"Espiritismo não é a religião do futuro, mas o futuro das religiões". ...Leon Denis

"O espiritismo é toda uma ciência, é toda uma filosofia.Quem desejar conhece-lo seriamente deve pois, como primeira condição,submeter-se a um estudo sério e persuadir-se que mais do que qualquer outra ciência, não se pode aprendê-lo brincando" Allan Kardec

"Se a religião recusa caminhar com a ciência, a ciência avança sozinha."... (Allan Kardec)

domingo, 29 de maio de 2011

O que estamos fazendo com a natureza?

Boa tarde amigos, diante do que meus olhos puderam ver hoje pela manhã aqui em minha cidade (Niterói), a ressaca que assola a cidade fez com que cenas de espectativas sobre o que nos reserva se continuarmos tratando a mãe natureza com descaso , desprezo e abandono,  sendo assim o  objetivo deste post, é refletir sobre a preservação da vida em nosso Planeta. Para tanto, analisaremos o Meio Ambiente, o desperdício e os subsídios que o Espiritismo pode nos fornecer para um comportamento ambiental mais consciente.


Ambiente – É o conjunto de todos os elementos, vivos ou não vivos, atuais ou passados, que, não fazendo parte intrínseca do organismo ou grupo de organismos, considerado, tem com ele ou eles relações diretas ou indiretas interagindo no tempo e no espaço. (Polis)

O APARECIMENTO DO HOMEM E SEU IMPACTO SOBRE O MEIO AMBIENTE

Desde que o homem surgiu no cenário planetário os impactos sobre o meio ambiente se lhe acompanharam. O fogo talvez tenha sido o primeiro elemento a empregar em tal empreitada. É claro que os primitivos, sem o conhecimento da tecnologia, tiveram um impacto menor do que aquele que se assiste na atualidade.

A Conferência de Estocolmo, em 1972, deu o primeiro grito de guerra contra a poluição causada pela proliferação da indústria no mundo todo. Dela extraiu-se o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e fez surgir a Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1983. O desenrolar das idéias propiciou o aparecimento do Relatório Brundtland, em 1987, em que se estabeleceu o conceito de desenvolvimento sustentável.

A Conferência do Rio de Janeiro em 1992 gerou a Agenda 21, com programa mundial abrangente, que em seus 40 capítulos definiu as metas para as principais questões ambientais: poluição, recursos hídricos, lixo etc.

A Conferência de Johannesburgo, em 2002, teve por objetivo fazer uma avaliação das propostas de 1992 e inserir novas formas de salvar o ecossistema.

Paralelamente a essas conferências de âmbito governamental, há diversos ecologistas que se reúnem em grupos menores e, nem por isso, menos importante do que esses eventos mundiais.

MEIO AMBIENTE

A CARACTERIZAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

Por Meio Ambiente entende-se tudo o que nos rodeia, ou seja, o ar, as plantas, os animais, as indústrias, os aeroportos, os aviões etc.

Num sentido mais amplo, o Meio Ambiente tem relação com o Universo, pois qualquer depredação ambiental terá repercussão no cosmo. Observe a guerra entre os Estados Unidos e o Iraque: a repercussão atmosférica durará diversos anos, vença quem vencer, pois os poços de petróleo continuarão queimando e os mísseis jogados contra Bagdá deixarão elementos químicos no ar, o que comprometerá a camada de gás ozônio, que protege a superfície terrestre da perigosa radiação ultravioleta que compõe, junto com outras, a luz solar.

A CADEIA ALIMENTAR

Trata-se do sistema no qual se processa a transferência de energia, de organismos vegetais para uma série de organismos animais, por intermédio da alimentação e por meio de reações bioquímicas. Cada elo da cadeia alimentar alimenta-se do organismo precedente e, por sua vez, alimenta o seguinte.

Somos, assim, parte de uma vasta gama de inter-relações, onde uma espécie alimenta-se da outra para sobreviver. O homem encontra-se no final dessa cadeia transformadora. Cabe-lhe a responsabilidade da defesa e preservação ambiental, a fim de manter o equilíbrio do Planeta.

Há estimativas de que cada ser humano produz 0,6 quilos de lixo por dia. Baseando-se numa família média brasileira, composta por quatro pessoas, obtém-se o total de 876 quilos por ano. Se projetarmos esses números para o mundo todo – uma população de mais de 6 bilhões de pessoas – , teremos lixo que não acaba mais. O aumento populacional e o conseqüente acréscimo de lixo criam-nos um problema: onde jogá-lo? Como fazer para que não contamine o ambiente? Isso sem considerar que a maior parte corresponde a materiais recicláveis, que no Brasil chega a 85% do total.

Os animais, utilizando o instinto, só consomem aquilo que satisfaz as suas necessidades. Vivendo naturalmente, eles não causam desastres ecológicos, porque a própria natureza incumbe-se de manter o equilíbrio. Um exemplo: o excesso de formiga é eliminado pelo aparecimento do tatu.

O homem, sendo o elemento racional, nem sempre age racionalmente. Acaba interferindo na natureza e desequilibrando o meio ambiente. Observe o que aconteceu na Austrália, quando se introduziu o coelho para comer outras espécies. Como o coelho se reproduz muito mais rapidamente do que as espécies que ele deveria comer, acabou tendo um excesso de coelho, o que obrigou o governo a dar vacina para diminuir a sua reprodução.

Atualmente vemos as invasões do MST (Movimento dos Sem-terra), a plantação de eucaliptos, a derrubada de árvores para a cultura da soja etc. invadirem as terras aráveis. Os eucaliptos, por exemplo, fornecem renda aos produtores de papel, mas acaba danificando a agricultura, pois suga muitos nutrientes do solo, principalmente a água, deixando-o empobrecido para outras culturas: foi justamente o que aconteceu na Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.

O MST invade áreas – preservadas pelos órgãos públicos – sob o pretexto de que são improdutivas.

DESPERDÍCIO

Desperdício, no sentido absoluto, é o gasto sem proveito e a utilização incorreta ou incompleta de bens econômicos, o que faz com que necessidades que poderiam ser supridas não sejam. Existe desperdício causado pelo planejamento deficiente e o desperdício provocado pela massificação do consumo. (Enciclopédia Mirador)

Por mais cuidadosa que seja a definição, nunca será suficientemente abrangente: na Suíça as ruas são limpíssimas; simplesmente ninguém as suja. Aqui tudo no chão, inclusive com lixeiras ao lado.

TIPOS

Há os evitáveis e os inevitáveis. Uma tempestade não se tem como evitar.

Dentre os evitáveis, podemos relatar:

- falta de infra-estrutura que nos faz perder entre 20 a 30 por cento da produção agrícola;

- o húmus da casca de laranja é perdido por jogá-la no lixo;

- água que se desperdiça por deixar a torneira aberta ao lavar o automóvel ou escovar os dentes.

- luzes acesas sem necessidade.

VISÃO ESPÍRITA

TRANSFORMAÇÃO CONSERVATIVA

Para o provimento de suas necessidades, os homens são obrigados a transformar os recursos naturais. Política é a alteração do meio ambiente para a obtenção do bem comum. O nó da questão está em usar os bens naturais de forma conservativa, isto é, sem perder o equilíbrio cósmico.

LEI DE CONSERVAÇÃO E LEI DE DESTRUIÇÃO

Allan Kardec, ao tratar em O Livro dos Espíritos, da Lei de Conservação e da lei de Destruição oferece-nos subsídios para avaliarmos a questão.

Diz-nos, em resposta à pergunta 705 - Por que a Terra nem sempre produz bastante para fornecer o necessário ao homem?, que “... a Terra produziria sempre o necessário se o homem soubesse contentar-se. Se ela não cumpre a todas as necessidades é porque o homem emprega no supérfluo o que se destina ao necessário. Vede como o árabe no deserto encontra sempre do que viver, porque não cria necessidades fictícias. Mas quando metade dos produtos é desperdiçada na satisfação de fantasias, deve o homem se admirar de nada encontrar no dia seguinte e tem razão de se lastimar por se achar desprevenido quando chega o tempo de escassez? Na verdade eu vos digo que não é a Natureza a imprevidente, é o homem que não sabe regular-se”.

Mais adiante, em resposta à pergunta 735 - Que pensar da destruição que ultrapassa os limites das necessidades e da segurança?, diz-nos que é “A predominância da bestialidade sobre a natureza espiritual. Toda destruição que ultrapassa os limites da necessidade é uma violação da lei de Deus. Os animais não destroem mais do que necessitam, mas o homem, que tem livre-arbítrio, destrói sem necessidade. Prestará contas do abuso da liberdade que lhe foi concedida, pois nesses casos ele cede aos maus instintos”.

Resumindo: egoísmo cria as necessidades artificiais e a fome é fruto da imprevidência. Propõem-nos, assim, o desapego aos bens materiais como condição fundamental par um equilíbrio ecológico consistente.

EQUILÍBRIO ENTRE MATÉRIA E ESPÍRITO

O fator moral elevado pode auxiliar sobremaneira a circulação de bens dentro da economia.

- O desperdício (destruição do excesso de safra) para obter preço. Por que não doar para pessoas carentes?

- Lixo seletivo — reciclagem. Mostra a responsabilidade para com o nosso Planeta no cosmo.

- Criar oportunidades para os outros. Quanta perda de talento por não lhe oferecer a ocasião?

- Desenvolvimento econômico deve estar a par do desenvolvimento espiritual.

Sendo assim amigos vemos que o Planeta Terra oferecer-nos-á sempre o suficiente desde que saibamos utilizar os seus recursos naturais com parcimônia. Quer queiramos ou não, há uma lei natural que rege todas as nossas ações: boas ou más. Assim, se comermos em demasia, poderemos contrair uma doença; do mesmo modo, se poluirmos o espaço mais do que ele pode suportar, poderemos presenciar alguma calamidade. Em sendo assim, uma reflexão sobre as Leis Morais capacita-nos a melhor utilizar os recursos que a divindade empresta-nos para auxiliar a nossa evolução espiritual.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL. São Paulo, Encyclopaedia Britannica, 1987.

GATES, D. Modificações do Clima a Serviço da Humanidade: Promessa ou Perigo? In HELFRICH Jr, H. W. A Crise Ambiental: A Luta do Homem para Viver Consigo Mesmo. São Paulo, Melhoramentos, Ed. da USP, 1974.

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed., São Paulo, FEESP, 1995.

Um comentário:

Unknown disse...

Muito boa matéria, devemos ter a consciência de respeitar o que é sagrado, comungando com todas as especies agindo como irmãos.