sábado, 22 de março de 2014

Vamos trabalhar


 

Bom dia meus irmãos !

Paz e bem !

Meus amigos ,muitos irmãos têm o péssimo hábito de reclamar no seu dia a dia de ter que sair para trabalhar, quando na verdade deveríamos agradecer pela graça de termos um trabalho, uma maneira de ganhar o pão de cada dia, o pataco que nos sustenta. Sendo assim, resolvi fazer uma coletânea à partir do livro dos espíritos de Kardec, sobre o que esses nossos irmãos nos ensinam sobre o trabalho, a sugestão é que cada citação não seja simplesmente lida (com a pressa que caracteriza nossos dias), mas que possamos dedicar alguns segundos para a reflexão em torno de cada uma delas. Essa, aliás, é justamente uma recomendação do nosso Léon Denis. Ele disse: “É necessário escolhermos com cuidado nossas leituras, depois amadurecê-las e assimilar-lhes a quintessência. Em geral lê-se demais, lê-se depressa e não se medita.

Sendo assim vamos a nossa leitura...

674. A necessidade do trabalho é lei da Natureza?

“O trabalho é lei da Natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os gozos.”

675. Por trabalho só se devem entender as ocupações materiais?

“Não; o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho.”

676. Por que o trabalho se impõe ao homem?

“Por ser uma consequência da sua natureza corpórea. É expiação e, ao mesmo tempo, meio de aperfeiçoamento da sua inteligência. Sem o trabalho, o homem permaneceria sempre na infância, quanto à inteligência. Por isso é que seu alimento, sua segurança e seu bem-estar dependem do seu trabalho e da sua atividade. Ao extremamente fraco de corpo outorgou Deus a inteligência, em compensação. Mas é sempre um trabalho.”

677. Por que provê a Natureza, por si mesma, a todas as necessidades dos animais?

“Tudo em a Natureza trabalha. Como tu, trabalham os animais, mas o trabalho deles, de acordo com a inteligência de que dispõem, se limita a cuidarem da própria conservação. Daí vem que o do homem visa duplo fim: a conservação do corpo e o desenvolvimento da faculdade de pensar, o que também é uma necessidade e o eleva acima de si mesmo. Quando digo que o trabalho dos animais se cifra no cuidarem da própria conservação, refiro-me ao objetivo com que trabalham. Entretanto, provendo às suas necessidades materiais, eles se constituem, inconscientemente, executores dos desígnios do Criador e, assim, o trabalho que executam também concorre para a realização do objetivo final da Natureza, se bem quase nunca lhe descubrais o resultado imediato.”

678. Em os mundos mais aperfeiçoados, os homens se acham submetidos à mesma necessidade de trabalhar?

“A natureza do trabalho está em relação com a natureza das necessidades. Quanto menos materiais são estas, menos material é o trabalho. Mas, não deduzais daí que o homem se conserve inativo e inútil. A ociosidade seria um suplício, em vez de ser um benefício.”

679. Achar-se-á isento da lei do trabalho o homem que possua bens suficientes para lhe assegurarem a existência?

“Do trabalho material, talvez; não, porém, da obrigação de tornar-se útil, conforme aos meios de que disponha, nem de aperfeiçoar a sua inteligência ou a dos outros, o que também é trabalho. Aquele a quem Deus facultou a posse de bens suficientes a lhe garantirem a existência não está, é certo, constrangido a alimentar-se com o suor do seu rosto, mas tanto maior lhe é a obrigação de ser útil aos seus semelhantes, quanto mais ocasiões de praticar o bem lhe proporciona o adiantamento que lhe foi feito.”

680. Não há homens que se encontram impossibilitados de trabalhar no que quer que sja e cuja existência é, portanto, inútil?

“Deus é justo e, pois, só condena aquele que voluntariamente tornou inútil a sua existência, porquanto esse vive a expensas do trabalho dos outros. Ele quer que cada um seja útil, de acordo com as suas faculdades.” (643)

681. A lei da Natureza impõe aos filhos a obrigação de trabalharem para seus pais?

“Certamente, do mesmo modo que os pais têm que trabalhar para seus filhos. Foi por isso que Deus fez do amor filial e do amor paterno um sentimento natural. Foi para que, por essa afeição recíproca, os membros de uma família se sentissem impelidos a ajudarem se mutuamente, o que, aliás, com muita frequência se esquece na vossa sociedade atual.” (205)  .
“Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também." – Jesus. (João, capítulo 5, versículo 17)

“Portanto, meus irmãos, estai firmes e constantes, crescendo sempre na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.” (Paulo — 1ª Epístola aos Coríntios, capítulo 15, versículos 48 a 55)

“Desde que se encontre em condições orgânicas favoráveis, dedicar-se ao exercício constante de uma profissão nobre e digna. O engrandecimento da vida exige o tributo individual ao trabalho.” (André Luiz/Chico Xavier, Conduta Espírita, Cap. 8)

“O trabalho é, ao lado da oração, o mais eficiente antídoto contra o mal, porquanto conquista valores incalculáveis com que o espírito corrige as imperfeições e disciplina a vontade. O momento perigoso para o cristão decidido é o do ócio, não o do sofrimento nem o da luta áspera.” (Joanna de Angelis/Divaldo Pereira Franco, As Leis Morais da Vida, Cap. 7)

“O trabalho se alicerça nas leis de Amor que regem o Universo. Trabalha o verme no solo, o homem na Terra e o Pai nas Galáxias. A vida é um hino à dinâmica do trabalho. Não há na Natureza o ócio. O aparente repouso das coisas traduz a pobreza dos sentidos humanos. A vida se agita em toda parte. O movimento é lei universal em tudo presente.” (Joanna de Angelis/Divaldo Pereira Franco, As Leis Morais da Vida, Cap. 7)

“Seja qual seja o seu problema, o trabalho será sempre a sua base de solução. Não existe processo de angústia que não se desfaça ao toque do trabalho. Diante de qualquer sofrimento o trabalho é o nosso melhor caminho para a libertação. O segredo da paz íntima é agir um tanto mais além das nossas supostas possibilidades na construção do bem.” (André Luiz/Chico Xavier, Respostas da Vida, Cap. 24)

“A câmara fotográfica nos retrata por fora, mas o trabalho nos retrata por dentro.” (André Luiz/Chico Xavier, Sinal Verde, Cap. 17)

“Nos círculos mais elevados do espírito, o trabalho não é imposto. A criatura consciente da verdade compreende que a ação no bem é ajustamento às Leis de Deus e a ela se rende por livre vontade. Por isso, nos domínios superiores, quem serve avança para os cimos da imortalidade radiosa, reproduzindo dentro de si mesmo as maravilhas do Céu que nos rodeia a espelhar-se por toda parte.” (Emmanuel/Chico Xavier, Pensamento e Vida, Cap. 7)

“A cada momento, o Criador concede a todas as criaturas a bênção do trabalho, como serviço edificante, para que aprendam a criar o bem que lhes cria luminoso caminho para a glória na Criação. Não permitas, portanto, que o repouso excessivo te anule a divina oportunidade.” (Emmanuel/Chico Xavier, Religião dos Espíritos, Cap. 46)

“Se a injúria te persegue, trabalha servindo, e o sarcasmo far-se-á reconhecimento. Se a calúnia te apedreja, trabalha servindo, e a ofensa converter-se-á em louvor. Se a mágoa te alanceia, trabalha servindo, e a dor erguer-se-á por utilidade. Se o obstáculo te aborrece, trabalha servindo, e o embaraço surgirá por lição.” (Emmanuel/Chico Xavier, Religião dos Espíritos, Cap. 46)

“O trabalho dos que trabalham servindo chama-se humildade e benevolência, esperança e otimismo, perdão e desinteresse, bondade e tolerância, caridade e amor, e, somente através dele, o espírito caminha, na senda de ascensão, em harmonia com as leis de Deus.” (Emmanuel/Chico Xavier, Religião dos Espíritos, Cap. 46)

“Seja alegre e otimista! Quando se dirigir a seu trabalho, faça-o de coração alegre. O trabalho que você executa é digno de sua pessoa. Por menor que pareça, é de suma responsabilidade para você e para o mundo. Não se esqueça jamais de agradecer a Deus o trabalho que lhe proporciona o pão de cada dia. Chegue ao local do trabalho com o coração feliz, e o trabalho se tornará um passatempo, um estimulante, que lhe trará, cada novo dia, imensas alegrias e felicidades incalculáveis.” (Carlos Torres Pastorino, Minutos de Sabedoria, Cap. 72)

 texto de Léon Denis:

“O trabalho é uma lei para as humanidades planetárias, assim como para as sociedades do espaço. Desde o ser mais rudimentar até os Espíritos angélicos que velam pelos destinos dos mundos, cada um executa sua obra, sua parte, no grande concerto universal.

Penoso e grosseiro para os seres inferiores, o trabalho suaviza-se à medida que o Espírito se purifica. Torna-se uma fonte de gozos para o Espírito adiantado, insensível às atrações materiais, exclusivamente ocupado com estudos elevados.

É pelo trabalho que o homem doma as forças cegas da Natureza e preserva-se da miséria; é por ele que as civilizações se formam, que o bem-estar e a Ciência se difundem.

O trabalho é a honra, é a dignidade do ser humano. O ocioso que se aproveita, sem nada produzir, do trabalho dos outros não passa de um parasita. Quando o homem está ocupado com sua tarefa, as paixões aquietam-se. A ociosidade, pelo contrário, instiga-as, abrindo-lhes um vasto campo de ação. O trabalho é também um grande consolador, é um preservativo salutar contra as nossas aflições, contra as nossas tristezas. Acalma as angústias do nosso espírito e fecunda a nossa inteligência. Não há dor moral, decepções ou reveses que não encontrem nele um alívio; não há vicissitudes que resistam à sua ação prolongada. O trabalho é sempre um refúgio seguro na prova, um verdadeiro amigo na tribulação. Não produz o desgosto da vida. Mas quão digna de piedade é a situação daquele a quem as enfermidades condenam à imobilidade, à inação! E quando esse ser experimenta a grandeza, a santidade do trabalho, quando, acima do seu interesse próprio, vê o interesse geral, o bem de todos e nisso também quer cooperar, eis então uma das mais cruéis provas que podem estar reservadas ao ser vivente.

Tal é, no espaço, a situação do Espírito que faltou aos seus deveres e desperdiçou a sua vida. Compreendendo muito tarde a nobreza do trabalho e a vileza da ociosidade, sofre por não poder então realizar o que sua alma concebe e deseja.

O trabalho é a comunhão dos seres. Por ele nos aproximamos uns dos outros, aprendemos a auxiliarmo-nos, a unirmo-nos; daí à fraternidade só há um passo. A Antigüidade romana havia desonrado o trabalho, fazendo dele uma condição de escravatura. Disso resultou sua esterilidade moral, sua corrupção, suas insípidas doutrinas.

A época atual tem uma concepção da vida muito diferente. Encontra-se já satisfação no trabalho fecundo e regenerador. A filosofia dos Espíritos reforça ainda mais essa concepção, indicando-nos na lei do trabalho o germe de todos os progressos, de todos os aperfeiçoamentos, mostrando-nos que a ação dessa lei estende-se à universalidade dos seres e dos mundos. Eis por que estávamos autorizados a dizer: Despertai, ó vós todos que deixais dormitar as vossas faculdades e as vossas forças latentes! Levantai-vos e mãos à obra! Trabalhai, fecundai a terra, fazei ecoar nas oficinas o ruído cadenciado dos martelos e os silvos do vapor. Agitai-vos na colméia imensa. Vossa tarefa é grande e santa. Vosso trabalho é a vida, é a glória, é a paz da Humanidade. Obreiros do pensamento, perscrutai os grandes problemas, estudai a Natureza, propagai a Ciência, espalhai por toda parte tudo o que consola, anima e fortifica. Que de uma extremidade a outra do mundo, unidos na obra gigantesca, cada um de nós se esforce a fim de contribuir para enriquecer o domínio material, intelectual e moral da Humanidade!” (Léon Denis, Depois da Morte, Cap. 52)

Assim, vemos que o trabalho, lei da vida, essência da natureza, é poderoso antídoto e eficaz medicamento para os seguintes males: angústia, depressão, tristeza, pobreza, obsessão, consciência culpada, baixa auto-estima, pessimismo, solidão, entorpecimento das faculdades da alma, vícios, crimes etc, etc...

Em síntese, o trabalho é uma bênção. Não é sem razão que Kardec tinha por lema: “Trabalho, Solidariedade e Tolerância”.

Muita paz!

 

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