alteração no patrimônio genético dos seres, que se transmite às espécies descendentes). Segundo essa teoria o aparecimento de espécies novas seria o resultado de várias mutações ocorridas nas espécies anteriores.

Mas vejamos o pensamento de Kardec, em seu tempo, numa ciência ainda fortemente influenciada pelo modelo grego em que beleza = evolução, vemos no livro "A Gênese", de Allan Kardec, cap. 11, a "Hipótese sobre a origem do corpo humano":

Bem pode dar-se que corpos de macaco tenham servido de vestidura aos primeiros Espíritos humanos, forçosamente pouco adiantados, que viessem encarnar na Terra, sendo essa vestidura mais apropriada às suas necessidades e mais adequadas ao exercício de suas faculdades, do que o corpo de qualquer outro animal. Em vez de se fazer para o Espírito um invólucro especial, ele teria achado um já pronto. Vestiu-se então da pele do macaco, sem deixar de ser Espírito humano, como o homem não raro se reveste da pele de certos animais, sem deixar de ser homem.

Fique bem entendido que aqui unicamente se trata de uma hipótese, de modo algum posta como princípio, mas apresentada apenas para mostrar que a origem do corpo em nada prejudica o Espírito, que é o ser principal, e que a semelhança do corpo do homem com o do macaco não implica paridade entre o seu Espírito e o do macaco.

Admitida essa hipótese, pode-se dizer que, sob a influência e por efeito da atividade intelectual do seu novo habitante, o envoltório se modificou, embelezou-se nas particularidades, conservando a forma geral do conjunto. Melhorados os corpos, pela procriação, se reproduziram nas mesmas condições, como sucede com as árvores de enxerto. Deram origem a uma espécie nova, que pouco a pouco se afastou do tipo primitivo, à proporção que o Espírito progrediu. O Espírito macaco, que não foi aniquilado, continuou a procriar, para seu uso, corpos de macaco, do mesmo modo que o fruto da árvore silvestre reproduz árvores dessa espécie e o Espírito humano procriou corpos de homem, variantes do primeiro molde em que ele se meteu. O tronco se bifurcou: produziu um ramo, que por sua vez se tornou tronco.

O tempo passou, aprendemos coisas como ecossistema, a natureza não dá saltos, nada se perde, tudo se transforma, etc. A questão evoluiu no espiritismo pelas mãos de Chico Xavier e Emmanuel, que nos esclarecem que muitas das transformações que se verificaram nos seres foram, anteriormente, promovidas em suas estruturas perispirituais, entre uma existência e outra (ou seja, no plano espiritual!). Os Espíritos construtores, sob a supervisão de Jesus, retocavam, em vezes sucessivas, as formas perispiríticas, e estas alterações criariam o campo magnético para as futuras mutações.

Conta ainda que os seres atuais não tinham, no princípio da vida, suas formas biológicas totalmente definidas. Experiências múltiplas, no patrimônio genético dos nossos antepassados, coordenadas por geneticistas siderais, foram modelando aquelas formas que deveriam persistir até os tempos atuais. A seleção natural se incumbiria de fazer desaparecer as formas primitivas inaptas. Ou seja, uma mistura de Mutacionismo, Design Inteligente e Darwinismo. Interessante.

Emmanuel volta a dizer:Extraordinárias experiências foram realizadas pelos mensageiros do invisível. As pesquisas recentes da ciência sobre o tipo de Neanderthal, reconhecendo nele uma espécie de homem bestializado e outras descobertas interessantes da Paleontologia, quanto ao homem fóssil, são um atestado dos experimentos biológicos a que procederam os prepostos de Jesus, até fixarem no primata as características aproximadas do homem futuro. Os séculos correram o seu velário de experiências penosas sobre a fronte dessa criatura de braços alongados e de pelos densos, até que um dia as hostes do invisível operaram uma definitiva transição no corpo perispiritual pré-existente dos homens primitivos, nas regiões siderais e em certos intervalos de suas reencarnações. Surgem os primeiros selvagens de compleição melhorada, tendendo à elegância dos tempos do porvir.




A evolução espiritual




Quanto à origem dos Espíritos, quase nada se sabe. Allan Kardec diz: "Desconhecemos a origem e o modo de criação dos Espíritos; apenas sabemos que eles são criados simples e ignorantes, isto é, sem ciência e sem conhecimento, porém perfectíveis e com igual aptidão para tudo adquirirem e tudo conhecerem. Na opinião de alguns filósofos espiritualistas, o princípio inteligente, distinto do princípio material, se individualiza e elabora, passando pelos diversos graus da animalidade. É aí que a alma se ensaia para a vida e desenvolve, pelo exercício, suas primeiras faculdades. Esse seria, por assim dizer, o período de incubação. Haveria assim filiação espiritual do animal para o homem, como há filiação corporal."

Hoje não resta mais dúvida de que os Espíritos, em sua longa trajetória, têm percorrido os diversos reinos da natureza. O pensamento de Léon Denis, de que "a alma dorme na pedra, sonha na planta, move-se no animal e desperta no homem", está plenamente incorporado ao corpo doutrinário do Espiritismo.

André Luiz, no livro "Mecanismos da Mediunidade" explica que "Temos, hoje, o Espírito por viajante do Cosmo, respirando em diversas faixas de evolução, condicionados nas suas percepções, à escala do progresso que já alcançou". E que tal progresso, estampado no campo mental de cada alma, vai ser condicionado por duas variantes: "o tempo de evolução, ou seja, aquilo que a vida já lhe deu, e o tempo de esforço pessoal na construção do destino, ou seja, aquilo que ele próprio já deu à vida".

No livro "No mundo Maior", André Luiz completa o seu pensamento: "Não somos criações milagrosas, destinadas ao adorno de um paraíso de papelão. Somos filhos de Deus e herdeiros dos séculos, conquistando valores, de experiência em experiência, de milênio a milênio".

Assim, no reino mineral, o princípio espiritual refletiria a sua presença nas manifestações das forças de atração e coesão com que as moléculas se ajuntam em característicos sistemas cristalográficos.

No reino vegetal, mostraria maiores aquisições pelo fenômeno de sensibilidade celular.No reino animal, o princípio inteligente somaria novas aquisições refletidas nos instintos.No reino hominal, todo esse cabedal de experiências estaria ampliado pelos novos lastros da concientização, a carregar consigo, raciocínio, afetividade, responsabilidade e outras tantas condições que caracterizam esta fase.




Princípio Inteligente




mineral - atração

vegetal - sensação

animal - instinto

hominal - razão




Reino Mineral

Acredita-se que antes de unir-se ao elemento material primitivo do planeta, (o "protoplasma", na expressão de Emmanuel), dando início à vida no orbe, o princípio inteligente encontrava-se nos cristais, completando seu estágio de individualização em longuíssimo processo de auto-fixação, ensaiando, aos poucos, os primeiros movimentos internos de organização e crescimento volumétrico.

Até hoje constitui fato pouco explicado pela ciência acadêmica, de determinadas substâncias arranjarem-se sob a forma de cristais perfeitamente arrumados segundo linhas geométricas definidas, o que não deixa de ser uma organização, ainda que não um organismo.

"O cristal é quase um ser vivente", disse Gabriel Delanne. Naturalmente que não iremos pensar numa inteligência própria da matéria. Todavia, o cientista Jean Emille Charon declarou que "o comportamento das partículas interatômicas revela vida incipiente".




Reino Vegetal e Animal




Após adquirir a capacidade de aglutinar os diversos elementos da matéria em sua peregrinação pelos minerais, o princípio espiritual vai iniciar outra etapa de sua longa carreira evolutiva. Identifica-se com os vírus, logo a seguir com as bactérias rudimentares, as algas unicelulares e, sucedendo-as, com as algas pluricelulares. O princípio inteligente passa então a vivenciar as experiências nos vegetais mais complexos, melhor estruturados, onde ele vai adquirir a capacidade de reagir direta ou indiretamente a qualquer mudança exterior (irritabilidade) e depois a faculdade de sentir, captar e registrar as alterações do meio que o cerca (sensação) - conquistas do princípio espiritual em seu percurso pelo reino vegetal.

Mais tarde, assinala-se o ingresso da "energia pensante", no reino animal. O princípio inteligente vai desdobrar-se entre os espongiários, os celenterados, os equinodermos e crustáceos, anfíbios, répteis, os peixes e as aves, até chegar aos mamíferos. Neste imenso percurso, o elemento espiritual estará enriquecendo a sua estrutura energética, aprimorando o seu psiquismo rudimentar e assimilando os valores múltiplos da organização, da reprodução, da memória, da autopreservação, enfim, dos diversos instintos, preparando-se para a sublime conquista da razão.

Afirma-se que a conquista maior do princípio inteligente em sua passagem pelos animais foi o instinto.

Denominam-se por instinto as formas de comportamento dos organismos que não são adquiridas durante a vida, mas herdadas. São impulsos naturais involuntários pelos quais os seres executam certos atos de forma mecânica, sem conhecer o fim ou o porquê desses atos (como o gato enterrar suas fezes e urina, ou certos pássaros fazerem seus ninhos de certa forma).

No entanto, em muitos animais, especialmente nos animais superiores (macaco, cão, gato, cavalo, burro e o elefante), já identifica-se uma inteligência rudimentar. Além dos atos instintivos, observam-se, às vezes, atitudes que demandam certo grau de perspicácia e lucidez. Seria uma forma primitiva de inteligência relacionada apenas a coisas que importam à autopreservação do animal.

André Luiz diz que nos animais superiores observa-se um pensamento descontínuo e fragmentário, a partir do qual vai desenvolver-se o pensamento contínuo do reino honimal.




Reino Hominal




Afirma André Luiz que, para alcançar a idade da razão, com o título de homem, dotado de raciocínio e discernimento, o ser automatizado em seus impulsos, no caminho para o reino angélico, despendeu nada menos que um bilhão e meio de anos.

Com a conquista da razão, aparecem o raciocínio, a lucidez, o livre-arbítrio e o pensamento contínuo. Até então, o progresso tinha uma orientação centrípeta, ou seja, de fora para dentro; o ser crescia pela força das coisas, já que não tinha consciência de sua realidade, nem tampouco liberdade de escolha. Ao entrar no reino hominal, o princípio inteligente - agora sim, Espírito - está apto a dirigir a sua vida, a conquistar os seus valores pelo esforço próprio, a iniciar uma evolução de orientação centrífuga (de dentro para fora).

Mas a conquista da inteligência é apenas o primeiro passo que o Espírito vai dar em sua estadia no reino hominal. Ele deverá agora se iniciar na valorosa luta para conquistar os valores superiores da alma: a responsabilidade, a sensibilidade, a sublimação das emoções, enfim, todos os condicionamentos que permitirão ao Espírito alçar-se à comunidade dos Seres Angélicos.




Bibliografia:




Evolução em Dois Mundos - André Luiz/Chico Xavier - Waldo Vieira

No Mundo Maior - Cap. IV - André Luiz/Chico Xavier

Mecanismos da Mediunidade - André Luiz/Chico Xavier

A Caminho da Luz - Emmanuel/Chico Xavier

Evolução Anímica - Gabriel Delanne

Biologia – Luiz Eduardo de O. Ferreira



sexta-feira, 5 de novembro de 2010

RESPONSABILIDAE & ÉTICA


Ética - do gr. ethos significa originalmente morada, seja o habitat dos animais, seja a morada do homem, lugar onde ele se sente acolhido e abrigado. O segundo sentido, proveniente deste, é costume, modo ou estilo habitual de ser. A morada, vista metaforicamente, indica justamente que, a partir do ethos, o espaço do mundo torna-se habitável para o homem. Assim, o espaço do ethos enquanto espaço humano, não é dado ao homem, mas por ele construído ou incessantemente reconstruído. (Nogueira, 1989)



Responsabilidade - do lat. responsabilitas, de respondere = responder, estar em condições de responder pelos atos praticados, de justificar as razões das próprias ações. De direito, todo o homem é responsável. Toda a sociedade é organizada numa hierarquia de autoridade, na qual cada um é responsável perante uma autoridade superior. Quando o homem infringe uma de suas responsabilidades cívicas, deve responder pelo seu ato perante a justiça. (Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo)


Responsabilidade moral. Filos. 1. Situação de um agente consciente com relação aos atos que ele pratica voluntariamente. 2. Obrigação de reparar o mal que se causou aos outros. (Dicionário Aurélio)


HISTÓRICO


Na Idade Média, os valores éticos são condicionados pela religião cristã, especificamente o Catolicismo. A Patrística e a Escolástica são os seus representantes. Nesse período, dá-se ênfase à revelação dos livros sagrados. O Pai, o Filho e o Espírito Santo determinam as normas de conduta. Jesus, que é filho e Deus ao mesmo tempo, torna-se o grande arauto de uma nova ética, a ética do amor ao próximo. Porém, essa ética é conspurcada pelos juízos de valores de seus representantes, que distorcem a pureza do cristianismo primitivo.


As exortações católicas mantiveram-se por longos anos. Contudo, no século XVI começou a sofrer a pressão do Protestantismo, ou seja, a reação de algumas Igrejas às determinações da Igreja de Roma. Para os protestantes, a ética não é baseada na revelação, mas nos valores éticos, examinados e procurados de per si. A revelação religiosa pertence à religião. O filósofo ético deve procurar os fundamentos ontológicos dessa disciplina, tão longe quanto lhe seja possível alcançar.


IDADE MODERNA


Kant, o quebra tudo, surge nesse contexto. Para Kant a Ética é autônoma e não heterônoma, isto é, a lei é ditada pela própria consciência moral e não por qualquer instância alheia ao Eu. Como vemos, Kant dá prosseguimento à construção da própria moral. Não espera algo de fora. Aquilo que o homem procura está dentro dele mesmo. Muitos são os filósofos que seguiram Kant. Depois destes, surgem Scheller (1874-1928) , Müller, Ortega y Gasset etc., que penetram na ética axiológica, ou seja, estuda a ética do ângulo dos valores. (Santos, 1965)


ÉTICA E MORAL


Ética - do grego ethos significa comportamento; Moral - do latim mores, costumes. Embora utilizamos os dois termos para expressarmos as noções do bem e do mal, convém fazermos uma distinção: a Moral é normativa, enquanto a Ética é especulativa. A Moral, referindo-se aos costumes dos povos nas diversas épocas, é mais abrangente; a Ética, procurando o nexo entre os meios e os fins dos referidos costumes, é mais específica. Pode-se dizer, que a Ética é a ciência da Moral.


Ética e Moral distinguem-se, essencialmente, pela especulação da Lei. A Ética, refere-se à norma invariante; a Moral, à variante. Contudo, há uma relação entre ambas, pois a sistematização da segunda tem íntima relação com a primeira.


O caráter invariante da Lei possibilita-nos questionar: de onde veio? Quem a ditou? Por que? Com que fim? A resposta dos transcendentalistas é que ela é heterônoma, isto é, veio de fora do "eu". Deus seria o autor da norma. Liga-se, assim, Filosofia e Religião. Para os cristãos, as normas éticas estão centradas nos Dez Mandamentos; a resposta dos imanentistas é que ela é autônoma, isto é, surge das tensões das circunstâncias. (Santos, 1965)


AUTODETERMINAÇÃO E RESPONSABILIDADE


A autodeterminação expressa a essência do ser. É o poder que temos de atualizar nossas virtualidades. O pensamento científico auxilia, mas são os aspectos psicológicos, ideológicos, religiosos e filosóficos que emprestam o maior peso à nossa deliberação na vida. As virtualidades podem ser ativas e passivas. Se ativas, já estão determinadas de uma forma; se inativas, sabemos que estão em ato sob uma forma, mas que podem ser assumidas de outra forma, isto é, que são especificamente diferentes do que podem ser.


A ação humana, embora restrita à responsabilidade pessoal, tem como objetivo o interesse público. A vivência, semelhante à do eremita no deserto, é uma exceção. A questão ética diz respeito ao auxílio que cada um possa exercer na transcendência do outro. Em realidade, é a criação de condições para que o outro realize plenamente o seu projeto de vida ao qual foi destinado.


O princípio da autodeterminação moral é a base do comportamento ético adulto. Deixar-se guiar-se pelas máximas alheias é perder o eu em si mesmo. Segundo Sócrates, o ethos verdadeiro é agir de acordo com a razão, que se eleva acima do consenso da opinião da multidão, para atingir o nível da objetividade própria do saber demonstrativo. A autonomia, assim, não se realiza na solidão, mas se consolida pelo contato entre os seres humanos.


A lei é o farol da ética. Sua origem etimológica encontra-se no termo nomos de que o vocábulo lei (lex) é a tradução latina. Nomos vem do verbo nemo que significa dividir, repartir com outro, sugerindo a idéia de justiça. Dessa forma, as ações individuais no cumprimento dos deveres, devem salvaguardar a liberdade própria e a do outro. Por isso, Voltaire afirma com veemência: "Não concordo com o que você diz, mas defenderei o direito de você dizê-lo até o fim". (Nogueira, 1989)


A reflexão sobre o ethos leva-nos à prática do amor. O verdadeiro exercício do amor longe está das proibições e interdições de que a moral propõe. É uma autodeterminação que envolve a autonomia da vontade na busca da atualização do ser. Assim, não é agir de qualquer jeito, mas de forma ordenada, generosa, que promova a pessoa e os direitos do outro, sobretudo quando esses direitos são espezinhados.


O comportamento ético não consiste exclusivamente em fazer o bem a outrem, mas em exemplificar em si mesmo o aprendizado recebido. É o exercício da paciência em todos os momentos da vida, a tolerância para com as faltas alheias, a obediência aos superiores em uma hierarquia, o silêncio ante uma ofensa recebida.


A Ética, a Moral e a Responsabilidade determinam a perfeição do ser. Acostumados a confundir os meios com os fins, não conseguimos visualizar claramente o fim último da existência humana. Por isso, o erro crasso de conceber a Moral como um mero e fastidioso catálogo de proibições. O fim do homem é, pois, o de realizar, pelo exercício de sua liberdade, a perfeição de sua natureza. Implica, muitas vezes, a obediência à vontade de Deus, contrariando a própria, se assim delimitar, o dever, imposto pela sua consciência.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA


ÁVILA, F. B. de S.J. Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. Rio de Janeiro, M.E.C., 1967.


FERREIRA, A. B. de H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, s/d/p.


NOGUEIRA, J. C. Ética e Responsabilidade Pessoal. In MORAIS, R. de. Filosofia, Educação e Sociedade (Ensaios Filosóficos). Campinas, SP, Papirus, 1989.


SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed., São Paulo, Matese, 1965.



sábado, 23 de outubro de 2010

A escolha que fazemos!

* Por que sofrem uns mais do que outros?
* Por que uns nascem na miséria e outros na opulência?
* Por que uns são bonitos e outros feios?
* Por que alguns não são bem sucedidos em nada, enquanto para outros tudo parece sorrir?

Em "O Evangelho Seg. o Espiritismo", vemos algumas explicações para esses fatos. O homem é, em um grande número de casos, o construtor dos próprios infortúnios. Entretanto, sempre haverá oportunidade de uma nova vida, em que o homem poderá aproveitar as experiências do passado e tomar boas resoluções para o futuro.
Lembramo-nos da afirmativa: "todo efeito tem uma causa". Então, as misérias que nos atingem são efeitos, que, naturalmente, devem ter uma causa. E, como Deus é justo, esses efeitos devem ser justos: Deus não pune o bem que se fez. Se somos punidos, é porque fizemos o mal.
Na mesma obra de Kardec, no capítulo sobre as causas das aflições, vemos que elas podem ser atuais ou anteriores à presente existência. A punição dos erros nem sempre se faz na existência atual. Se não sofrer hoje as de reviver situações e traumas com as pessoas com quem temos afinidade, ou não, com a intenção de trabalharmos não só o conflito dos relacionamentos regidos pela lei de causa e efeito, mas o autoburilamento, que só ocorrerá mediante o autoconhecimento.
Quando estes efeitos afloram, surge a necessidade da reparação. Só reparando um erro, seja ele qual for, é que vamos tranqüilizar a nossa consciência. Para adquirirmos uma consciência plena de amor, precisamos das muitas existências sucessivas, onde trabalharemos a semente do amor de Deus em nós.
As tribulações da vida podem ser impostas a Espíritos endurecidos e que perderam provisoriamente o direito de usar o livre-arbítrio, ou são muito ignorantes para fazerem uma escolha com conhecimento de causa. Podem, porém, essas tribulações serem escolhidas livremente por Espíritos arrependidos e que desejam reparar o mal que fizeram e se exercitarem em proceder melhor.
Assim, as tribulações podem ser, ao mesmo tempo, expiações que castigam pelos erros do passado e provas que preparam para o futuro. Nem sempre significa que um indivíduo em grandes sofrimentos está sendo punido por faltas cometidas. Muitas vezes, os sofrimentos são simples provas escolhidas pelo próprio Espírito para concluir sua depuração e apressar seu adiantamento. Assim sendo, as expiações sempre servem de prova, mas a prova nem sempre é expiação.
O sofrimento que não desperta lamentações pode ser uma expiação, mas isso é um indício que tal expiação foi escolhida voluntariamente e não imposta, o que é um sinal de progresso. Escolhida a prova, naqueles Espíritos em que há essa possibilidade, os "Construtores da Vida" organizam, com o máximo cuidado e competência, o plano reencarnatório de cada ser humano.
Tal plano baseia-se fundamentalmente em duas condições:
Merecimento individual;
Passivo a resgatar perante as leis morais.
Definido e aprovado o plano nas esferas espirituais elevadas, retorna o ser à carne, no mais adequado ambiente social.
Em "Missionários da Luz", capítulos 12 e 13, que nos falam sobre a preparação de experiências reencarnatórias, André Luiz refere-se a Espíritos ainda em débito, mas com valores de boa vontade, perseverança e sinceridade, que lhes outorgam o direito de influir sobre a escolha das provas.
Há, nesses capítulos, interessantes descrições do departamento de planejamento das reencarnações: entidades conduzindo rolos, semelhantes a pergaminhos, contendo mapas de formas orgânicas, elaborados por orientadores especializados em conhecimentos biológicos da existência terrena e de acordo com as necessidades provacionais do reencarnante. Há, também, a descrição de modelos de corpos masculinos e femininos, com todos os detalhes anatômicos de órgãos, músculos, glândulas, órgãos sexuais etc.
Os modelos do próximo corpo físico são então desenhados e as escolhas, por exemplo, de traços físicos de defeitos saem no gráfico. Aí também são planejados o tempo de vida e as provas de ordem moral. Em geral, Espíritos que conseguiram méritos no seu aperfeiçoamento solicitam providências em favor de existência sadia, preocupando-se com a resistência, equilíbrio, durabilidade e fortaleza do instrumento que lhes deve servir, mas pedem medidas a lhes atenuarem o magnetismo pessoal, em caráter provisório, evitando-lhes apresentação física muito primorosa, ocultando assim a beleza de suas almas para garantir a eficiência de suas tarefas.
Vimos também, nesses capítulos, o pedido para que os traços fisionômicos e do corpo fossem alterados, para que a beleza não fosse uma característica predominante, o que poderia atrapalhar a prova a que o Espírito se propõe.
E a Genética? Como ela se relaciona com o planejamento da reencarnação?
São descritos por André Luiz, na obra acima referida, capítulo 13, os mapas cromossômicos, onde a geografia dos genes é examinada pelos orientadores da reencarnação. A modelagem fetal e o desenvolvimento do embrião obedecem às leis físicas naturais, aos automatismos estabelecidos pela evolução de cada espécie, mas em todos esses fenômenos, a cooperação espiritual coexiste com as leis, de acordo com os planos de evolução ou resgate do Espírito reencarnante.
Segundo Léon Denis, em "O Problema do Ser, do Destino e da Dor", o nosso futuro está em nossas mãos. Toda missão superior é o resultado de um passado imenso de lutas; é o remate de trabalhos longos e pacientes. Cada faculdade brilhante, cada virtude sólida, reclamou existências múltiplas de trabalhos obscuros, de combates violentos entre o Espírito e a carne, a paixão e o dever. É o amadurecimento através dos séculos.
Em cada regresso ao espaço, procede-se ao balanço dos lucros e perdas. O ser examina-se e julga-se. A Vida do Espaço é para o Espírito que evoluiu o período de exame, de recolhimentos, aplicando-se ao interrogatório da consciência; ao inventário rigoroso da beleza ou da fealdade da alma. É, enfim, na vida do Espaço que o ser prepara as futuras tarefas.
Aí, então, se lhe for permitido, serão feitas as escolhas das diversas provas pelas quais o Espírito passará.
                          Bibliografia:


1. GENÉTICA E ESPIRITISMO, de Eurípedes Kühl, Edição FEB, 1997, Cap. Genética e Reencarnação, páginas 118 a 123.


2. O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, de Allan Kardec, Edição FEB, 8-1993, Cap. V - Bem-Aventurados os Aflitos, páginas.


3. MISSIONÁRIOS DA LUZ, de F.C.Xavier-André Luiz, Edição FEB, 8-1998, Cap. 12 e 13, páginas 143 a 216.


4. O PROBLEMA O SER, DO DESTINO E DA DOR, de Léon Denis, Edição FEB, 1-1995.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A Importância do Estudo no Centro Espírita



Importância. De importar + ância significa grande valor, mérito, interesse. Estudo é o tempo que uma pessoa gasta na obtenção do conhecimento. É relativo a análise e avaliação de informações. Centro Espírita é escola de formação espiritual e moral, núcleo de estudo, recanto de paz construtiva, santuário de prece e de trabalho, local previamente escolhido para encontro com as Forças Superiores e, revivendo o Cristianismo, é um lar de solidariedade humana em que os irmãos mais fortes são apoio aos mais fracos e em que os mais felizes são trazidos ao amparo dos que gemem sob o infortúnio. (Espiritismo de A a Z)    
 HISTÓRICO
Numa análise histórica da educação, que segue o seu curso desde a China Milenar, passando pelo “berço da civilização ocidental” na Grécia, estagiando na Escolástica da Idade Média, inserindo-se no Iluminismo e no desenvolvimento das ciências na época mais recente deparamo-nos, para fins específicos de nosso estudo, nas figuras de J. J. Rousseau, Pestalozzi e Allan Kardec. Jean Jacques Rousseau, famoso pelo seu livro “O Contrato Social”, escreve em 1762 a obra “Emílio ou da Educação”, também cognominada de cartilha da infância. Este livro é uma crítica ao modelo de educação vigente na época, ou seja, de fora para dentro, autoritário, do tipo magister dixit (o mestre (o) disse). Rousseau chama-nos a atenção para o natural e para o desenvolvimento harmônico da criança. Esta maneira de ver o processo de educação teve suas conseqüências e estas chegam até Pestalozzi, Friedrich Froebel e J.F. Herbart. Pestalozzi trabalha um pouco mais a idéia do desenvolvimento harmônico, principalmente em seu relacionamento com as crianças pobres, onde mostra que a educação nada mais é do que o desenvolvimento conjunto do organismo, do intelecto e da moral — ou em outras palavras —, desenvolvimento da cabeça, coração e corpo. Sua tônica é voltada para o desenvolvimento dos germes que o indivíduo tem dentro de si. Allan Kardec, discípulo de Pestalozzi, absorve a perspectiva desta educação e muito antes de se dedicar aos estudos espíritas já tivera publicado vários trabalhos de cunho didático. 
Para sermos mais exatos, o nosso ponto de partida tem que ser Allan Kardec, pois foi ele quem criou a palavra Espiritismo e Espírita. Nesse sentido, o Projeto 1868 esclarece-nos que “um curso regular de Espiritismo seria professado com o fim de desenvolver princípios de Ciência e de difundir o gosto pelos estudos sérios. Esse curso teria a vantagem de fundar a unidade de princípios, de fazer adeptos esclarecidos, capazes de espalhar as idéias espíritas e de desenvolver grande número de médiuns. Considero esse curso de natureza a exercer capital influência sobre o futuro do Espiritismo e sobre suas conseqüências”. (Obras Póstumas, p. 342)
 COMO SE APRENDE
 APRENDIZAGEM
O termo procede do latim apprehendere, apoderar-se, e refere-se à aquisição de comportamento por oposição ao comportamento inato. Etimologicamente, a aprendizagem é, pois, aquisição de conhecimento ou habilidade. Ela pode ser definida como um processo de integração e adaptação do ser ao ambiente em que vive, implicando, pois, em mudança de comportamento.
Qual a diferença entre aprendizado e conhecimento? O conhecimento é passado, algo que já está na memória. O aprendizado é sempre presente. É uma forma de atualizar o que já sabemos, pois Platão já nos falava de que o aprender é recordar.
 INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
O que é uma informação? Por que devemos nos preocupar com sua transferência? Por que devemos sempre estar fazendo cursos de treinamento de colaboradores?
A Informação, segundo o Dicionário Aurélio, significa a comunicação ou notícia trazida ao conhecimento de uma pessoa ou do público. A informação é mais do que o simples conhecimento, é o conhecimento adquirido, visto o indivíduo tê-lo procurado, esforçado para obtê-lo. A preocupação com a informação e sua comunicação é importante dentro de uma Empresa, visto que todos estão transferindo conhecimento de uns para os outros. Observe quando uma pessoa vem pela primeira vez ao Centro. Quem é o primeiro a lhe dar uma informação, uma orientação? É o atendente ou o recepcionista. Depois, esta pessoa vai ao Plantão de Orientação. Quem é a próxima pessoa a lhe transferir informações? O Entrevistador.
 O QUE É APRENDER?
O processo de aprendizagem pode ser posto da seguinte forma:
1. Deve haver necessidade de resolver um problema;
2. Para enfrentar o problema a pessoa se prepara: estuda, lê, consulta, pergunta, examina instrumentos etc.
3. A pessoa faz algumas tentativas de ação. Em inglês diz-se
 learning by doing. Aprende-se fazendo.
4. Constata fracasso e sucesso. Tenta corrigir o fracasso e repetir o sucesso.
5. A aprendizagem baseia também numa aprendizagem anterior.
O aprender envolve, assim, a captação dos dados, a sua memorização, a associação com outros conhecimento e a aplicação em outros campos de interesse. O aprender pressupõe uma mudança de comportamento. Quer dizer, só podemos nos dizer conhecedores, aprendizes da Doutrina Espírita, quando isto processar uma mudança em nós. Contudo, essa mudança deve estar associada à orientação de Jesus. Sem o apoio do Mestre Jesus, nenhum ensinamento será bem concretizado em nossos corações.
Aprender é aproximar-se à filosofia de Sócrates, ou seja, ao “sei que nada sei”. E esta é a verdadeira atitude, porque nos leva à humildade.
COMO SE ENSINA
 TIPOS DE ENSINO
a) educação “bancária” ou “convergente”
- baseado na transmissão do conhecimento e da experiência do professor. Dá-se importância ao “conteúdo da matéria”. O objetivo é produzir um aumento de conhecimento nos alunos. O aluno é passivo, grande tomador de notas, exímio memorizador. Prefere manejar conceitos abstratos a resolver de forma original e criadora problemas concretos da realidade em que vive.
b) educação “problematizadora” ou “libertadora”
- uma pessoa só conhece bem algo, quando o transforma, transformando-se ela também no processo. Baseia na participação ativa e no diálogo constante entre alunos e professores. A aprendizagem é concebida como a resposta natural do aluno ao desafio de uma situação-problema.
 O QUE É ENSINAR?
No aprender o aluno o faz por si mesmo. Ensinar não é o mesmo que aprender. Por isso, se o aluno não aprender, todo o esforço feito para ensinar estará perdido. 
O ensinar pressupõe dois princípios fundamentais:
a) partir sempre do conhecido para o desconhecido;
b) do simples para o composto.
 CURSOS E NÃO CURSOS
Como dissemos anteriormente, ensinar é marcar com um sinal. Pode-se perceber que marcar com um sinal não depende de curso regular. No corredor, na entrevista, no diálogo, na conversa ao pé do ouvido estamos aprendendo e ensinando. Quer dizer, para se aprender não necessariamente precisaríamos de cursos regulares, pois sempre que estivermos em contato com alguém que saiba mais do que nós, estaremos em aprendizado.
A instituição de cursos regulares é mais para dar uma direção didática e metódica ao ensino, escolhendo aquilo que de melhor acharmos para que todos tenham instrumentos, informações de se falar a mesma língua.
 O ENSINO NO CENTRO ESPÍRITA
 DOUTRINA ESPÍRITA
Antes de falarmos de ensino no Centro Espírita, devemos ter pleno conhecimento do que seja a Doutrina Espírita. Por Doutrina Espírita entendemos os princípios fundamentais deixados por Allan Kardec em suas obras básicas e complementares. Quer dizer, só podemos falar em ensino espírita, se partirmos dos seus pressupostos básicos, ou seja, do acervo que existe nos livros.
 OS CURSOS
Geralmente o ensino espírita é feito através de Cursos Regulares. Estes, porém, não devem ser transformados em cursos mundanos. Lá, na sociedade, nós freqüentamos os cursos para adquirir uma especialização, formarmo-nos em uma profissão. Aqui, a intenção é outra. O Espírito Emmanuel, por exemplo, define o Centro Espírita como a universidade da alma, o que nos leva a refletir que a atitude, tanto de quem ensina como de quem aprende, deve ser a de formar almas compenetradas de suas responsabilidades perante si mesmos e perante os outros.
 LEMBRETES AOS DIVULGADORES DA DOUTRINA ESPÍRITA
1)  Eliminar qualquer tipo de autoridade sobre os alunos: todos somos aprendizes, e se assim nos comportarmos, haverá realmente um clima de aprendizado sadio;
2) Evitar dizer: “Você é médium e tem que desenvolver a mediunidade”. Desenvolver a mediunidade não é receber Espíritos; é estar cada vez mais em sintonia com os bons Espíritos que nos acompanham;
3) A insistência pelo estudo deve ter seus limites, pois muitos não sabem ler e nem escrever;
4) Uma pergunta que deixa o aluno ou ex-aluno incomodado: você já terminou o curso e ainda não trabalha?
Estejamos conscientes que a relação ensino-aprendizagem reveste-se de grande utilidade, tanto para o educador como para o educando. Contudo, não transformemos o ensino-aprendizagem num acúmulo de informações e raciocínios, sem qualquer vínculo com as necessidades prementes do Espírito imortal.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de A a Z. Rio de Janeiro, FEB, 1995.
KARDEC, A.
 Obras Póstumas. 15. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1975.
BARBOSA, P. F.
 Espiritismo Básico. 3. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1987.