Certos vícios
anímicos propagam-se por vários
médiuns, que na fase
do seu desenvolvimento os
copiaram do médium
principal da instituição espírita
onde iniciaram seus
primeiros passos para o
despertamento de sua
faculdade. Trata-se, neste caso, de
um animismo coletivo,
próprio de determinados
trabalhos espíritas
doutrinários ou mediúnicos ainda
incipientes.
Quando os candidatos
a médiuns têm a sorte de
se colocar sob a
direção de outros médiuns estudiosos,
sensatos e avessos às
fórmulas, aos símbolos, às chaves
ou ao fraseado
pomposo, eles também desenvolvem sua
faculdade sem as
excrescências anímicas que tanto
obscurecem ou
ridicularizam a prática mediúnica.
Há médiuns que,
devido ao estudo incessante das
obras espíritas
e indagações esclarecedoras, progridem
tão rapidamente no
primeiro ano do seu exercício
mediúnico, que
ultrapassam em conhecimentos e
experiências aquilo
que os seus companheiros
comodistas,
preguiçosos, displicentes ou sectaristas não
conseguem em 20 anos
de trabalho. Estes últimos vivem
repetindo as
comunicações fastidiosas tantas vezes
repisadas, usando dos
velhos chavões e da eloqüência
sentenciosa de
sempre, enquanto permanece vazio de
qualquer proveito
espiritual o conteúdo do que
transmitem.
Animismo Mediunico
Do livro Mediunismo,
psicografia de Hercílio Maes.
Estudando Ramatis
qualquer proveito
espiritual o conteúdo do que
transmitem.
Pensando que o
desenvolvimento mediúnico se
resume na exclusiva
operação de "receber" espíritos
desencarnados, eles
se habituam à mesma chapa
mediúnica usada há
vários anos, enquanto se cristalizam
em um animismo improdutivo, que impede os guias de
expor qualquer
assunto novo aos encarnados, pela
impossibilidade de
atravessarem o paredão granítico de
um condicionamento
tão pobre de recursos intelectivos e
de conhecimentos
espirituais.
Em face do
"tabu" inescrutável, espécie de dogma
espírita, de que tudo
aquilo que o guia diz ou ensina deve
ser observado
religiosamente, tal como os fiéis católicos
seguem o padre, os
médiuns novatos também aceitam
cegamente e sem
qualquer pesquisa corajosa o que
expõe o médium senhor
do trabalho, que também pode
ensinar tolices à
guisa de conceitos de elevada filosofia
espiritual. Em
consequência, em breve surge o animismo
coletivo, resultando
em cópias fiéis dos mesmos chavões,
habituais de
aberturas de trabalho, das preleções
pomposas, dos
cacoetes mediúnicos e os tons de voz
dramática e
altissonante.
- Ramatis
Artigo extraído do JORNAL CRUZEIRO -08 Agosto 2012
CEU ESPERANÇA
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