"Espiritismo não é a religião do futuro, mas o futuro das religiões". ...Leon Denis

"O espiritismo é toda uma ciência, é toda uma filosofia.Quem desejar conhece-lo seriamente deve pois, como primeira condição,submeter-se a um estudo sério e persuadir-se que mais do que qualquer outra ciência, não se pode aprendê-lo brincando" Allan Kardec

"Se a religião recusa caminhar com a ciência, a ciência avança sozinha."... (Allan Kardec)

sábado, 28 de agosto de 2010

Como avaliar nosso Karma?

Uma das  coisas que não devemos fazer, é tirarmos conclusões precipitadas sobre coisas em que não nos aprofundamos no seu entendimento.

Com relação ao karma, isso quase sempre acontece; e com muita gente.
Muitos ouviram dizer, que tudo que acontece de ruim em suas vidas é por causa desse “tal” de karma. Se a esposa gosta de arrumar estórias , brigas e confusões, vai continuar dando-lhe problemas, pois “esse é seu karma”. Se a vida tem sido por demais triste e cheia de problemas, não poderá mudá-la, pois “talvez seja esse seu karma”.
Quantas vezes você já deve ter ouvido, ou o que é pior, falado essas coisas? Pois acredite; você não tem que suportar dissabores nem viver rodeado de problemas e dificuldades. Chega de ficar se lamentando e curtindo sua autopiedade. Você pode e deve mudar sua vida reconstruindo “seu karma”. Vamos refletir juntos sobre isso.
Traduzindo o conceito de karma, o espiritismo deu-nos a idéia de ação e reação, ou melhor; toda ação executada por nós, seja no que tange à ação ou mesmo na área do pensamento, trará uma ação ou uma vibração da mesma intensidade.
Podemos entender que tudo aquilo que fizermos de bom ou mal aos outros, ou a nós mesmos, teremos o retorno.
Pelo entendimento da lei da reencarnação, onde compreendemos que vivemos sucessivas existências neste planeta e conseqüentemente estamos sempre vivenciando novas experiências e adquirindo conhecimentos, podemos afirmar  hoje já evoluimos um pouco em relação ao que já fomos  em vidas anteriores.
Os mais pessimistas poderão entender que ficaremos muito tempo ainda sofrendo o resultado de nossas experiências infelizes do passado e aí, é onde acreditamos que está um grande erro de julgamento.
Costumamos analisar o mundo pelo nosso raciocínio e pontos de visão - o que é lógico e perfeitamente normal -, mas não podemos esquecer o fato de que: quem governa nossas vidas é infinitamente superior ao nosso raciocínio e nossas formas de analisar os acontecimentos mundanos. Aí reside um pensamento a ser analisado: além do nosso entendimento e das nossas conclusões está Deus e, segundo o grande mestre Jesus, Ele é Amor na forma mais grandiosa de sua expressão. Podemos imaginar que quem ama quer o bem do seu amado e o Amor Divino espera nosso entendimento e não nosso sofrimento. Acreditamos que compreendendo nossas falhas e deslizes, muito do que nos “aguardava” deixará de ter sentido, pois já teremos aprendido as lições.
Se junto a essa compreensão passarmos a dar os primeiros passos no entendimento maior e amarmos a nós mesmos e aos nossos irmãos (fauna, flora e humanidade), com certeza, estaremos criando um karma mais harmonioso e feliz.
A nossa pequena conclusão é que podemos e devemos mudar nosso presente repensando nossas vidas, fazendo-a mais de acordo com as leis divinas e entendendo que, se problemas nos são apresentados, é porque deles necessitamos para nosso aprendizado.Portanto, a reclamação deixaria de ter sentido.
Ainda há tempo, se quisermos mudar nossas vidas para melhor, vivendo em maior alegria e satisfação. Lembremos da parábola, contada por Jesus, em que um filho, após longa ausência do lar, retorna depois de muitos desacertos e é recebido com festa e alegria pelo seu pai. Usando esse belo exemplo de Amor Divino, fornecido pelo Cristo, e se for esse seu caso, tenha calma e, definitivamente, alegre-se com seu karma.
Lembre-se o PAI não permitiria que um filho seu viesse a esse planeta de provas e expiações para sofrer, temos o direito e o dever de buscarmos sempre a felicidade, mas atenção, não procure muito longe pois ela está dentro de cada um de nós.


Fiquem em PAZ!!



segunda-feira, 16 de agosto de 2010

salve Santa Sara Kali !

Santa Sara Kali

Santa Sara Kali é a padroeira dos roma (ciganos).
Existem diversas lendas a respeito da origem de Santa Sara.
Algumas falam que ela seria serva e parteira de Maria, e que Jesus a teria em alta estima por te-lo trazido ao mundo. Outras, que era serva de Maria Madalena. Seu centro de culto é a cidade de Saintes-Maries de la Mer, na França, onde ela teria chegado junto com Maria Jacobina,irmã de Maria, mãe de Jesus, Maria Salomé, mãe dos apóstolos Tiago e João, Maria Madalena, Marta, Lázaro e Maximinio. Eles teriam sido jogados no mar em um barco sem remos nem provisões, e Sara teria rezado e prometido que se chegassem a salvo em algum lugar ela passaria o resto de seus dias com a cabeça coberta por um lenço. Eles depois disso chegaram a Saintes-Maries, onde algumas lendas dizem, foram amparadas por um grupo de ciganos.
A imagem de Santa Sara fica na cripta da
igreja de Saint Michel, onde estariam depositados seus ossos.

O epíteto Kali significa "negra", porque sua tez é escura. Seu culto se liga ao culto das Madonas Negras.
Fontes variam: se sua canonização consta de 1712, ou se é uma santa regional. Sua festa é celebrada nos dias 24 e 25 de maio, reunindo ciganos de todo o mundo. Sua imagem é coberta de lenços, sendo ela uma protetora da maternidade. Mulheres (romi) que não conseguem engravidar e mulheres que pedem por um bom parto, ao terem seus pedidos atendidos, depositam aos seus pés um lenço (diklô). Centenas de lenços se acumulam aos seus pés. As pessoas fazem todo tipo de pedido para Santa Sara, por sua fama de atender todos os que depositam verdadeira fé nela. Mas perseguirá os opressores, os racistas, aqueles que vão contra seus protegidos prímevos, que são os roma. Santa Sara é a santa dos desesperados, dos ofendidos e dos desamparados.
SALVE SANTA SARA , SALVE TODO POVO CIGANO


sábado, 7 de agosto de 2010

Ser Pai !!

Mensagem aos Pais


A vocês, que nos deram a vida e nos ensinaram a vivê-la com dignidade, não bastaria um obrigado. A vocês, que iluminaram os caminhos obscuros com afeto e dedicação para que os trilhássemos sem medo e cheios de esperanças, não bastaria um muito obrigado. A vocês, que se doaram inteiros e renunciaram aos seus sonhos, para que, muitas vezes, pudéssemos realizar os nossos. Pela longa espera e compreensão durante nossas longas viagens, não bastaria um muitíssimo obrigado. A vocês, pais por natureza, por opção e amor, não bastaria dizer, que não temos palavras para agradecer tudo isso. Mas é o que nos acontece agora, quando procuramos arduamente uma forma verbal de exprimir uma emoção ímpar. Uma emoção que jamais seria traduzida por palavras.
A você Pai que é amigo, irmão , companheiro, a você que me deu todas as direções e sempre corretas, a você que me fez homem, íntegro, honesto e feliz, meu muito obrigado por tudo, saiba que meu amor por você é e sempre será eterno !
Parabéns a todos os PAIS  ! 

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Missão,prova ou expiação?


O que é missão?
- Missão é a incumbência, o encargo, a função ou o poder conferido a alguém para realizar algo.
"Na codificação espírita, existem referências às missões de diferentes categorias, a iniciar pela de Allan Kardec, e outras missões, como a dos Espíritos, a dos homens de bem, a dos espíritas, a dos pais, a dos encarnados, etc". (O EVANGELHO SEG. O ESPIRITISMO, de Allan Kardec).
Segundo Léon Denis, Emmanuel, André Luiz e outros Mentores Espirituais da Doutrina Espírita, este trabalho é planejado e executado a partir da erradicidade (Plano Espiritual) de modo permanente e contínuo, e sempre de acordo com o estágio evolutivo da Humanidade. Mas, sendo a Terra um planeta de provas e expiações, a maioria dos seres humanos que aqui reencarnam não vêm em missão, mas em prova ou expiação, isto é, para pagamento de débitos adquiridos aqui mesmo em vidas anteriores ou nesta mesma vida.
O que é Provação?

- "Provação é o ato ou efeito de provar. A provação geralmente é sofrida por alguém, a fim de determinar se já possui condições de vencer as vicissitudes e percalços da vida. Por exemplo: a provação da pobreza, da riqueza, da saúde, da inteligência, etc. Não é necessariamente uma expiação, mas apenas uma situação a ser vivida pelo indivíduo, para saber se já é capaz de resolvê-la a contento".
O que é Expiação?

- "Ato ou efeito de expiar; castigo; penitência; cumprimento de pena. A expiação é o resultado do mau procedimento do indivíduo perante a Lei de Deus que está escrita na consciência de cada um. Funciona mais como uma corrigenda divina do que como castigo propriamente dito. O Espiritismo ensina que o culpado diante da consciência e de Deus pode expiar seus crimes na mesma existência em que cometeu o desatino ou em existência futura, quando terá chance de aproveitar melhor a lição que a vida lhe reserva.
"(...) O certo é que Deus é Pai e Criador e não quer a destruição do pecador, mas a sua recuperação e a sua educação para a plenitude do existir com Ele. Na Natureza não há castigos nem recompensas, mas conseqüências". (DICIONÁRIO DE FILOSOFIA ESPÍRITA, de L.Palhano Jr).
Allan Kardec, em O CEU E O INFERNO, 1a parte, cap. VII, Código Penal da Vida Futura, artigo 16o, nos alerta:
"O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só; são precisas a expiação e a reparação".
Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas conseqüências. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação."
E acrescenta, no artigo 17o "O arrependimento pode dar-se por toda parte e em qualquer tempo; se for tarde, porém, o culpado sofre por mais tempo."
Até que os últimos vestígios da falta desapareçam, a expiação consiste nos sofrimentos físicos e morais que lhe são conseqüentes, seja na vida atual, seja na vida espiritual após a morte, ou ainda em nova existência corporal.
A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal. Quem não repara os seus erros numa existência, por fraqueza ou má vontade, achar-se-á numa existência ulterior em contacto com as mesmas pessoas que de si tiveram queixas, e em condições voluntariamente escolhidas, de modo a demonstrar-lhes reconhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito.
Nem todas as faltas acarretam prejuízo direto e efetivo; em tais casos a reparação se opera, fazendo-se o que se deveria fazer e foi descurado; cumprindo os deveres desprezados, as missões são preenchidas; praticando o bem em compensação ao mal praticado, isto é, tornando-se humilde se  tem sido orgulhoso, amável se  foi austero, caridoso se  tem sido egoísta, benigno se se tem sido perverso, laborioso se  tem sido ocioso, útil se  tem sido inútil, frugal se  tem sido intemperante, trocando em suma por bons os maus exemplos perpetuados. E desse modo progride o Espírito, aproveitando-se do próprio passado".
NO LIVRO DOS ESPÍRITOS, Parte Quarta, Cap. II-Das Penas e Gosos Futuros, encontramos as questões seguintes:
L.E. 978 - A lembrança das faltas que a alma, quando imperfeita, tenha cometido, não lhe turba a felicidade, mesmo depois de se haver purificado?
- "Não, porque resgatou suas faltas e saiu vitoriosa das provas a que se submetera para esse fim".
L.E. 983 - Não experimenta sofrimentos materiais o Espírito que expia suas faltas em nova existência? Será então exato dizer-se que, depois da morte, só há para a alma sofrimentos morais?
"É bem verdade que, quando a alma está reencarnada, as tribulações da vida são-lhe um sofrimento; mas, só o corpo sofre materialmente".
"Falando de alguém que morreu, costumais dizer que deixou de sofrer. Nem sempre isto exprime a realidade. Como Espírito, está isento de dores físicas; porém, tais sejam as faltas que tenha cometido, pode estar sujeito a dores morais mais agudas e pode vir a ser ainda mais desgraçado em nova existência.
O mau rico terá que pedir esmola e se verá a braços com todas as privações oriundas da miséria; o orgulhoso, com todas as humilhações; o que abusa de sua autoridade e trata com desprezo e dureza os seus subordinados se verá forçado a obedecer a um superior mais ríspido do que ele o foi.
Todas as penas e tribulações da vida são expiação das faltas de outra existência, quando não a conseqüência das da vida atual. Logo que daqui houverdes saído, compreendê-lo-eis. (273, 393 e 399)".
"O homem que se considera feliz na Terra,porque pode satisfazer às suas paixões, é o que menos esforços emprega para se melhorar. Muitas vezes começa a sua expiação já nessa mesma vida de efêmera felicidade, mas certamente expiará noutra existência tão material quanto aquela".
L.E. 984 - As vicissitudes da vida são sempre a punição das faltas atuais?
"Não; já dissemos: são provas impostas por Deus, ou que vós mesmos escolhestes como Espíritos, antes de encarnardes, para a expiação das faltas cometidas em outra existência, porque jamais fica impune a infração das leis de Deus e, sobretudo, da lei de justiça. Se não for punida nesta existência, sê-lo-á necessariamente noutra. Eis por que um, que vos parece justo, muitas vezes sofre. É a punição do seu passado". (393).
Também no EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Capítulo V, itens 8 e 9, encontramos esclarecimentos para este assunto:
E.S.E. V, 8 - "As tribulações podem ser impostas a Espíritos endurecidos, ou extremamente ignorantes, para levá-los a fazer uma escolha com conhecimento de causa. Os Espíritos penitentes, porém, desejosos de reparar o mal que hajam feito e de proceder melhor, esses as escolhem livremente. Tal o caso de um que, havendo desempenhado mal sua tarefa, pede lha deixem recomeçar, para não perder o fruto de seu trabalho. As tribulações, portanto, são, ao mesmo tempo, expiações do passado, que recebe nelas o merecido castigo, e provas com relação ao futuro, que elas preparam. Rendamos graças a Deus, que, em sua bondade, faculta ao homem reparar seus erros e não o condena irrevogavelmente por uma primeira falta".
E.S.E. V, 9 - "Não há crer, no entanto, que todo sofrimento suportado neste mundo denote a existência de uma determinada falta. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo Espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação."
"Provas e expiações, todavia, são sempre sinais de relativa inferioridade, porquanto o que é perfeito não Isa ser provado. Pode, pois, um Espírito haver chegado a certo grau de elevação e, nada obstante, desejoso de adiantar-se mais, solicitar uma missão, uma tarefa a executar, pela qual tanto mais recompensado será, se sair vitorioso, quanto mais rude haja sido a luta."
"Tais são, especialmente, essas pessoas de instintos naturalmente bons, de alma elevada, de nobres sentimentos inatos, que parece nada de mau haverem trazido de suas precedentes existências e que sofrem, com resignação toda cristã, as maiores dores, somente pedindo a Deus que as possam suportar sem murmurar. Pode-se, ao contrário, considerar como expiações as aflições que provocam queixas e impelem o homem à revolta contra Deus".
"Sem dúvida, o sofrimento que não provoca queixumes pode ser uma expiação; mas, é indício de que foi buscada voluntariamente, antes que imposta, e constitui prova de forte resolução, o que é sinal de progresso".
Bibliografia:
1. O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, Edição FEB, Questões citadas;
2. O EVANGELHO SEG. O ESPIRITISMO, de Allan Kardec, Edição FEB, itens citados;
3. O CÉU E O INFERNO, de Allan Kardec, Edição FEB, itens citados;
4. GENÉTICA E ESPIRITISMO, de Eurípedes Kühl, Edição FEB;
5. DICIONÁRIO DE FILOSOFIA ESPÍRITA, de L. Palhano Jr., Edições CELD, 1997.


Perdão, perdão ,perdão!

O que é perdoar?



Há muitas ideias erradas quanto ao perdão. Há quem diga que perdoar é ser fraco, covarde. Mas, o Perdão não é fraqueza, é «sabedoria». Sabedoria divina. Quem não perdoa fica carregando feridas, prejudicando-se a si mesmo, tornando-se doente espiritual, psicológica, emocional, física e familiarmente. Por aí se percebe que não perdoar é um tremendo prejuízo e que perdoar é sabedoria divina.
Há outros que pensam que perdoar é dar o braço a torcer àquele que o ofendeu. Nada disso. Perdoar é reconhecer que tu estás ferido, que as feridas te fazem grande mal, e, por isto, tomas a decisão de curá-las pelo perdão dado, e repetido muitas vezes.
Perdoar é, em primeiro lugar, reconhecer que alguém te feriu, e, por isto, ele é culpado das tuas feridas e das tuas dores, tão prejudiciais; e em segundo lugar, decidires-te a dar absolvição, perdão generoso, misericordioso, total e absoluto, para poderes ficar curado das feridas e das suas consequências tão danosas.
Perdoar é curares-te, é libertares-te. É fazer autoterapia. Perdoar é cuidar da saúde do coração e de todo o teu ser. Perdoar é amar-se, é querer-se bem, é curar-se das feridas do próprio coração.
O perdão elimina o desamor, com todas as suas consequências tão negativas, e enche o coração de um renovado amor. Perdoar é passar pomada nas feridas do coração para as curar.
O perdão é sabedoria divina. É uma pomada, uma terapia, um remédio tão necessário que Jesus Cristo, no seu grande amor, ensinou, aconselhou e até ordenou, ensinando o perdão. Jesus foi muito rigoroso quanto à obrigatoriedade do perdão.
Precisamos de compreender o ensinamento de Jesus sobre o perdão. Nada melhor do que irmos ao texto bíblico de Mateus 18,21-22, em que Jesus ensina o perdão. Pedro perguntou:
— Mestre, quando um irmão pecar contra mim, quando me ferir, ofender, magoar, quantas vezes devo perdoar? Até sete vezes?
Pedro, talvez, até esperasse um elogio de Jesus por dizer «sete vezes»: Pois, de fato, não vamos naturalmente além de duas ou, no máximo, três vezes. Jesus respondeu:
— Pedro, não até sete vezes. Mas até setenta vezes sete.
Quanto é setenta vezes sete, na linguagem de Jesus? Com certeza não é quatrocentos e noventa. Nem é «sempre», como se costuma afirmar.
Na verdade. Jesus quis dizer: «Quando o teu irmão te fizer uma ferida, repete o curativo do perdão tantas vezes quantas forem necessárias, até te sentires totalmente curado, sem ressentimentos, sem mágoas.»
Perdoar setenta vezes sete significa perdoar total, inteira e completamente, com perfeição, a ponto de não sobrar nenhum tipo de mágoa ou ressentimento. Perdoar até curar plenamente. Repetir o perdão tantas vezes até te sentires totalmente curado das feridas do coração.
Não é exactamente assim que fazemos com as feridas físicas? Se num acidente fizeres um corte numa, perna, quantos curativos farás para curá-la? Com certeza não dirás: vou fazer dez, quinze, vinte... Mas dirás: até que a ferida fique completamente curada. Exactamente assim é o perdoar setenta vezes sete. É repetir o perdão tantas vezes quantas for necessário até que o teu coração fique completamente curado das feridas. Até te sentires limpo de toda a mágoa, dor ou desamor. Até poderes estar com a pessoa que te ofendeu como se nada houvesse acontecido.
Que maravilha! Que sabedoria é o perdão! Felizes os que a compreendem é realizam o perdão na sua vida, em todas as feridas da sua história pessoal.
Na repetição do perdão está o segredo do sucesso e da cura das feridas do coração, bem como da eliminação de todas as suas dores, tão prejudiciais à nossa vida.



BEZERRA DE MENEZES
Os médicos devem orientar as pessoas sobre a importância de cuidar do corpo e do espírito

Ser médium é participar de um processo que exige concatenação de ideias e reflexão permanente para entender e assimilar os princípios do Espiritismo e se comprometer em viver um contexto kardecista, assumindo uma postura de absoluta identidade com a Doutrina dos Espíritos.
Ser médico é saber contextualizar permanentemente a medicina no mundo e na história dos homens, pois é aí que se localizam a saúde, a doença e as várias formas de fazer medicina.
Ser médium não é somente frequentar centro espírita, achar (ou, pior ainda, aconselhar outros em nome do Espiritismo) que alguém fez mal a alguém, que alguém está “pagando” nesta encarnação por algo da encarnação passada, não diferenciar animismo de manifestação espírita, tudo dentro de um raciocínio simplista.
Ser médico não é enfatizar a doença em relação à saúde, nem fazer prescrição de medicamentos com base nos sintomas, nem dicotomizar conceitualmente “medicina tradicional” e “medicina alternativa”, uma vez que o que é alternativo para o Ocidente pode ser tradicional para o Oriente.
O médico-médium entende que saúde é um estado que deve ser conquistado a cada momento, um equilíbrio que se mantém por meio de esforço contínuo; entende também que é fundamental a participação ativa do doente (não paciente) no processo de cura, principalmente nas doenças crônicas; entende ainda que o doente – um ser humano holístico, não fragmentado em órgãos ou sistemas – deve ser tratado como um todo (corpo-mente-espírito).
O médico-médium precisa ter consciência do caráter essencialmente provisório de sua ciência, pois a compreensão não é obra da cultura nem do raciocínio, mas de um amadurecimento alcançado pela evolução espiritual. Deve entender que os espíritos se manifestam para trazer subsídios para se alcançar um mundo melhor, mais saudável, e não para fazer “curas milagrosas” e nem para satisfazer as necessidades e curiosidades dos encarnados.
No exercício do mediunato espírita o médico-médium não pode aumentar a dor no mundo, seja por não dominar seu pensamento, sua palavra, seus atos, sua prática, seja por não entender a interligação entre ciência médica, filosofia e religião.
Hoje em dia cuida-se muito das afecções chamadas “doenças do homem moderno”, tais como a pressão alta, arterioesclerose, osteoporose, infarto do miocárdio, derrame cerebral, Parkinson, Alzheimer, depressão, através de exames sofisticados e tratamentos especializados. Mas o número destes doentes aumenta continuamente. São respostas contra as agressões sofridas: alimentação com aditivos químicos, corantes, conservantes, hormônios; uso de álcool e drogas; sedentarismo; tabagismo ativo e passivo; poluição ambiental e mental.
Prevenir doenças sempre foi melhor do que tratá-las; não se pode mais imaginar que o corpo humano seja uma máquina que, quando avariada, o médico pode consertá-la independentemente do estilo de vida do doente.
A cura de uma doença nem sempre é possível, pois além de envolver uma complexa interação entre os aspectos físicos, mentais, sociais e ambientais da natureza humana, envolve a natureza espiritual (aura, perispírito, processo reencarnatório).
Saúde pressupõe educação, alimentação, transporte, moradia, trabalho, lazer, meio ambiente saneado, constituindo aquilo que se denomina “qualidade de vida”. Como “o mediunato não representa só poesia, 2/3 são prosa” (citação do espírito Leocádio José Correia*), para assumir a responsabilidade deste mediunato, o médico-médium precisa ter a coragem de se enfrentar, de se autoconhecer, de fazer a síntese entre o conhecimento adquirido na universidade e o conhecimento adquirido no centro espírita.
O centro espírita não é simplesmente um local onde os espíritos se manifestam, mas onde se fala do nascimento e do desencarne, portanto, um local onde se faz filosofia. Também é um lugar onde se faz ciência, quando se estudam as manifestações, o ectoplasma, a medicina espiritual. É um local onde se ensina a pensar e não o que pensar. É um local religioso, pois se fala de Deus, de Jesus, dos médiuns missionários, de forma racional e não dogmática.
O exercício do mediunato não tem preço, mas tem valor: o valor do conhecimento, o valor da fé racional, o valor da caridade, o valor de se doar, o valor de ajudar na promoção humana, enfim, o valor moral e espiritual de cada médium. Este exercício proporciona ao médico-médium, agente de saúde e capacitador por excelência, a oportunidade de se renovar para permitir sínteses mediúnicas que respondam às expectativas da população não sadia.
O mediunato exige do médium muita dedicação, muita pesquisa e estudo, leitura das obras espíritas e técnicas, com suas devidas contextualizações, momentos de reflexão e diálogo consigo mesmo, para que comece a ver um novo mundo, dentro de um paradigma no qual ciência, filosofia e religião possam estar unificadas pelo pensamento crítico.
O exercício do mediunato espírita não é uma questão de obediência, mas de consciência, pois ser médium é mudar comportamento.

Ruddy Facci
É médico especialista em Cirurgia Geral e Medicina do Trabalho e coordenador de grupos de estudos espíritas.