questão 344 de O Livro dos Espíritos pergunta:
-Em que momento a alma se une ao corpo?
R- A união começa na concepção, mas não se completa senão no momento do nascimento. Desde o momento da concepção, o espírito designado para habitar tal corpo, a ele se liga por um laço fluídico que vai se apertando, cada vez mais, até que a criança nasça.
A questão 353 de O Livro dos Espíritos trata do seguinte:
- A união do espírito e do corpo não estando completa e definitivamente consumada senão depois do nascimento, pode considerar-se o feto como tendo alma?
R – O espírito que o deve animar existe de alguma forma, fora dele. Ele não tem, propriamente falando, uma alma, pois a encarnação está somente em vias de se operar; mas está ligado à alma que o deve possuir.
André Luiz nos conta, pela orientação de Alexandre em “Missionários da Luz”, que a encarnação só se completa por volta dos sete anos de idade, porém, ela se inicia na concepção, ou seja, no momento da fecundação do ovócito materno pelo espermatozóide paterno; a partir daí, inicia-se o “continuum”, com a construção do corpo físico orquestrado pelo perispírito descrito por Allan Kardec, ou como colocou o Dr. Hernani Guimarães Andrade, pelo Modelo Organizador Biológico (MOB), ou ainda, como quer o biólogo inglês Dr. Rupert Sheldrake, pelo seu campo de ressonância mórfica.
Foi demonstrado em 1827 por Karl Ernst van Baer, 150 anos após a descoberta do espermatozóide, que o início da vida se dá no momento da fecundação, tanto que o Papa Pio IX, já em 1869 propunha que era dever da Igreja defender o embrião humano desde a concepção. Atualmente, a ciência só tem feito reforçar este conceito que passa a ser uma verdade científica já que não pôde ser negado ou contestado, mas apenas confirmado até o momento. A Dra Magdalena Zernica-Goetz mostrou, em 2002, que a primeira divisão do zigoto não se dá por acaso, mas que ela já define o nosso destino e todas as características que vamos desenvolver, reforçando ainda mais o conceito de perispírito, MOB ou ainda Campo Biomórfico.
Sendo assim, não poderíamos ter outra atitude a não ser a de respeitar o indivíduo como ser encarnado desde a fecundação e geração da célula original (o zigoto), evitando interpretações outras que poderiam abrir questão quanto ao momento em que temos ou não temos um ser encarnado, e que tem levado muitos companheiros de doutrina a discutir, equivocadamente, os direitos do embrião.
Sabemos ainda, pela própria descrição da reencarnação de Segismundo, feita no mesmo livro (Missionários da luz) psicografado por Chico Xavier, que a ligação fluídica, entre a mãe e o reencarnante, se dá antes mesmo da fecundação, e que o processo de ligação ao zigoto completa a instalação da “interface físico-etérica”, dando início à reencarnação.
Se unirmos, em laboratório um ovócito e um espermatozóide, pelas técnicas já disponíveis, conseguiremos o desenvolvimento de um embrião, mas não teremos a certeza de que este é viável até o momento de seu implante no útero.
Acreditamos que tal dificuldade se dê, entre outros motivos, pela ausência de um espírito reencarnante ligado a estes embriões, com conseqüente ausência de um MOB, o que inviabiliza a diferenciação celular e a organização espacial do novo corpo em desenvolvimento, interrompendo o projeto biológico.
A “maquinaria” celular, o alto grau de fluido vital das células embrionárias e o automatismo celular conseqüente a estes dois primeiros fatores podem garantir o desenvolvimento inicial deste embrião, antes que se torne necessário o início da diferenciação celular, mesmo na ausência de um espírito reencarnante.
Sendo assim, é teoricamente viável aceitar que, muitos dos embriões concebidos “in vitro” não estão dotados de espíritos reencarnantes, entretanto, este raciocínio não da nenhuma margem para acreditarmos que, neste tipo de fertilização, nunca haverá ligação com espíritos, ou que só ocorreria no momento do implante no útero, coisa que nem sabemos se é possível ou não ocorrer.
No excelente DVD “Pinga Fogo” com Chico Xavier, recuperado pela Vídeo Spirite, o maior médium de todos os tempos, ao falar sobre a fertilização “in vitro” para os chamados “bebês de proveta” que surgiam na época, deixa bastante claro que a encarnação ocorre no laboratório no momento da fertilização, e ainda faz a ressalva de que o processo se dá de forma até mais fácil, já que não há a interferência do perispírito da mãe.
Classificar todos os embriões concebidos “in vitro” como sendo montículos de células desprovidas de espírito não é apenas uma suposição, mas é também bastante improvável e arbitrário. Como cerca de 25% destes embriões vão se desenvolver normalmente se implantados em um útero, podemos inferir que a porcentagem de embriões encarnados é semelhante, ou seja, um quarto dos embriões possuem espíritos ligados por fortes laços fluídicos.
Como vimos, ainda não temos como saber ou afirmar, se determinado embrião tem ou não um espírito reencarnante, contudo, acredito que não estão muito longe os recursos para fazê-lo; seja através da verificação da reprogramação epigênica, que foi relatada no trabalho do Dr. Kevin Eggan e que pode significar a instalação de um novo espírito, ou seja pela identificação de campos biomagnéticos utilizando-se futuros aparatos com esta capacidade, como por exemplo, o Tensionador Espacial Magnético (TEM) que foi idealizado pelo Dr. Hernani Guimarães Andrade, ou outros que surgirão no futuro à partir do conhecimento científico destes campos biomórficos. Até lá, não havendo como provar se há ou não um reencarnante ligado àquele embrião, devemos tratá-los todos da mesma forma, ou seja, o benefício da dúvida deve estar, sempre, a favor da vida.
Diante desta constatação, ou seja, da impossibilidade de afirmarmos, utilizando-se dos conhecimentos doutrinários, se há ou não um espírito em determinado embrião, e por não ser este, via de regra, o parâmetro utilizado pela sociedade para tomar suas resoluções éticas, creio que nos resta consultar a ciência e os seus conceitos clássicos para o caso em questão. Devemos buscar na embriologia a resposta à nossa pergunta: O embrião é um ser vivo?
Antes de continuarmos esta argumentação, deve ficar claro que: pela visão da biologia e pela visão legal, até o presente momento, não há, nenhuma diferenciação entre o embrião “in vivo” e “in vitro”, sendo assim, o que considerarmos para um, devemos considerar para o outro.
Buscando nos livros de embriologia encontramos no primeiro capítulo do “Embriologia Clínica” de Keith L. Moore, a definição de Zigoto como “uma célula resultante da fertilização de um ovócito por um espermatozóide, e é o início de um ser humano“.
Diante desta afirmação, compartilhada pela grande maioria dos embriologistas desde 1827 com Karl Ernst van Baer, a partir da fecundação, já temos um ser humano vivo que, conseqüentemente, deve ser respeitado e preservado como tal, não cabendo nenhuma “flexibilização” deste conceito, como se tem feito em prol de interesses outros que não o da ética e da dignidade humana.
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