"Espiritismo não é a religião do futuro, mas o futuro das religiões". ...Leon Denis

"O espiritismo é toda uma ciência, é toda uma filosofia.Quem desejar conhece-lo seriamente deve pois, como primeira condição,submeter-se a um estudo sério e persuadir-se que mais do que qualquer outra ciência, não se pode aprendê-lo brincando" Allan Kardec

"Se a religião recusa caminhar com a ciência, a ciência avança sozinha."... (Allan Kardec)

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

CAPÍTULO 8 DO LIVRO : Instruções Espiritualistas para Médiuns Iniciantes O trabalho na Umbanda

 

Capítulo 8: Mesa Mediúnica

 

A mesa mediúnica é um elemento carinhoso e central na prática espiritual da Umbanda, um espaço sagrado onde a comunicação entre o plano material e espiritual se torna possível. Neste cerne de troca energética, a presença dos médiuns e dos espíritos se entrelaça em um belo testemunho de amor, ajuda e transformação. Ao se aproximar da mesa mediúnica, o médium não apenas atua como um facilitador, mas também como um receptor de orientações e saberes que vêm de esferas superiores, proporcionando um ambiente seguro e acolhedor para as entidades que aqui se manifestam.

 

Historicamente, esse conceito se desenvolveu ao longo dos anos, quando os primeiros médiuns descobriram que, em um ambiente propício, a comunicação com o além se tornava mais fluida e eficaz. As mesas mediúnicas foram instituídas como um campo de força, onde as energias podem se concentrar, facilitando a interação e a troca mútua. Os primeiros grupos mediúnicos frequentemente se reuniam em cirandas, onde autenticidade e fé eram os alicerces desses encontros espirituais. Com o passar do tempo, essa prática evoluiu, solidificando-se como um pilar na Umbanda, guiando muitos na busca por cura, entendimento e autoconhecimento.

 

Para que essa magia ocorra de maneira harmoniosa, o ambiente onde a mesa mediúnica é realizada deve ser cuidadosamente preparado. Ele não se limita apenas à disposição dos móveis ou à iluminação. Ao criar esse espaço, é necessitado um verdadeiro ritual de intenção e clemência. O médium deve assegurar que cada canto da sala reverbere paz e tranquilidade, permitindo que todos os presentes se sintam acolhidos e seguros. A defumação com ervas sagradas, como a arruda e o alecrim, pode ajudar a purificar e proteger, estabelecendo uma atmosfera ideal para a conexão espiritual.

 

Além disso, o médium deve se lembrar de que a disposição, a energia das palavras e a vibração de todos os participantes têm um papel importante na configuração desse cenário. Um ambiente iluminado, adornado com água, flores e símbolos que evoquem gratidão e respeito pode elevar ainda mais as energias presentes. É nessa União de elementos que o espaço se transforma em um verdadeiro portão entre dimensões—um santuário onde o amor transcende o tempo e o espaço.

 

Em resumo, a mesa mediúnica não é apenas um objeto, mas um símbolo da interconexão entre mundos distintos. É um espaço vivo onde cada espírito, cada médium, e cada consulente se reúne em um ciclo constante de aprendizado e evolução. Ao adentrar nesse contexto, todos se tornam parte de uma vivência única, perpassada pelo divino, pelo respeito e pela esperança que nascem nesse ato de entrega e fé mútua.

 

Dinâmicas e Estruturas das Sessões

 

Antes que a magia das trocas energéticas possa fluir, é imprescindível que os rituais que precedem a mesa mediúnica sejam cuidadosamente realizados. O ambiente é preparado com as mais intrínsecas intenções, e aqui começamos com as orações que estabelecem um vínculo fundamental com o sagrado. Cada participante, antes de se sentar ao redor da mesa, aproximadamente em círculo, deve se conectar interiormente, emanando amor e boas energias. A meditação inicial é uma prática de entrega; um momento de silêncio onde se invoca a proteção e a orientação das entidades que farão parte daquele encontro.

 

As defumações, por sua vez, trazem um realce especial a essa preparação. Utilizando ervas sagradas como a sálvia e o alecrim, o médium inicia um ritual que vai além do corpo físico, criando uma atmosfera purificadora. O aroma que se espalha ambiente é apenas a materialização de um desejo coletivo de acolhimento: acolhimento à luz, à cura e a todas as entidades que desejam colaborar naquele trabalho. Envoltos por essas energias, os participantes começam a perceber a transformação iminente no ambiente.

 

Com a estrutura típica de uma sessão mediúnica em funcionamento, cada membro do grupo ocupa um papel definido, mas flexível. É comum que as energias se manifestem em sinergia, e a disposição dos médiuns pode variar conforme a natureza do trabalho. Um pode comandar, outro pode incorporar o espírito guia, enquanto outros se transformam em canais de amor e esperança. O importante é que cada ato e cada expressão respeitem a vibração elevada que todos buscam sustentar.

 

No momento em que o médium se posiciona frente à mesa, é alimentado um estado de entrega. A postura deve ser ereta, mas suave, como se estivesse em um equilíbrio delicado. As mãos são mantidas abertas, as palmas voltadas para cima, imitando a receptividade que se busca ao se conectar com o invisível. É nesse momento que a energia começa a circular, e as interações se desenrolam entre os presentes e os espíritos que aguardam a oportunidade de se manifestar.

 

Alicerçados pela harmonia do grupo, a condução do trabalho mediúnico deve estar imbuída de respeito pelas diretrizes que o cercam. Cada mediunidade possui seu caráter e sua forma de atuação; enquanto alguns espíritos podem trazer mensagens de amor e conforto, outros poderão representar desafios que exigem uma escuta atenta e um acolhimento profundo. Os médiuns devem estar cientes de que, naquela mesa, todos são participantes de um processo coletivo de cura e aprendizado.

 

Assim, ao final do ritual, ao colher os frutos da entrega mútua, os participantes se reúnem também para compartilhar suas experiências. Cada fala traz consigo uma porção de aprendizado, desperta reflexões e provoca o autoconhecimento. Esta partilha se torna um fechamento sagrado, um reconhecimento da colaboração de todos no fluxo da energia e no respeito às lições que precisam ser assimiladas.

 

Deste modo, as dinâmicas e mais ainda as estruturas das sessões mediúnicas vão muito além do simples ato de sentar ao redor de uma mesa. Elas representam um canal para a transformação, um espaço onde a expectativa e a entrega dançam em conjunto, criando laços tão profundos que podem ressoar na vida de cada ser com o qual se compartilha o amor que emanará dali.

 

Interação e Comunicação com os Espíritos

 

A interação com os espíritos na mesa mediúnica é uma aventura fascinante que exige respeito, atenção e uma atitude de entrega. Para que essa comunicação ocorra da maneira mais fluida e respeitosa possível, o médium deve primeiro cultivar um silêncio interior profundo. Esse estado de tranquilidade não é apenas benéfico, mas essencial. Ao silenciar a mente e direcionar a intenção para o bem, o médium cria um campo propício para que as entidades possam se manifestar de forma clara e efetiva.

 

A intuição, nessa hora, torna-se uma aliada valiosa. O médium deve estar atento a todos os sinais que podem surgir, como mudanças na temperatura, sonoridade, ou mesmo experiências simples como a sensação de leveza ou peso. Esses são alguns dos indícios que nos mostram a presença de seres espirituais, as energias que se agitam ao redor da mesa e, por consequência, a possibilidade de troca. Em meio a isso, é vital manter uma mente aberta, consciente de que elas podem oferecer não apenas orientações e admoestações, mas também amor e conforto.

 

Quando se trata de canalizar mensagens, a responsabilidade cresce para o médium. Estabelecer o contato com esses seres não é um ato trivial; as informações que surgem precisam ser tratadas com delicadeza e discernimento. Saber filtrar o que é essencial do que pode não ser útil é uma habilidade que se adquire com o tempo e com a prática. Durante esse processo, o médium deve se perguntar se as mensagens refletidas são realmente adequadas, respeitosas e se estão alinhadas ao propósito maior da cura e do amor.

 

Dentre os espíritos que se manifestam, cada um possui sua própria intenção e história. Os guias espirituais, por exemplo, são conhecidos por trazer mensagens de incentivo e proteção, enquanto entidades de sofrimento podem trazer ensinamentos mais difíceis, mostrando a importância da compaixão e do acolhimento. Ao lidar com essas diferentes energias, é imprescindível estar ciente da vibração que se estabelece. Algumas espíritos vêm com uma luz energética que traz alívio e esperança, enquanto outros exigem um cuidado extra e uma abordagem ainda mais acolhedora.

 

Portanto, o médium precisa de um entendimento claro sobre a natureza das energias que recebe e transmite. É um processo de constante aprendizado e autoavaliação. Durante as sessões, observar as reações não apenas dos espíritos, mas também dos participantes da mesa é crucial. O feedback recebido pode orientar o médium sobre como a transmissão da mensagem está sendo digerida, se está acontecendo uma verdadeira comunicação ou se alguns aspectos ainda precisam ser ajustados.

 

É fundamental cultivar um espaço onde todas as interações sejam baseadas no amor e no respeito. Um ambiente dessa natureza não só facilita a comunicação, mas também enriquece a experiência coletiva. Ao final de cada sessão, promover um momento para o compartilhamento de vivências pode ser uma forma poderosa de fortalecer os laços entre os participantes, permitindo que todos aprendam com as experiências vividas e se conectem ainda mais com a missão espiritual que estabelece a mesa mediúnica.

 

Em resumo, interagir e se comunicar com os espíritos é um profundo exercício de amor e compaixão que requer uma disposição genuína e responsável. Que essa jornada se torne um caminho de aprendizado e transformação, tanto para o médium quanto para aqueles que se reúnem ao seu redor. Por meio da prática respeitosa e do coração aberto, a mesa mediúnica se transforma em um verdadeiro portal de luz, onde cada alma pode encontrar consolo, aprendizado e renovação.

 

Reflexões e Ética na Prática Mediúnica

 

Ao se trabalhar na mesa mediúnica, não se pode esquecer que cada sessão é uma oportunidade enriquecedora, onde as experiências vividas oferecem lições valiosas. É essencial que todos os participantes estejam abertos para refletir sobre o que ocorreu, permitindo que o conhecimento se infunda de forma prática e pessoal em suas vidas. A prática da autocrítica deve ser acolhida com gentileza, pois é ao olhar para dentro que o médium consegue perceber suas emoções, expectativas e medos. Esse processo de introspecção é um sinal de maturidade e compromisso com o seu papel na mediunidade.

 

Diante de cada troca energética que acontece em uma sessão, é válido questionar: "O que eu aprendi com essa experiência? Quais sentimentos emergiram em mim durante o trabalho?" Essas perguntas ajudam a cultivar uma compreensão profunda e autêntica, transformando as vivências mediúnicas em oportunidades de crescimento e de propósitos renovados. É através da prática reflexiva que se forja uma conexão mais forte com a própria espiritualidade, e se amplia a capacidade de se tornar um canal genuíno de luz e amor.

 

A ética desempenha um papel fundamental na atuação do médium, sendo um alicerce nas interações da mesa mediúnica. A responsabilidade de lidar com mensagens e ensinamentos espirituais implica em um compromisso não apenas com a verdade, mas, acima de tudo, com o bem-estar dos consulentes. Ao transmitir uma mensagem, o médium deve assegurar que isso não cause confusão, medo ou insegurança, mas sim traga conforto e esperança. O discernimento é um atributo imprescindível nesse contexto, permitindo ao médium observar as melhores formas de expressar o que foi recebido. Isso por si só demandará exercício e dedicação.

 

Além disso, é importante que o médium compreenda a influência que exerce sobre os consulentes. As palavras e as atitudes tomadas durante a sessão têm o poder de moldar experiências complexas e, muitas vezes, muito sensíveis. Por isso, é fundamental que cada palavra seja escolhida com cuidado e amor, considerando o impacto emocional que pode gerar a quem a recebe. Em um espaço onde a vulnerabilidade é exposta, agir com respeito e delicadeza é uma necessidade que não se deve negligenciar.

 

Ao final de cada sessão, o ato de compartilhar as experiências também se revela um aspecto profundamente ético e educativo. A troca de vivências e sentimentos entre os participantes proporciona não só um encerramento que se consagra na gratidão, mas também é uma chance de aprendizado coletivo. Os relatos de experiências podem trazer à tona novos entendimentos e reflexões, permitindo que todos cresçam juntos em entusiasmo e confiança na espiritualidade que os cerca.

 

Portanto, o compromisso com a ética na mesa mediúnica não se restringe às obrigações individuais, mas também se expande para a comunidade de médiuns e consulentes. Reforça-se a necessidade de cultivar um ambiente repleto de amor, respeito e contribuição à evolução espiritual de todos os presentes. Cada encontro é sagrado, cada troca é essencial e a consciência de todos sobre isso permite que a mesa mediúnica se transforme em um verdadeiro espaço de transformação — um elo entre corações, onde a entrega e a esperança emergem a cada nova conexão.

 

Assim, ao se encerrar este capítulo, que fiquem gravados no coração dos leitores tanto a beleza do processo mediúnico quanto a responsabilidade ética que o acompanha. Cada momento em torno da mesa é uma oportunidade para sementar amor, compreensão e luz, criando um legado de transformação no plano espiritual e na vivência cotidiana de cada um. Que cada um que se atreve a adentrar neste caminho siga firmemente, levando consigo a missão de tocar as almas com a luz que emana do amor e da compaixão, reafirmando que a mesa mediúnica é, de fato, um espaço sagrado de entrega e união.


terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

CAPÍTULO 07 DO LIVRO - " Instruções Espiritualistas para Médiuns Iniciantes O trabalho na Umbanda "

 





Capítulo 7: O Trabalho de Passe

 

A prática do passe espiritual é um aspecto fundamental nas diversas correntes espiritualistas, especialmente na Umbanda. O que, exatamente, caracteriza o passe? Pode-se definir como uma técnica de transmissão de energia, onde o médium atua como um canal que facilita a transferência de vibrações sutis de amor e cura para o consulente. É um ato de entrega e conexão, que se manifesta não apenas em um tocante físico, mas principalmente como um sincero desejo de promover o equilíbrio e o bem-estar daqueles que buscam auxílio.

 

Diferentemente da maca de energização, que é um espaço dedicado a práticas de cura mais profundas e elaboradas, o passe é uma ação mais direta e imediata. Ele é realizado de forma mais livre, podendo ocorrer em pé, sentado ou mesmo em movimento. A intenção aqui é harmonizar as energias do consulente, revitalizando seu ser por meio da luz que emana do médium. É um ritual que evoca a troca vibracional, onde cada gesto, cada toque, manifesta a intenção de restaurar as energias do outro.

 

A importância do passe no contexto espiritual vai além do simples ato de tocar. É uma forma de conectar-se com as esferas superiores, permitindo que entidades espirituais se aproximem e se manifestem através do médium. Essa conexão entre o mundo físico e o espiritual, alicerçada na troca de energia, torna o passe um componente essencial para a revitalização das forças vitalizantes do consulente. E é nesse momento mergulhado em amor e espiritualidade que o verdadeiro potencial de cura se revela, trazendo paz e conforto a quem necessita.

 

O ambiente destinado a essa prática deve ser preparado com atenção, criando um espaço que reverberar sentimentos de calma e receptividade. O médium, antes de iniciar o trabalho, precisa alinhar suas intenções e sintonizar-se com as energias ao seu redor. Meditações e práticas de limpeza energética são cruciais para garantir que tanto o espaço quanto o próprio médium estejam vibrando em uma frequência elevando e harmônica.

 

Assim, ao abordar o trabalho de passe, convida-se o leitor a perceber que, mais do que uma técnica, esse é um ato de amor, um gesto que transcende o físico e se torna um caminho para a cura espiritual. Que cada passo nesta jornada proporcione uma compreensão mais profunda desse ofício tão precioso, para que cada médium possa se tornar um autêntico veículo de luz e esperança na vida dos outros.

 

Preparação para a Aplicação do Passe

 

A preparação para a aplicação do passe espiritual é uma etapa decisiva, demandando atenção e cuidado por parte do médium. Antes de qualquer contato com o consulente, é essencial que o trabalhador espiritual familiarize-se com a profundidade do seu propósito e alinhe suas intenções com as energias superiores que irá canalizar. É um trabalho que envolve não apenas a mente, mas também o corpo e o espírito, tornando-se uma prática de entrega e conexão.

 

O primeiro passo na preparação deve ser a limpeza do ambiente e do próprio médium. Um espaço limpo energeticamente é fundamental para que as vibrações possam fluir em total harmonia. Para isso, a utilização de defumações, como a sálvia ou o palo santo, é extremamente benéfica. Ao acender o incenso, o médium deve fazer dele um símbolo de pureza, convidando as energias elevadas a se instalarem no local. Esse ritual de limpeza amplia a sensação de acolhimento e serenidade, fundamental para que o consulente se sinta seguro e protegido.

 

Além da limpeza do ambiente, o médium deve dedicar tempo à sua própria preparação. Técnicas de meditação são eficazes para centrar a mente e abrir o coração. Imagine-se envolto em uma luz radiante, visualizando que com cada respiração, você absorve a energia do universo e, ao exalar, liberando tudo o que possa estar pesando. Esse exercício é vital para alinhar suas energias ao propósito maior de cura e ajuda, estabelecendo um espaço sagrado que reverbera amor e paz.

 

A postura do médium também é um ponto chave a ser considerado. Os pés devem estar firmes no chão, proporcionando uma base estável, enquanto as mãos, que são os canais de transmissão da energia, devem estar por muito tempo relaxadas até que a conexão com o consulente seja estabelecida. Manter uma postura relaxada, mas alerta, permite captar as nuances da energia presente, evitando qualquer desconforto que possa interferir na fluidez do passe.

 

E não podemos esquecer da atitude mental. É crucial que o médium aborde o momento com um espírito de entrega e amor. A intenção clara de ajudar e servir deve perfazer cada pensamento e cada gesto. Essa determinação manifesta-se nas pequenas coisas—no sorriso acolhedor ao receber o consulente, no olhar compreensivo que diz "estou aqui para você". Esse ambiente de amor cria a condição ideal para que as energias se encontrem, eliminando barreiras e dissipando qualquer tensão que possa estar presente.

 

Por fim, ao iniciar o trabalho de passe, uma respiração profunda e consciente ajuda a sustentar o fluxo de energia. Perceba como o corpo se adapta a essa nova vibração, buscando sempre estar em sintonia com o consulente. É nesse estado equilíbrio que o verdadeiro poder da cura se revela, permitindo que o amor se espalhe e transborde, tocando a alma do outro com delicadeza e compaixão.

 

A preparação minuciosa para o passe espiritual é mais do que um conjunto de ações: é um compromisso profundo com a espiritualidade e com a vida do consulente. Cada detalhe, desde a limpeza até a postura, contribuí para que o trabalho se torne um fluxo ininterrupto de amor e luz, guiando cada intervenção em direção à cura e ao bem-estar.

 

As técnicas de aplicação do passe espiritual transcendem a mera manipulação energética; elas são um ato de amor e entrega. Cada médium possui seu próprio estilo e conexão com as energias, e isso se reflete na forma como realiza o passe. Existem diversas maneiras de aplicar essa técnica, e aqui abordaremos algumas das mais eficazes, sempre considerando as particularidades de cada consulente.

 

Os toques diretos são uma das formas mais clássicas de realização do passe. O médium pode escolher tocar suavemente o consulente, utilizando as palmas das mãos para transferir a energia. Essa aproximação física gera um efeito imediato, permitindo que o consulente sinta o calor e a vibração positiva diretamente em seu corpo. Ao tocar a cabeça, o peito ou os ombros, o médium ativa canais de energia que contribuem para a harmonização e revitalização. No entanto, é essencial estar atento ao consentimento do consulente—respeitar o espaço do outro é primordial.

 

A imposição de mãos, que é uma técnica semelhante, pode ser realizada a uma certa distância do corpo do consulente. Aqui, o médium não necessariamente toca, mas mantém as mãos em um espaço de influência, o que permite que a energia flua de maneira sutil, sem qualquer pressão física. Essa técnica é recomendada em casos onde o consulente pode estar mais sensível à presença do corpo ou simplesmente preferir essa forma de conexão. O médium deve se concentrar em visualizar a luz fluindo através das mãos e emanando para o consulente, sentindo como essa energia se conecta e envolve.

 

A relação entre a imposição de mãos e o fluxo de energia é fundamental para compreender o processo de transmissão. O médium deve estar em um estado de entrega, permitindo que a energia flua livremente através de seu ser. É importante lembrar que, durante o passe, ocorre uma troca vibracional não apenas entre o médium e o consulente, mas também uma comunicação com as entidades que inspiram o trabalho. Essa conexão sutil pode ser sentida como um formigamento, calor ou até mesmo uma leve brisa—sinais de que as energias estão se harmonizando.

 

Durante a aplicação do passe, o médium pode se sentir guiado de diversas maneiras. Esses sinais podem se manifestar através de intuições, mudanças na temperatura do ambiente ou movimentos espontâneos das mãos. É essencial manter-se atento a essas percepções; elas ajudam a moldar o trabalho em curso. Se, por exemplo, o médium perceber que uma área do corpo do consulente apresenta mais resistência, pode ser necessário manter a intensidade da energia ali por mais tempo, permitindo um processo de liberação mais completo.

 

Conectar-se com as energias e entidades durante a aplicação do passe requer uma abertura genuína. O médium deve cultivar um estado de presença, permitindo-se sentir a força da luz que flui através de si. Meditações prévias e uma intenção focada podem amplificar essa conexão. Visualizar as entidades que o apoiam durante o processo, imaginando-as ao redor, proporciona uma sensação de segurança e encorajamento. O médium se transforma em um canal através do qual essas energias se manifestam, e essa interação é uma dança de luz e amor.

 

Em suma, a aplicação do passe é um verdadeiro ritual de cura que envolve amor, entrega e um profundo respeito pelas energias que circulam. As técnicas de toques diretos e imposição de mãos são formas palpáveis de assegurar que a energia flua de maneira harmônica, sempre sintonizando com as necessidades do consulente. Mantenha-se aberto aos sinais, deixe fluir a sua luz e permita que a magia do passe se manifeste em cada coração tocado. Essa dança de energias não só transforma vidas, como também renova almas, promovendo equilíbrio e bem-estar a todos que se permitem receber.

 

Ética e Cuidados Durante e Após o Passe

 

A prática do passe espiritual é um ato de amor e responsabilidade, e, ao mesmo tempo, uma sagrada jornada que exige respeito na sua execução. O médium que se dedica a essa atividade carrega não apenas a intenção de ajudar, mas também uma série de deveres éticos que garantem não apenas o bem-estar do consulente, mas também a integridade de todo o processo espiritual. O primeiro ponto a se considerar é a necessidade de agir sempre com empatia e respeito em relação ao consulente. Cada pessoa que entra em contato com o médium traz consigo uma bagagem única de experiências, emoções e dores. A responsabilidade do passe não é apenas técnica, mas antes tudo é um gesto de compaixão que deve ir além do momento físico.

 

Quando nos deparamos com um consulente que pode estar angustiado, ansioso ou relutante, é importante atuar com sensibilidade e acolhimento. Às vezes, o comportamento do consulente pode não ser compatível com a tranquilidade que se espera numa atividade desse tipo. Nesses momentos desafiadores, o médium deve manter uma postura de compreensão. Reconhecer que, por trás de uma energia descontrolada, há uma dor real, resulta na capacidade de modificar a atmosfera do ambiente, trazendo luz a um espaço que poderia ser pesado.

 

Por outro lado, é fundamental saber como lidar quando há evidências de energias negativas ou densas presentes no ambiente. O médium deve aprender a reconhecer esses sinais, que podem manifestar-se como frio inesperado, formigamento excessivo ou uma sensação de desconforto. Para enfrentar essas situações, uma técnica eficaz é a visualização de uma luz branca ou dourada envolvendo tanto o médium quanto o consulente, criando uma barreira protetora. Essa prática não apenas limpa as negatividades, mas também restaura a sensação de segurança e proteção necessária.

 

Finalizar um passe de forma consciente é tão importante quanto o trabalho realizado. Quando o atendimento chega ao fim, o médium deve expressar gratidão, tanto em atitudes como em palavras. Um gesto simples de agradecimento às energias e entidades que auxiliaram durante o processo é essencial. Essa prática não apenas sela a conexão estabelecida, mas também garante que as energias que por lá passaram possam retornar aos seus lugares de maneira serena e equilibrada.

 

Administrar a energia remanescente após um atendimento também é uma parte fundamental do processo. O médium deve realizar uma breve atividade de limpeza energética do espaço, mantendo um ambiente sagrado e harmonioso. Essa pode ser uma nova defumação, mas também pode ser um simples movimento, como sacudir as mãos, liberando as energias que foram coletadas. O triunfo do trabalho mediúnico não se limita apenas ao sucesso de cada passe; ele reside na continuidade desse amor e do respeito que se estabelece em cada serviço.

 

É essencial, ao final de cada sessão, fazer um momento de introspecção. Refletir sobre o que ocorreu durante o atendimento, quais sentimentos surgiram e como a interação foi. Esse exercício de autocrítica e gratidão permite que o médium se aprofunde mais em sua prática, evoluindo continuamente em sua missão.

 

Assim, o trabalho com passes espirituais é mais do que uma técnica; é uma dança sutil de energias onde a ética e o cuidado imperam. E quando encarados com amor e  responsabilidade, esses momentos se tornam experiências profundas de transformação e aprendizado, não apenas para o consulente, mas também para o médium, que se doa integralmente nesse lindo elo de luz e apoio.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

CAPÍTULO 06 DO LIVRO INSTRUÇÕES ESPIRITUALISTAS PARA MÉDIUNS INICIANTES. O trabalho na Umbanda.

 





Capítulo 6: Trabalhando em uma Maca de Energização

 

Introdução à Maca de Energização

 

A maca de energização é um espaço sagrado que se ergue como um verdadeiro altar das energias, onde a atuação mediúnica se fortalece e se intensifica. Neste ambiente, médiuns e consulentes tornam-se parte de um elo espiritual profundo, onde a conexão entre os planos físico e espiritual se torna palpável, ampliando a capacidade de cura e transformação.

 

Ao adentrar nesse mundo de luz, a maca se revela não apenas um simples objeto, mas um facilitador de um diálogo sutil e intenso entre as energias. Ela serve como um canal direcionador, permitindo que a energia que flui através de cada médium alcance o consulente com mais intensidade. O papel da maca é fundamental, pois, quando utilizada adequadamente, ela potencializa a transmissão das vibrações que, de forma amorosa e compassiva, promovem o bem-estar e a cura necessária àquele que busca alívio para suas dores.

 

A história da maca de energização está entrelaçada com a evolução das práticas na Umbanda. Desde os primeiros momentos em que médiuns e espíritos se uniram para facilitar a cura, a maca foi se estabelecendo como uma ferramenta indispensável. Era comum que trabalhadores espirituais, movidos por um forte desejo de ajudar, percebesse que um espaço designado, preparado com carinho e respeito, amplificava as energias, tornando-se um farol a iluminar os caminhos de quem buscava acolhimento.

 

Com o passar dos anos, essa prática ganhou força e respeito, transformando-se num símbolo de conexão entre o humano e o divino. O que antes era intuitivo, passou a ser reconhecido e respeitado como uma metodologia valiosa dentro da compaixão e assistência medianímica. É nesse espaço que as vibrações se tornam inebriantes, e o médium, como um canal consciente, se entrega ao seu papel, permitindo que a luz e os ensinamentos dos espíritos se manifestem de forma pura.

 

À medida que nos aprofunda na prática da maca de energização, torna-se evidente que ela não é apenas um local de atendimento, mas um ponto de encontro entre almas que buscam luz, cura e entendimento. É um lugar onde o amor é a essência que permeia cada toque, cada intenção e cada olhar. Nessa conexão genuína, novas possibilidades surgem e as barreiras entre os mundos se desvanecem, permitindo que a iluminação espiritual flua e se iguale em intensidade ao desejo de transformação de cada consulente.

 

Assim, ao iniciar este capítulo, convido-os a embarcar nessa jornada de compreensão e aprimoramento do trabalho na maca de energização. Que cada ensinamento aqui apresentado permita que vocês, médiuns e buscadores de luz, se tornem ainda mais conscientes da importância desse espaço, que é verdadeiramente mágico e transformador, um local onde juntos podemos sarar e elevar nossas almas.

 

A preparação para o trabalho na maca de energização é um passo imprescindível que não deve ser encarado de maneira superficial. O ambiente, que circunda esse espaço sagrado, precisa ser cuidadosamente considerado e cultivado. Ao entrar na sala onde a maca se encontra, é essencial que todos os médiuns se sintam protegidos e acolhidos. Portanto, o primeiro ponto a se atentar é a limpeza do local. Isso não se restringe apenas ao aspecto físico; uma limpeza energética, promovida por defumações, traz um ar de leveza e pureza, criando uma atmosfera propícia para o trabalho espiritual.

 

Ervas como a sálvia e o palo santo são elementos poderosos que podem ser utilizados nesse processo. Acender um incenso ou defumar com esses elementos aromáticos não só renova as energias, mas também traz uma proteção natural. O gesto de defumar o ambiente se transforma em uma oração silenciosa, um pedido de proteção e harmonia, fazendo com que tanto o médium quanto o consulente possam conectar-se mais facilmente às vibrações superiores.

 

Ademais, a disposição do espaço deve ser feita com carinho. A maca deve ser posicionada de forma que tenha um bom fluxo de energia ao seu redor, permitindo que a luz circule livremente. Evitar qualquer objeto que não reverbere a energia desejada é imprescindível. Cada detalhe construído no ambiente humano influencia o transcendente. Portanto, um local organizado e harmonioso ajuda a criar essa conexão desejada.

 

Agora, voltando o olhar para o médium, a preparação pessoal não pode ser negligenciada. Antes de cada atendimento, é necessário alinhar as intenções. Sintonizar-se com a luz requer meditações que abram o coração e a mente. Reservar alguns minutos para respirar profundamente pode mudar a condição interna de forma significativa, aumentando a concentração e permitindo que a energia flua sem obstáculos. A visualização é uma técnica poderosa; imaginar como uma luz branca entra pela coroa da cabeça e desce pelo corpo pode ajudar a estabelecer um estado de alinhamento perfeito.

 

Um momento especial de introspecção, combinado com um mantra pessoal ou uma oração, permite que o médium estabeleça uma intenção clara de auxílio ao consulente. É um pacto silencioso, mas poderoso, com o cosmos, prometendo amor, paciência e luz na execução de seu trabalho. Lembrar-se de que, no trabalho na maca de energização, o médium se torna um canal e um facilitador é essencial. É um convite para que as energias espirituais deem passo à frente e se manifestem por intermédio de suas mãos e seu coração.

 

A preparação para o trabalho na maca não termina apenas nessas práticas. Cada médium deve sempre estar aberto a receber intuições que podem surgir durante esse espaço de prerrogativa. A decisão de seguir esses direcionamentos é o que fortalece a relação de confiança entre o médium e as forças superiores. Portanto, essa etapa de preparação do médium e do ambiente se apresenta como um ritual inegociável no caminho da cura e da mediunidade. O sucesso do trabalho na maca de energização começa nessa sintonia, e cada cuidado manifestado reverbera durante todo o processo, resultando em um atendimento maravilhoso, marcado pelo amor e pela luz que a espiritualidade oferece a todos nós.

 

Procedimentos na Maca de Energização

 

Ao iniciar o trabalho na maca de energização, é imprescindível que o médium se posicione de maneira segura e confiante. Primeiramente, é necessário encontrar o seu espaço, um lugar onde a energia possa fluir sem obstruções. O posicionamento deve ser feito de modo a garantir que a maca esteja acessível, permitindo à entidade espiritual a livre manifestação de sua luz. As mãos, que serão os canais de transmissão da energia, devem ser mantidas baixas em um gesto de convite, como se estivessem oferecendo acolhimento à luz que chega.

 

A técnica de visualização é uma das ferramentas mais poderosas nesse momento. Antes de tudo, é fundamental respirar profundamente, permitindo que a mente se aquiete e o coração se abra. Imagine uma luz branca intensa descendo do céu e envolvendo todo o seu corpo. Essa luz é a força maior que irá ajudá-lo a canalizar as energias. Neste instante, é essencial alinhar sua intenção: “Estou aqui para servir, para ajudar no que for necessário”. Sinta essa intenção percorrer seu ser, vibrando em harmonia com o propósito maior.

 

A respiração consciente desempenha um papel vital ao longo do atendimento. Durante o processo, o médium deve estar atento ao fluxo da própria respiração, permitindo que ela se torne ritmada e serena. Essa atenção plena à respiração cria um espaço sagrado de conexão entre o médium, a maca e o consulente. Ao inalar, visualize a energia fresca vindo do Cosmos; ao exalar, libere qualquer tensão ou bloqueio que possa atrapalhar o fluir das energias. Essa dinâmica transforma o ato de respirar em um ato de meditação e purificação contínua.

 

À medida que você se prepara para canalizar a energia, é importante se ancorar nas sensações do seu corpo. Sinta o peso de suas mãos na maca, permita que essa conexão faça você perceber a energia do consulente que está ali, à sua frente. É um momento de entrega. São os sinais intuitivos que guiarão a movimentação das suas mãos. Elas irão dançar sobre o corpo da pessoa, não por imposição, mas como um compasso que segue o ritmo da energia que transita entre vocês.

 

Reconhecer e facilitar o fluxo de energia entre a maca e o consulente é essencial para o sucesso deste trabalho. É preciso prestar atenção como a energia se apresenta: quente, fria, pulsante, ou como um suave formigamento. Cada sensação é um sinal de que a conexão está se estabelecendo. Se o consulente se sentir confortável e aberto, é possível sentir a comunicação energética vibrando intensamente.

 

A troca de energia nesse sistema de cuidado é mútua, e reconhecer o papel do consulente é tão importante quanto seu papel como médium. Enquanto você atua como canal, observe a respiração dele. Um suspiro profundo pode significar que o corpo está liberando emoções, e você, nesse momento, deve fluir com essa intensidade. É na interação que as curas mais profundas acontecem, e cada sinal enviado pela energia é um convite para que o amor se manifeste.

 

À medida que o trabalho avança, lembre-se de manter o ambiente energeticamente limpo e claro. Esse é um momento sagrado, onde qualquer perturbação energética pode desestabilizar o processo. Se por acaso perceber uma energia densa ou pesada, pode ser necessário fazer um breve ajuste na posição das mãos ou até mesmo afastar-se do consulente por um instante, intensificando a intenção de limpeza, prioridade neste serviço de amor.

 

Por fim, ao finalizar o atendimento, não se esqueça de expressar sua gratidão. Agradecer pela oportunidade de servir, por cada conexão estabelecida e por toda a luz que foi compartilhada. Isso não apenas sela o vínculo criado, mas também libera o consulente para sair do espaço terapêutico fortalecido e leve, depois de ter recebido o toque da espiritualidade. O cuidado não se resume apenas ao ato de transmissão de energia, mas à construção de um espaço onde todos podem encontrar paz, força e renovação.

 

Com essas práticas bem assimiladas, o trabalho na maca de energização não será apenas uma tarefa mediúnica; será um verdadeiro culto à vida, ao amor e à transformação. E assim, a cada atendimento, você contribuirá não apenas para a cura do outro, mas para a sua própria evolução espiritual, experiência rica que traz luz e aprendizado para a jornada de todos os envolvidos.

 

A finalização do trabalho na maca de energização demanda um cuidado especial que não pode ser subestimado. Assim como o início de um atendimento carrega a profundidade da intenção e do amor, o encerramento também merece reverberar vibrações de gratidão e respeito. Após o último toque, é essencial romper as conexões estabelecidas com a mesma consideração que se teve ao formá-las.

 

Um gesto que pode ser adotado é a prática de uma oração de agradecimento, onde o médium se dirige às entidades que se manifestaram durante o trabalho. Expressar gratidão não é apenas um ritual; é um reconhecimento sincero do auxílio recebido e do acolhimento das energias que fluíram. Esse momento de reverência é vital, pois assegura que todas as partes envolvidas se sintam respeitadas. É uma forma de selar o pacto de amor e luz estabelecido, garantindo que as energias retornem aos seus lugares de maneira harmoniosa e tranquila.

 

Desfazer a conexão com o consulente deve ser feito de forma respeitosa. Usar as mãos para realizar movimentos leves e suaves sobre a maca, e ao redor da pessoa, pode ser um excelente método para restabelecer o equilíbrio. É como se, ao sacudir suavemente as mãos, o médium estivesse liberando as energias que ali foram deixadas, permitindo que o consulente se sinta novamente ancorado no mundo material.

 

A prática do silêncio também é uma aliada poderosa nesse momento de conclusão. Após o tratamento, dedicar alguns minutos à introspecção, absorvendo as experiências vividas, permite que o médium processe o que ocorreu. Observação e escuta atenta a si mesmo aumentam a capacidade de reflexão e convidam a um aprendizado mais profundo, essencial para a evolução espiritual.

 

Além disso, convidar o consulente a se expressar sobre a experiência vivida na maca é uma oportunidade de feedback tão válida quanto enriquecedora. Escutar suas impressões, suas sensações e possíveis transformações é um gesto que promove a reciprocidade e a construção de um espaço onde todos se sentem valorizados e ouvidos. Essa troca de energias, num espírito de amor e acolhimento, conecta ainda mais o mediúnico ao seu papel de guia e instrumento de auxílio.

 

Refletir sobre o trabalho realizado é fundamental. Após cada atendimento, sugerir ao médium algumas perguntas simples pode ser um bom caminho para a autocrítica construtiva: O que foi bem sucedido? Como se sentiu ao longo do processo? O que poderia ser feito de maneira diferente na próxima vez? Essas questões visam aprofundar a prática, promovendo o crescimento e a evolução do trabalhador espiritual.

 

Durante a reflexão, é importante também que o médium se permita sentir as emoções que afloram, sejam elas de alegria pela cura, compaixão pelas dores identificadas ou gratidão pelas experiências partilhadas. Cada sensação vivida é uma lição que se agrega ao seu conhecimento e à sua caminhada na mediunidade. Aceitar e reconhecer essas emoções é uma parte essencial do processo de aprender e crescer.

 

Em suma, a finalização do trabalho na maca de energização é uma etapa repleta de significado, onde gratidão, respeito e autocuidado se entrelaçam, formando a base de um processo que não termina com a última respiração do atendimento, mas continua a ressoar em cada um dos envolvidos. É na prática dessa gratidão e reflexão constante que se constrói não apenas a carreira de um médium, mas a realização de cada alma que busca luz e transformação.