Meus irmãos Paz e bem !
Estamos na semana santa,
uma semana de reflexões, de fazer um balanço nas nossas atitudes, uma semana
para olhar pra dentro de nós mesmos e perguntar:- o que estamos fazendo para
deixar o homem velho de lado e colocar o homem novo para fora? O que estamos
fazendo em prol da caridade?
O que estamos fazendo de
diferente que nós ajude a evoluir?
Vamos procurar fazer dos ensinamentos do Mestre Jesus o
nosso norte, fazer com que sua passagem por esse plano não tenha sido em
vão..busquemos nele a força que precisamos no nosso dia adia.
Mas afinal, o que é a
Páscoa?
De acordo com a Torá,
os judeus preparavam todos os anos a ceia tradicional da Páscoa, relembrando o
êxodo do Egito de seus antepassados em busca da Terra Prometida. Vinda da
palavra hebraica pesach,
Páscoa quer dizer passagem, podendo significar passagem da
escravidão para a liberdade, passagem da morte para a vida, do velho para o
novo.
Para algumas escolas religiosas,
a Páscoa encerra o sentido de ressurreição, isto é, a passagem da libertação do
espírito para a terra Prometida.
Como preparo para essa época, há um período de 40 dias (quaresma),
caracterizado por jejuns, penitências e reflexões; tristeza, dor e luto, abstinência de carne e longas orações.
Bastante suavizadas pela
Igreja a partir dos anos 1960, por ocasião do Concílio Vaticano II, essas
práticas aos poucos vão senso substituídas pela maior preocupação de se passar
aos fiéis o sentido de transformação da morte em vida, como verdadeiro símbolo
da Páscoa, a ressurreição do amor universal.
A ressurreição
de Jesus
Como espíritas, sabemos que a ressurreição de Jesus se
refere apenas ao seu aparecimento através de seu perispírito (corpo espiritual)
materializado ou não, após a morte de seu corpo físico, afinal ele mesmo
dissera que não teria vindo para derrogar as leis, no caso as divinas, eternas
e imutáveis. A Páscoa para nós representaria, então, o retorno de Jesus à vida
espiritual, interessando-nos muito mais as lições que Ele deixara através de
tantos exemplos, do que as festas, cerimônias e rituais que foram instituídos
para recordar sua passagem terrena.
Diante das comemorações da semana santa, vale a pena
salientar, contudo, algumas considerações oportunas sobre o assunto, à luz da
doutrina espírita.
Praticar o jejum ou
aplicar uma mancha de cinza no corpo, por exemplo, de forma alguma apagarão
“pecados” ou outorgarão virtudes, algo que é de teor interno, do espírito, e
que somente nós mesmos conseguiremos no decorrer de nossas várias experiências,
com muito amor, esforço e trabalho.
Os apóstolos de Jesus,
também, por exemplo, não eram adeptos do jejum, como estabelecia a tradição
judaica da época, tendo o Mestre inclusive comentado que o que de fora entra no
homem não pode contaminá-lo, porque não entraria no seu coração, mas no seu
ventre, e de lá seria portanto lançado fora, nada lhe restando na essência
espiritual.
Jesus ensinou mesmo que
é o que sai do coração do homem que contamina e não o que entra pela boca. É
que do interior do coração saem os maus pensamentos, as avarezas, a idolatria,
a inveja, a blasfêmia, a soberba e a loucura, afastando-o de Deus. (Leia-se
Marcos 7:13-23)
Jesus vitorioso
É bom lembrar ainda que
Jesus sabia, durante a realização da última ceia com os apóstolos, por ocasião
das comemorações da Páscoa judaica, que se aproximava o momento de seu retorno
à pátria espiritual. Como Jesus poderia anunciar sua despedida com tanta
segurança? Somente um espírito muito evoluído poderia ter passado por tantos
suplícios físicos e morais com tamanha coragem, fé e serenidade, dando incansavelmente
seu testemunho de amor e fraternidade, exemplos de quem sabia verdadeiramente
amar.
Ciente de sua vitória
espiritual, da sua missão cumprida através de sua vinda à Terra, não lhe cabia
o papel de derrotado, de decepções e mágoas como numa relação familiar comum
entre espíritos menos evoluídos, que vemos todos os dias pela própria
necessidade de nossos aprendizados.
Jesus não tinha o que
aprender. Por isso, embora açoitado e crucificado, contava com a resignação dos
que confiam, dos que têm o conhecimento da verdade e da justa medida do
bem-sofrer. “Não se turbe o vosso coração; na casa do meu Pai há muitas
moradas; vou prepará-los e vos levarei comigo; orai e vigiai pra não entrardes
em tentação; minha paz vos dou; se eu não for, o Consolador não virá” foram
algumas dessas lições de sabedoria que ele deixou, por amar e conhecer em
identidade com o Pai.
Daí outras belas lições;
“eu e o Pai somos um”, “podeis fazer o que eu faço e muito mais”, “não sou eu
que faço, mas o Pai que vive em mim”.
Sem a interpretação
espiritual da letra, impossível compreender a profundidade de tantos
ensinamentos.
A beleza das
lições
Inúmeros exemplos. Mas
que não foram suficientes para que a figura de Jesus não fosse senão lembrada e
relembrada na Terra como sinônimo de chagas, espinhos, sangue, desilusão,
sofrimento.
Se analisarmos sua
tarefa terrena, ficaremos emocionados, sim, mas muito mais tocados pela beleza
da imensa lição de amor e de sabedoria que representou sua vinda até nós, da
sua verdadeira comunhão com Deus por compartilhar, pelo seu grau evolutivo, das
Suas ideias. Passagens que trazem a alegria da fé, a esperança, o consolo e a
coragem dos que sabem amar.
Essa visão mais positiva
– bem oposta, aliás, àquela que nos tem sido passada, principalmente nos tradicionais
filmes reprisados nessa época da chamada Semana Santa, de dor, tristeza,
lamento, traição e desilusão –, faria com que toda a Humanidade aprendesse a
ver realmente o período da Páscoa como mais uma oportunidade de reflexão e
renovação, de estímulo para se cultivar as virtudes, porém sem culpas ou
remorsos; muito mais com a certeza de incentivo para que participemos
ativamente dessa passagem, no esforço de cada dia nesse banquete
íntimo de renovação de nós mesmos.
Esta foi a verdadeira missão
de Jesus na Terra: exemplificar, mostrar não somente a Lei, mas vivenciá-la em
sua plenitude, indicando os caminhos para melhor cumpri-la e sermos mais
felizes. Uma felicidade que não é deste mundo, dirão alguns mais afoitos,
desanimando-se, por não entenderem que esse
mundo não se refere
somente à morada terrena, mas ao mundo das coisas puramente materiais, às quais
espíritos ainda imperfeitos que somos estão sujeitos em seu caminho evolutivo,
como o livro adequado que têm à disposição para seu aprendizado.
A felicidade de que
Jesus nos fala se relaciona às aquisições espirituais. E isso é Páscoa, é
renovação. Tem por base o desenvolvimento do amor e do conhecimento, que exigem
trabalho, observação, dedicação, estudo e prática no exercício do Bem, por amor
a Deus, ao próximo e a si mesmo. E esse é o nosso desafio, base da lei para
começarmos a compreender o que seria afinal ser feliz e não estar feliz.
Essa mudança requer
renovação interior e pode até mesmo começar na Páscoa, por que não? É olhar
para dentro de si mesmo e reconhecer-se, esforçando-se para arrumar o que ainda
nos faz sofrer.
O perdão de
Jesus
Outro ponto importante a
considerar é que Jesus não perdeu uma única oportunidade para nos auxiliar na
busca dessa felicidade. Não vai trilhar por nós, e deixou isso claro. “Eu sou o
caminho, a verdade e a vida.” Sigamo-lo, então.
Ciente das nossas
imperfeições, compreendendo o nosso estado evolutivo, não haveria motivo para
nos culpar pela sua condenação e morte, para passarmos depois a adorá-lo num mea culpa sem fim como símbolo da nossa
rebeldia. Não. Ele não falou
da Boa Nova para nos conquistar pela culpa, deixando nossos corações
amargurados e apertados, sofrendo o remorso até o fim de nossos dias,
reservados à tristeza e à monotonia de uma fé imatura de pedidos e mais pedidos
de perdão. Isso não seria segui-lo.
De que serviriam tantas
clemências com tão poucas oportunidades de reformulação? Tanto Jesus sabia da
nossa inferioridade e da nossa necessidade de amor e discernimento, crianças
espirituais, tolas ainda, que ele mesmo pediu: “Pai, perdoa-lhes, porque não
sabem o que fazem!”
Meus amigos são tantos
ensinamentos, vamos nessa semana fortalecer, fazer renascer nossa Fé em Jesus, nosso irmão
nosso Mestre , nosso Guia.
Uma boa Páscoa a todos,
fiquem em PAZ !
Um comentário:
pretty nice blog, following :)
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