segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Temos que Perseverar!
Perseverança - É a firmeza ou constância num sentimento, numa resolução, num trabalho, apesar das dificuldades e dos incômodos. É a virtude que contribui para o êxito na vida humana.
A perseverança compreende a continuidade nos esforços feitos na mesma linha, sem o qual o empreendimento humano está fadado à esterilidade. Quando observamos que muitos planos não se concretizam é porque o poder de realização não correspondeu à faculdade de concepção.
Para tanto, há diversas frases de consolo e estímulo: "Deus está com os que perseveram"; "Aquele que perseverar até o fim, será salvo"; "Não interessa o que se trata de levar a termo: o que importa é perseverar até o fim"; "Somos precipitados, quando dizemos que a natureza nos negou isso ou aquilo. Um pouco mais de constância, e o resultado será oposto"; "Todas as estradas da vida têm os seus espinhos. Se entrares numa delas, prossegue, porque retroceder é covardia"; "Poucas são as coisas por si próprias impossíveis; e o que freqüentemente nos falta não são os meios para obtê-las, é a constância".
OBSTÁCULOS À PERSEVERANÇA
1) Rotina – É o principal obstáculo. Uma ruptura do automatismo, por insignificante que seja, abre um caminho. Liberta o pensamento e tonifica o psiquismo superior. Importa detectar os automatismos que alimentam a nossa inércia.
2) Desânimo – É a grande arma dos Espíritos das trevas, porque ela quebra a faculdade mestra, que é a chave do homem, ou seja, a vontade. A preguiça moral, o gosto da comodidade e a instabilidade do humor são outros tantos fatores do desânimo.
3) Medo da mudança – Todo o esforço desacostumado é penoso e por isso dá nascimento a uma idéia de incapacidade de avançar. Após muitos automatismos guardados em nosso subconsciente, ficamos paralisados e não nos pomos em marcha para o novo, para o que possa nos trazer algum progresso de nossa alma. (Courberive,1960).
A verdadeira vontade não é desejo, é autodeterminação refletida.
Preferimos vegetar numa mediocridade aceita, a elevar-nos a uma situação melhor à custa de trabalhos metódicos e perseverantes. Para muitos seres humanos, a felicidade consiste na lei do menor esforço, na rotina e no torpor. Isso equivale a matar a vida interior, porque, para estar vivo, o espírito deve sempre se renovar por um trabalho contínuo.
Para que haja perseverança deve haver também a concentração, ou seja, focalizar nossa atenção sobre um único ponto e partir ao seu encalço, pois olhando muitas coisas ao mesmo tempo, prestamos menos atenção a cada uma em particular.
O CONHECIMENTO DA DOUTRINA ESPÍRITA
O que caracteriza o estudo sério é a continuidade. Quem quiser estudar uma ciência deverá fazê-lo de maneira metódica. Ir do simples para o complexo, do conhecido para o desconhecido. O estudo da Doutrina Espírita deve ser feito por homens sérios, perseverantes, isentos de prevenções e animados de uma firme e sincera vontade de chegar a um resultado.
"Se quereis respostas sérias sede sérios vós mesmos, em toda a extensão do termo e mantende-vos nas condições necessárias: somente então obtereis grandes coisas. Sede, além disso, laboriosos e perseverantes em vossos estudos, para que os Espíritos superiores não vos abandonem como faz um professor com os alunos negligentes". (Kardec, 1995, Introdução, VIII)
O DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO
O desenvolvimento da mediunidade é um trabalho lento e perseverante, pois no começo podem surgir problemas diversos que nos fazem desistir do intento almejado. É preciso, pois, perseverar, ser constante e aplicar. Esta admoestação é feita principalmente para aqueles que começam a freqüentar uma Casa Espírita. Nessas circunstâncias, os Espíritos menos evoluídos tentam inibir os nossos primeiros passos rumo ao nosso aperfeiçoamento espiritual. Eles nos dificultam de várias maneiras: inspiram algum parente para nos visitar – justamente na hora que estamos nos aprontando para sair, algum contratempo de trânsito, um mal-estar momentâneo etc. Aprendamos a nos desvencilhar desses empecilhos.
A EVOCAÇÃO DE ESPÍRITOS
Os Espíritos não estão sempre ao nosso dispor. Embora eles nos influenciem os pensamentos, não é a toda hora que estão dispostos a se comunicarem conosco. Eles, muitas vezes, estabelecem dia e hora para que não haja perda de tempo, nem para eles que têm muito que fazer e nem para nós que também temos os nossos compromissos com o exercício da profissão e com os deveres de cada dia. Assim, mesmo que não estejamos conseguindo uma comunicação mediúnica, devemos prosseguir, porque é a continuidade do trabalho que mostra o nosso progresso, mesmo que ainda não estejamos colhendo o que estamos buscando.
"A conseqüência da vida futura decorre da responsabilidade dos nossos atos. A razão e a justiça nos dizem que, na distribuição da felicidade a que todos os homens aspiram, os bons e os maus não poderiam ser confundidos. Deus não pode querer que uns gozem dos bens sem trabalho e outros só o alcancem com esforço e perseverança". (Kardec, 1995, pergunta 962). Este comentário de Allan Kardec mostra que o nosso empenho em fazer o bem, apesar de todas as dificuldades terá a sua conseqüência. Por isso mesmo não é conveniente ficarmos nos comparando com outros e com aqueles que sobem e se locupletam à custa da ignorância alheia. Mais dias ou menos dias seremos cobrados pelo que fizemos.
CONCLUSÃO
A perseverança em nossos propósitos mais lídimos é um apanágio para a nossa alma enfermiça. Ela nos traz o sentimento do dever cumprido. Assim, em qualquer dificuldade, lembremo-nos da frase de Jesus: "Não tema, crê".
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
COUBERIVE, J. de. O Domínio de Si Mesmo. Tradução de M. Cecília de M. Duprat. 2.ed., São Paulo: Paulinas, 1960
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.
XAVIER, F. C. Pão Nosso, pelo Espírito Emmanuel. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977
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