“A Medicina Espiritual considera o ser
como um todo, constituído de corpo e alma”.
A Medicina espiritual pode ser entendida como a humanização das ações
médicas em todas as fases do atendimento do doente, e se baseia em dois
princípios fundamentais: ser exercida com amor, e reconhecer que o ser humano é
formado basicamente de corpo e alma.
E tanto o corpo como a alma estão sujeitos a apresentar distúrbios
relacionados à saúde, como explica André Luiz, na obra intitulada “No
Mundo Maior”, página 112, 4º parágrafo: “Se existem múltiplas
enfermidades para as desarmonias do corpo, outras inúmeras há para os desvios
da alma”.
Os doentes são almas viventes, passando por dificuldades e pelas dores e sofrimentos
orgânicos ou psíquicos que apresentam, esperando encontrar nos profissionais da
saúde a atenção que necessitam, o atendimento eficaz, cuja tônica de
relacionamento deve ser o amor fraterno.
Considerando os diferentes aspectos da Medicina atual e o estado
insatisfatório da saúde dos seres humanos, Emmanuel, no livro de mesmo nome,
página 124,1º parágrafo, diz: “A Medicina do futuro terá de ser
eminentemente espiritual, posição difícil de ser atualmente alcançada, em razão
da febre maldita do ouro; mas os apóstolos dessas realidades grandiosas não
tardarão as surgir nos horizontes acadêmicos do mundo.”
A Medicina já alcançou um elevado patamar de progresso em todos os campos de
suas realizações e deverá progredir ainda mais. Poderá descobrir recursos cada
vez mais aprimorados para o diagnóstico e tratamento das doenças, mas não
resolverá os problemas da saúde, no sentido lato das patologias orgânicas e
espirituais, enquanto os seres humanos não reconhecerem a necessidade de
harmonizar-se com as leis da Natureza, aprendendo a amar o próximo como a si
mesmos, e reconhecerem a realidade da alma que constitui a raiz de igualdade
entre todas criaturas.
O amor não é atributo da alma, mas uma poderosa energia que emana do
Criador, se expande por todo o Universo e foi vivenciado por Jesus, que deixou
seus ensinamentos gravados no Evangelho.
O poder terapêutico do amor não é segredo nem constitui privilégio de
ninguém.
Para melhor avaliar o alcance da Medicina Espiritual, basta penetrar nos
novos conceitos que se tem do ser humano, em face ao conhecimento dos atributos
da alma, a qual tanto pode causar doenças como promover a saúde. No livro “Conversando
com a Doença”, Kreinheder diz, nas páginas 30 e 31: “A alma é
minha parte mais verdadeira. A alma em si é onde o humano e o divino se
encontram e se tocam.”
Embora a Medicina Espiritual possa parecer um retorno ao tempo em que as
atividades médicas eram exercidas pelos sacerdotes, ela se apresenta,
atualmente, com características diferentes.
Pela contribuição da ciência e da espiritualidade, resplandece um novo campo
de atuação na vida humana, e o pensamento realiza um salto quântico para a
Medicina do terceiro milênio em que o amor deverá participar em todas as fases
das ações médicas. É reconhecida a importância e a eficácia do tratamento
tradicional, baseado em medicamentos de valor comprovado, valorizando as
clínicas médica e cirúrgica e suas diferentes especialidades.
Mas também há que se reconhecer que não existe ação terapêutica tão
esplêndida como quando o pensamento do profissional da saúde alcança o âmago da
alma do paciente, despertando-o para o propósito de vencer as dificuldades,
acreditando na orientação instituída.
A Medicina Espiritual considera o ser humano como um todo, constituído de
corpo e alma.
A ação terapêutica através da palavra deve alcançar o paciente no seu
"eu interior”, no seu “eu de dentro”, capaz de realizar a cura integral,
de maneira consciente.
Há doentes da alma que muitas vezes apresentam sérios distúrbios psíquicos
ou orgânicos persistentes, que se prolongam durante anos e que são apenas
atenuados pelos tratamentos tradicionais instituídos.
Apresentam sintomatologia própria ou de males físicos, como dores que se
deslocam de um lugar para outro, convulsões epileptiformes, dispnéia,
taquicardia, cólicas uterinas, males que se acompanham de depressão e de medos
que podem chegar ao desespero e ao pânico.
São, certamente, para os doentes dessa natureza que se aplicam os
ensinamentos de Allan Kardek, no livro “O Céu e o Inferno”,
página 85: “Esta lei explica o insucesso da Medicina em certos casos. Desde
que o temperamento é um efeito e não uma causa, todo esforço para modificá-lo
se nulifica ante as disposições morais do Espírito, opondo-lhe uma resistência
inconsciente que neutraliza a ação terapêutica. Portanto, é sobre a causa
primordial que se deve atuar. Isto prova ainda uma vez a necessidade, para a
arte de curar, de levar-se em conta a influência espiritual sobre os
organismos.”
E, finalizando, ficam as palavras de sir William Osler, que no início do
século XX já dizia: “A Medicina Espiritual virá como aquisição natural da
nova humanidade, cujo exercício será realizado pelo amor e pela eqüanimidade.”
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