"Espiritismo não é a religião do futuro, mas o futuro das religiões". ...Leon Denis

"O espiritismo é toda uma ciência, é toda uma filosofia.Quem desejar conhece-lo seriamente deve pois, como primeira condição,submeter-se a um estudo sério e persuadir-se que mais do que qualquer outra ciência, não se pode aprendê-lo brincando" Allan Kardec

"Se a religião recusa caminhar com a ciência, a ciência avança sozinha."... (Allan Kardec)

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Capítulo 02 . (Primeira parte) . Livro Instruções Espiritualistas para Médiuns Iniciantes. O trabalho na Umbanda

 




**Capítulo 2: O que é Mediunidade?**

 

Explorar a mediunidade é uma jornada que nos leva diretamente ao coração do espiritualismo, descrevendo a conexão entre os mundos físico e espiritual. Em sua essência, a mediunidade é um fenômeno que permeia a experiência humana, manifestando-se de diferentes maneiras e trazendo um entendimento mais amplo sobre a vida e suas interações. Ao falarmos sobre isso, não estamos nos referindo a algo sobrenatural e distante, mas a uma habilidade intrínseca que reside em muitos de nós, aguardando ser despertada e aprimorada.

 

Quando se fala em mediunidade, duas das formas mais conhecidas são a psicografia e a psicofonia. A psicografia, que envolve a escrita espontânea e muitas vezes inspirada por entidades espirituais, é um método pelo qual mensagens do além se materializam em palcos de papel e caneta. É comum vermos médiuns transcrevendo palavras que ressoam como verdades profundas e que tocam a alma de quem as lê. Já a psicofonia permite que as entidades se manifestem através da fala do médium, criando um canal de comunicação poderoso onde os ensinamentos e as orientações fluem com clareza e graça.

 

Além desses, muitas outras manifestações mediúnicas se apresentam. A incorporação é talvez uma das mais fascinantes; uma experiência onde o médium se torna um veículo para que os espíritos se conectem com o mundo físico. É um momento carregado de emoção e responsabilidade, quando um espírito utiliza o corpo do médium para transmitir mensagens, consolar ou orientar aqueles que buscam ajuda. Há também a clarividência, que habilita o médium a perceber e visualizar informações que não estão acessíveis aos olhos comuns, permitindo uma compreensão mais ampla sobre o que se passa ao nosso redor e além.

 

Cada forma de mediunidade traz uma riqueza e uma complexidade que são quase enigmáticas, conforme se desenrolam nas vidas cotidianas de médiuns e espíritas. Há histórias maravilhosas, como a de um médium que, certa noite, em uma gira, recebeu uma mensagem de amor de um espírito querido que havia partido há anos. Os presentes foram tomados pela emoção e pela certeza de que a espiritualidade está sempre próxima, apoiando e envolvendo aqueles que buscam conforto e paz. Experiências como essa são comuns e ilustram como a mediunidade pode ser uma ponte para a cura e a reconciliação.

 

É verdade que, embora a mediunidade carregue consigo um potencial imenso, ela também exige responsabilidade. Ao se tornar um médium, a pessoa assume a tarefa de atuar como um intermediário, e essa função não deve ser levada à leveza. A ética, o respeito e a sensibilidade são fundamentais nesse trabalho. O médium deve estar ciente que sua comunicação não é só um ato de expressão, mas um compromisso com aqueles que se comunicam através dele e com todos que buscam auxílio em momentos de dificuldade existencial.

 

A responsabilidade que acompanha a mediunidade é, portanto, uma das discussões mais importantes e necessárias deste capítulo. Ao iniciar essa jornada, é vital refletir sobre o peso das palavras e como elas podem afetar as vidas alheias. Relatos de médiuns iniciantes frequentemente abordam a dificuldade de lidar com essa nova realidade. Um jovem médium, ao receber a visita de um espírito em uma sessão, por exemplo, pode se sentir empolgado, mas aos poucos percebe que cada interação demanda cuidado e maturidade emocional. É um aprendizado que surge, muitas vezes, das situações desafiadoras enfrentadas, onde a humildade e a necessidade de conhecimento tornam-se ainda mais evidentes.

Por isso, a leitura deste livro se faz essencial para quem deseja abraçar a mediunidade. Não apenas a teoria, mas as histórias e experiências que aqui são compartilhadas servirão de pilares para o desenvolvimento respeitoso e ético na prática mediúnica. A mediunidade, quando cultivada com amor e responsabilidade, pode transformar não só o médium, mas todos que se cruzarem em seu caminho. Neste contexto, cabe a cada um de nós honrar esse dom, buscando sempre o aprimoramento espiritual e pessoal. É muito mais do que uma prática; é um chamado para atuar em nome do amor e da luz.

 

A mediunidade, ao ser descoberta e vivida, estabelece um novo patamar de entendimento sobre a realidade que nos rodeia e o papel que desempenhamos neste vasto universo espiritual. Trata-se de uma habilidade singular que não é apenas uma aptidão, mas uma manifestação profunda da conexão intrínseca que cada um de nós possui com o mundo além do véu. Para adentrar nesse mundo, é crucial que haja um entendimento claro das responsabilidades que vêm junto com este dom, que, embora belamente iluminado, não deve ser minimizado em relação à sua natureza sagrada.

 

Um aspecto fundamental da mediunidade é a consciência ética que deve permeá-la. Ao atuar como médium, o indivíduo não é apenas um canal, mas também um guardião de um legado espiritual que se desdobra em amor e compaixão. A postura ética de um médium deve ser uma bússola que orienta suas ações e interações. Respeitar os espíritos que se comunicam, tratar com dignidade a dor e o anseio dos que buscam ajuda, e encorajar a responsabilidade na entrega das mensagens recebidas são, sem dúvida, papéis de alta relevância.

 

É comum que médiuns iniciantes se sintam sobrecarregados com as novas experiências. O aprendizado contínuo é, portanto, vital. Relatos de aqueles que se atrevem a enfrentar desafios, retrocessos e até mesmo fraquezas se tornam essenciais para aprofundar essa discussão. Cada experiência vivida traz reflexões poderosas: quantos médiuns, ao longo de sua trajetória, enfrentaram dúvidas e incertezas sobre a autenticidade de sua missão? Eles são testemunhas vivas das lições que a mediunidade, quando bem compreendida e respeitada, oferece.

 

Ao longo deste capítulo, ilustraremos momentos em que os médiuns sentiram o peso das expectativas e, às vezes, a dificuldade de corresponder a elas. Um exemplo profundamente tocante é o de Marcos, um médium que, em suas primeiras sessões, ansiava por ajudar a todos, mas foi confrontado com seu medo de errar. Ele percebeu que a autenticidade de seu trabalho estava em ser fiel a si mesmo, em reconhecer suas limitações e em admitir que a jornada mediúnica é repleta de altos e baixos. Ao compartilhar suas inseguranças com seus mentores, se viu fortalecido em sua capacidade de ouvir e sentir as energias ao seu redor, redirecionando sua ansiedade para um canal de amor e compreensão.

 

A conexão entre médiuns e entidades espirituais não se restringe a uma simples comunicação; é um processo vibracional profundo. As energias que cercam tanto o médium quanto os espíritos influenciam os diálogos que se estabelecem, transformando cada interação em uma dança pura de sentimentos e mensagens. É necessário, então, que o médium cultive um estado interno de equilíbrio emocional. O que se busca aqui é a harmonia entre o ser humano e o espiritual, uma sinfonia que não se cria do oco, mas da preparação ativa e consciente para essa interação.

Práticas como meditação, oração e momentos de introspecção são essenciais para que o médium estabeleça essa ligação com o mundo invisível. Mediante essas práticas, o médium não apenas se prepara para abrir seu canal de comunicação, mas, ao mesmo tempo, aprende sobre si mesmo, desenvolvendo um nível maior de sensibilidade e discernimento ao lidar com as mensagens que recebe. Cada reflexão, cada momento de silêncio, se torna um passo em direção a uma comunicação mais profunda e clara.

 

Finalmente, é importante que se reconheça a natureza do aprendizado como um ciclo. Uma vez que o médium abraça a mediunidade, ele se torna parte de um círculo vasto de amor e sabedoria. A troca de experiências entre médiuns, sejam iniciantes ou mais experientes, não só enriquece sua trajetória, mas também fortalece o espírito de comunidade que deve permear a Umbanda.

 

Sim, a mediunidade é uma jornada que carrega desafios, mas cada um deles vem envolto em oportunidades de crescimento e evolução. Prepare-se, portanto, para que a luz que irrompe das experiências mediúnicas não só ilumine seus caminhos, mas também inspire aqueles que estão em busca de conexão e transformação. A mediunidade é uma via de mão dupla: ela nos transforma enquanto transformamos os outros. E assim, podemos juntos percorrer este caminho que é tanto de amor quanto de responsabilidade.

( Continua no próximo post )

 


3 comentários:

Ricardo disse...

Capítulo bastante importante! A responsabilidade mediúnica é "tema" que enseja muita reflexão.

Luiz Eduardo disse...

obrigado Ricardo , espero estar agregando valores.

Ivânia oliveira disse...

Gratidão por vc me compartilhar estes ensinamentos. Deus te abençoe sempre 🙏