"Espiritismo não é a religião do futuro, mas o futuro das religiões". ...Leon Denis

"O espiritismo é toda uma ciência, é toda uma filosofia.Quem desejar conhece-lo seriamente deve pois, como primeira condição,submeter-se a um estudo sério e persuadir-se que mais do que qualquer outra ciência, não se pode aprendê-lo brincando" Allan Kardec

"Se a religião recusa caminhar com a ciência, a ciência avança sozinha."... (Allan Kardec)

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Capítulo 02, Final . Do livro Instruções Espiritualistas para Médiuns Iniciantes. O Trabalho na Umbanda

 


Continuação....Capítulo 02

                      

                          Desmistificando Mitos e Verdades

 

Navegar pelo mundo da mediunidade é, sem dúvida, explorar um território cercado por mitos e verdades que muitas vezes se entrelaçam de maneiras intrigantes e, por vezes, desconcertantes. Entre os mais comuns, a ideia de que o médium deve ter um dom sobrenatural ou ser escolhido por forças divinas é um conceito que merece reflexão. Na verdade, a mediunidade é mais acessível do que muitos acreditam; ela reside em uma habilidade natural que pode ser desenvolvida e aprimorada por todos que se dispõem a estudar e a se conectar de forma honesta e desprendida.

 

Conforme avançamos na compreensão da mediunidade, é comum encontrar a crença de que ser médium é sinônimo de poder e controle sobre o mundo espiritual. Essa perspectiva, no entanto, é reducionista e engana. O papel do médium é, antes de tudo, de humildade e serviço. Não se trata de fazer espetáculos ou provar habilidades extraordinárias, mas sim de abrir o coração e a mente para receber as mensagens das entidades que nos guiam. O verdadeiro médium é aquele que coloca o bem-estar do próximo acima de qualquer vaidade.

 

Outro mito que perpetua medo e incerteza é o de que o trabalho mediúnico é sempre arriscado e perigoso. Essa concepção cria um estigma negativo, afastando aqueles que buscam ajuda ou que são chamados para essa missão. É fundamental entender que a mediunidade, quando praticada com ética e responsabilidade, é uma ferramenta de amor e transformação. As entidades que orientam os médiuns em seu trabalho são, na verdade, forças de luz e socorro, que atuam com compaixão em busca de aliviar sofrimentos e orientar os encarnados em suas jornadas.

 

As diferenças culturais também desempenham um papel essencial na forma como a mediunidade é percebida. Enquanto em algumas sociedades ela é celebrada e integrada à vida cotidiana, em outras é vista com desconfiança ou até mesmo aversão. Isso nos leva a refletir sobre como, muitas vezes, a falta de conhecimento é o que alimenta o medo. Portanto, é nosso dever como médiuns e espíritas promover o respeito e a educação sobre a mediunidade, permitindo que ela seja encarada sob uma luz mais acolhedora e esclarecedora.

 

Vivências concretas podem ajudar a ilustrar como a prática da mediunidade é, de fato, normal e enriquecedora. Muitas histórias de médiuns em formação revelam momentos em que desmistificaram crenças errôneas e se permitiram experimentar a mediunidade sem medos ou tabus. Um exemplo emblemático é o relato de Ana, uma jovem que descobriu sua mediunidade em um grupo de estudos. Temia inicialmente o desprezo ou críticas de amigos e familiares, mas ao se permitir vivenciar suas primeiras experiências, percebeu que a mediunidade não era um fardo, mas uma bênção que trazia alívio e conforto a muitos.

 

Neste capítulo, exploraremos mais a fundo esses mitos e verdades, desvendando a rica tapeçaria que é a mediunidade e o impacto que pode ter não apenas na vida de cada médium, mas também na sociedade como um todo. Os relatos de experiências de médiuns e as reflexões que surgem de suas vivências nos permitirão criar uma compreensão mais profunda e inclusiva sobre a mediunidade, dissociando-a do medo e da estranheza que muitas vezes a cercam.

 

Além disso, abordaremos como a autoaceitação e a coragem de explorar o desconhecido podem transformar a vida de um médium iniciante. Ter um espaço seguro através da nossa coletividade torna o processo de descoberta mais leve e gratificante. Ponderar sobre essas questões se torna não apenas um convite à reflexão, mas uma oportunidade de crescimento pessoal e espiritual que ressoa em cada coração que busca compreensão e luz na jornada mediúnica.

 

Assim, ao desmistificarmos estas ideias preconcebidas, pavimentamos o caminho para uma prática mais consciente e respeitosa da mediunidade, sempre ancorada nos princípios do amor, solidariedade e evolução espiritual. Prepare-se, pois é hora de fortalecer a conexão com essa verdade essencial e abrir-se para as novas experiências que aguardam cada um ao se aventurar na mediunidade.

 

A Conexão do Médium com o Mundo Espiritual

 

Quando falamos sobre a mediunidade, é impossível não refletir sobre a profunda e intrincada conexão que se estabelece entre o médium e as entidades espirituais. Essa ligação vai além da simples comunicação; é um diálogo vibracional que se entrelaça nas esferas do amor, da compaixão e do ensinamento. Mas como essa conexão realmente ocorre? Quais são os passos para cultivar essa relação que pode ser tão enriquecedora?

 

Uma das chaves para essa comunicação eficaz é a sintonização. O médium deve aprender a sentir e discernir as energias que o cercam. Isso não é algo que acontece da noite para o dia. Exige prática, paciência e uma disposição genuína para ouvir e perceber o que está além do mundo físico. Meditações realizadas em momentos de silêncio são cruciais. Ao dedicar tempo a esses momentos de introspecção, o médium não apenas se coloca em um estado receptivo, mas também se alinha à frequência das entidades que busca contatar.

 

Imagine, por exemplo, a prática da meditação. Enquanto o mundo ao redor se distrai e agita, o médium se aquieta. É como se ele mergulhasse em um oceano profundo, onde as vozes do além podem se manifestar sem as interferências da rotina diária. Ao fechar os olhos e concentrar-se, ele começa a sentir a presença das entidades que o cercam. O coração, então, transforma-se em um instrumento de conexão, pulsando em um ritmo que ressoa com as energias espirituais. Essa conexão íntima é onde as mensagens se revelam, e onde o médium pode assumir sua função como um canal do amor e da luz.

 

Equilibrar as emoções também é vital para essa conexão. Um médium que carrega em seu interior tumultos emocionais pode ter dificuldades em sintonizar-se com as vibrações mais sutis do mundo espiritual. É essencial que o médium trabalhe em seu autoconhecimento, entendendo suas próprias emoções e buscando formas de equilibrá-las. Por exemplo, práticas como a escrita reflexiva, onde se anota sentimentos e percepções diárias, podem ajudar a clarear a mente e liberar o que for necessário, criando assim um espaço mais leve e receptivo.

 

Um exercício que pode ser extremamente útil é o de visualização. Ao imaginar uma luz branca ou dourada envolvendo seu corpo, o médium cria um campo de proteção que filtra energias negativas, permitindo que apenas as vibrações mais elevadas possam se conectar. Essa luz também simboliza a intenção pura de auxiliar e receber—um convite aberto para que as entidades do bem se aproximem. Durante as práticas, é comum sentir uma leveza, como se a atmosfera ao redor se elevasse, criando um ambiente propício para o trabalho mediúnico.

 

Ademais, é fundamental cultivar a gratidão. Agradecer às entidades e a Deus pela oportunidade de atuar como intermediário é um gesto que fortalece esse laço. Aqui, cada interação torna-se uma oportunidade de aprendizado tanto para o médium quanto para os espíritos que buscam auxílio. Esse é um princípio essencial da Umbanda: perceber que todos estão interligados em um ciclo contínuo de amor e evolução. O simples ato de agradecer transforma energias, abrindo portas para novas compreensões e experiências.

 

À medida que o médium se aprimora em sua prática, ele desenvolverá uma conexão mais intuitiva com a espiritualidade. As interações se tornam mais suaves, e a comunicação flui com um natural conhecimento mútuo. Momento após momento, essa dança espiritual entre o visível e o invisível floresce, transformando cada sessão em uma experiência rica de amor e revelações.

 

Portanto, os próximos passos na jornada do médium não devem ser encarados apenas como aprendizados técnicos; são entregas do coração, oportunidades de crescimento espiritual e coletivas. Mantenha sempre em mente que a mediunidade é um dom que se expande à medida que é exercido com amor, responsabilidade e intenção. Facilitar essa conexão é um compromisso não só com a própria evolução, mas também com a luz que se irradia para todos aqueles que buscam conforto neste universo imenso e acolhedor.

2 comentários:

Ricardo disse...

Ótima abordagem!

Ivânia oliveira disse...

Bom dia , Luiz Eduardo. Maravilhoso !!!! Gratidão ❤️