"Espiritismo não é a religião do futuro, mas o futuro das religiões". ...Leon Denis

"O espiritismo é toda uma ciência, é toda uma filosofia.Quem desejar conhece-lo seriamente deve pois, como primeira condição,submeter-se a um estudo sério e persuadir-se que mais do que qualquer outra ciência, não se pode aprendê-lo brincando" Allan Kardec

"Se a religião recusa caminhar com a ciência, a ciência avança sozinha."... (Allan Kardec)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Mediunidade


1-INTRODUÇÃO



A doutrina espírita esclarece-nos de que a MEDIUNIDADE NÃO É UM PRIVILÉGIO, sendo apenas uma faculdade com bases no próprio organismo do ser encarnado, em suas interações com o períspirito.


Por ser uma faculdade pertencente a uma fisiologia específica do ser humano, SER MÉDIUM NÃO IMPLICA EM SER MAIS EVOLUÍDO, NEM PORTADOR DE MORAL E ÉTICA ELEVADAS.


Por essa razão, frequentemente encontramos pessoas de moral duvidosa dotadas com expressivas possibilidades mediúnicas, enquanto outras, de conduta irrepreensível, não produzem nenhum tipo de fenômeno.


Na categoria das pessoas de moral duvidosa incluímos todos aqueles de qualquer religião, seita, doutrina, filosofia, ou movimento espiritualista, que utilizam o fenômeno mediúnico para induzirem o próximo, a determinadas atitudes visando seus interesses inconfessáveis: os falsos profetas previstos por Jesus de Nazaré.


Portanto, ninguém é “santo” ou “ escolhido de Deus” simplesmente por ser médium.


2-RESPONSABILIDADE DO MÉDIUM NAS COMUNICAÇÕES:


Comumente o médium se deixa sugestionar pelos Espíritos rebeldes ou menos esclarecidos e sob a sua influência, extravasam no campo físico, suas impressões de desequilíbrio de que o comunicante se faz portador, ALEGANDO SEREM MEROS INSTRUMENTOS NAS MÃOS DOS ESPÍRITOS.


Tal se verifica porque o médium finge ignorar a sua responsabilidade na manifestação mediúnica. Confundindo a natureza do próprio fenômeno de que se faz portador, diz-se mero FANTOCHE dirigido por mãos invisíveis, o que não é verdade, pois MEDIUNIDADE É SINTONIA.


Qualquer que seja o motivo que leva o médium a permitir excessos, sem qualquer controle de sua parte, denota que ele, embora detentor de faculdades mediúnicas, ainda não se compenetrou de suas responsabilidades e não se dedica ao estudo doutrinário e aperfeiçoamento moral, indispensável ao melhor desempenho de sua tarefa.


Apenas a título de exemplo, quanto à conduta do médium em transe de psicofonia, André Luiz nos recomenda, em sua obra CONDUTA ESPÍRITA: “Controlar as manifestações mediúnicas que veicula, reprimindo, quanto possível, respiração ofegante, gemidos, gritos e contorções, batimento de mãos e pés ou quaisquer gestos violentos”.


3-O ESTADO MENTAL/EMOCIONAL DO MÉDIUM


No exemplo acima citado é compreensível que um espírito desencarnado em desequilíbrio, sugira ao médium: gritos, contorções, batimentos de mãos e pés ou outros gestos violentos, no entanto, cabe ao medianeiro, opor a estas sugestões, atitudes moderadas e equilibradas, as quais, coibindo a violência do comunicante, funcionam à guisa de alerta para o próprio Espírito, facilitando assim o esforço para sua orientação.


Por isso, em uma mesma reunião, com um mesmo Espírito se comunicando através de dois médiuns distintos, pode se verificar o seguinte:


I - O primeiro médium afiniza-se com os desequilíbrios do desencarnado, em decorrência do seu estado íntimo desarmonizado, dando expansão as atitudes intempestivas do espírito, dificultando os recursos esclarecedores que estão sendo disponibilizados ao enfermo espiritual;


II - O segundo médium, espiritualizado, irradia, naturalmente, vibrações de paz e harmonia que envolve beneficamente o comunicante. A tarefa da equipe espiritual e mediúnica é grandemente facilitada pela condição íntima do médium.


Lembremos mais uma vez André Luiz, que diz, em sua obra Desobsessão: “Ainda mesmo um médium absolutamente sonâmbulo, incapaz de guardar lembranças posteriores ao socorro efetuado, semi-desligado de seus implementos físicos, dispõe de recursos para governar os sentidos corpóreos de que o Espírito comunicante se utiliza, capacitando-se, por isso, com o auxílio dos instrutores espirituais, a controlar devidamente as manifestações”.


4-A EDUCAÇÃO MEDIÚNICA CONTINUADA


Mediunidade NÃO SE DESENVOLVE, EDUCA-SE. Esse é o grande escopo no qual se baseia a Doutrina Espírita, para esclarecer o ser humano quanto às suas potencialidades psicobiofísicas.


A proposta de Allan Kardec, e dos espíritos que o orientaram na Codificação, é a de unir TEORIA E PRÁTICA, ou seja, conhecer para poder praticar com segurança.


O LIVRO DOS MÉDIUNS é um verdadeiro manual sobre a mediunidade, e pode ser compreendido por qualquer pessoa, desde que disposto ao estudo sério do fenômeno mediúnico.


5-CONSIDERAÇÕES FINAIS


A mediunidade de incorporação inconsciente ainda existe, mas é raríssima. Na atualidade, não se concebe deixar os iniciantes com a falsa idéia de que, incorporados por um espírito, sua mente se apagará temporariamente.


Terminamos o presente estudo, citamos o mestre Kardec, elucidando-nos quanto à realidade da influência recíproca entre encarnados e desencarnados: “ os espíritos que nos cercam não são passivos: formam uma população essencialmente inquieta, que pensa e age sem cessar, que nos influencia, mal grado nosso, que nos excita e nos dissuade, que nos impulsiona para o bem ou para o mal, o que não nos tira o livre-arbítrio mais que os bons ou maus conselhos que recebemos de nossos semelhantes. Entretanto, quando os Espíritos imperfeitos solicitam alguém a fazer uma coisa má, sabem eles muito bem a quem se dirigem e não vão perder o tempo onde vêem que serão mal recebidos; eles nos excitam conforme as nossas inclinações ou conforme os germens que em homem firme nos princípios do bem não lhes serve de presa”.


Retirado de www.magnifica.com.br/espiritismo/estudos/mecanismos_da_mediunidade.asp (com alterações)





quinta-feira, 14 de julho de 2011

ESCLARECIMENTO

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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Espiritismo e ciência


Tanto Allan Kardec quanto André Luiz reconhecem o caráter complementar entre a Ciência e o Espiritismo. Porém eles orientam quanto aos cuidados e precauções na pesquisa espírita ligada à Ciência.


“O Espiritismo e a Ciência se complementam reciprocamente; a Ciência, sem o Espiritismo, se acha na impossibilidade de explicar certos fenômenos só pelas leis da matéria; ao Espiritismo, sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação”[1].


Por essas palavras de Kardec no ítem 16 do Cap. I, em A Gênese, muitas pessoas podem imaginar que o Espiritismo necessita da Ciência para ser comprovada. Porém uma análise mais profunda [2-4] mostra que o Espiritismo é uma Ciência legítima cujo valor necessariamente não depende de outras ciências já que reúne em um corpo de doutrina o que estava esparso; explica com os termos próprios, o que só era dito em linguagem alegórica; poda o que a superstição e a ignorância engendram, para só deixar o que é real e positivo. Esse o seu papel o de fundadora não lhe pertence. Mostra o que existe, coordena, porém não cria, por isso que suas bases são de todos os tempos e de todos os lugares [5].Além disso, uma explicação para essa afirmativa de Kardec aparece em seguida à frase acima, no mesmo ítem do Cap. I de A Gênese[1]: “O estudo das leis da matéria tinha que preceder o da espiritualidade, porque a matéria é que primeiro fere os sentidos. Se o Espiritismo tivesse vindo antes das descobertas científicas, teria abortado, como tudo quanto surge antes do tempo.” Kardec, assim, explica a dependência que o Espiritismo teve com o desenvolvimento das ciências materiais. Elas deveriam vir antes de modo que as idéias pudessem ser preparadas para o advento do Espiritismo.







No ítem 18 do Cap. I do mesmo livro[1], Kardec afirma: “O Espiritismo, tendo por objeto o estudo de um dos elementos constitutivos do Universo, toca forçosamente na maior parte das ciências; só podia, portanto, vir depois da elaboração delas; nasceu pela força mesma das coisas, pela impossibilidade de tudo se explicar com o auxílio apenas das leis da matéria.”.






Desta forma fica claro que não são os conceitos da Física, Química e Biologia que devem confirmar ou comprovar os princípios básicos do Espiritismo. Isso está presente nas seguintes palavras de Kardec no item VII da Introdução de O Livro dos Espíritos[5]: “A Ciência, propriamente dita, é, pois, como ciência, incompetente para se pronunciar na questão do Espiritismo: não tem que se ocupar com isso e qualquer que seja o seu julgamento, favorável ou não, nenhum peso poderá ter.”






No entanto, mesmo conhecendo essas afirmativas, ao nosso ver, muito claras de Kardec, vários irmãos nossos têm conferido enorme valor a resultados de pesquisas científicas, mormente na área de Física, como sendo resultados que comprovam os princípios espíritas quando, uma análise mais séria e profissional nos mostra que isso não é verdade. Existe, não só no meio espírita, uma excessiva valorização da Física Quântica como sendo a teoria científica que vai confirmar a existência de Deus e/ou do Espírito. Confrades valorosos, entusiasmados com as perplexidades que a Física Moderna apresenta, agem, sem o saberem, de forma imprudente ao supervalorizarem algumas teorias da Física como favoráveis ao Espiritismo. Um exemplo é a afirmativa de que “A Física Quântica está em busca da partícula divina”. Cita-se mesmo cientistas premiados com o Nobel, como o Dr. Leon Lederman que afirma que a ciência está “procurando a partícula divina” a partir da qual todas as outras seriam constituídas. O que não se percebe é que estes cientistas não estão procurando Deus mas sim estão querendo encontrar a partícula que seja a “causa primária” de todas as outras o que eliminaria, por sua vez, a idéia da necessidade de um Criador Divino.






Em seu livro intitulado O Universo Auto consciente [6], o Prof. Goswami [12], propõe a existência de uma consciência maior como solução para os paradoxos que os fenômenos quânticos apresentam. Uma característica dessa consciência é ser de caráter coletivo. É importante frisar que as propostas do Prof. Goswami ainda não foram aceitas pela comunidade científica. Porém ele tem recebido apoio dos grupos espiritualistas em geral. Mesmo sendo uma proposta embasada de forma mais séria nos conhecimentos científicos, a interpretação do Prof. Goswami não considera a existência da nossa consciência individual. A Doutrina Espírita é clara a esse respeito: “ Os Espíritos são a individualização do princípio inteligente...” ( questão 79 de O Livro dos Espíritos [5] ). É preciso estudar e analisar como o espírito se caracterizaria perante essa consciência maior e se as propostas dele estão em desacordo com outros princípios espíritas. Esse estudo necessita ser feito antes de afirmarmos que a proposta dele “prova” alguma idéia espírita.






O problema dessas propostas e das teorias da Física Moderna como a Teoria das Supercordas e o Modelo Padrão é o alto nível de teoricidade desses modelos. É muito difícil, para não dizer quase impossível, verificar-se experimentalmente os resultados destas teorias. Existe uma expectativa de se encontrar uma “Teoria Final”ou “Teoria de Tudo” que fosse absoluta no sentido de ser a base da existência de tudo no universo. Num artigo[7] publicado na Revista Brasileira de Ensino de Física, uma pesquisa foi realizada com a comunidade de físicos brasileiros sobre o que eles pensam a respeito dessas teorias “Final” e “de Tudo”. Os resultados mostraram que a maioria dos físicos brasileiros não concorda com a existência de uma teoria absoluta para tudo. Se os físicos, que são os profissionais no assunto, não aceitam ainda essas teorias de forma absoluta, como é que nós espíritas podemos dar crédito a elas? Se essas teorias ainda são de difícil comprovação experimental, como nós espíritas podemos nos basear nelas para afirmar, por exemplo, que “o espaço-tempo negativo corresponde ao mundo espiritual” ? Isso tudo, sem contar que essas teorias modernas em Física estão constantemente sendo renovadas e alteradas enquanto que não procuramos sequer saber sobre por que o Espiritismo permanece com sua base formada , porém aberto a todo e qualquer tipo de ação ao longo dos seus mais de 150 anos.






Citamos, mais uma vez Kardec no ítem 14 do Cap. I de A Gênese[1]: “Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as ciências positivas, aplicando o método experimental.(...) É, pois, rigorosamente exato dizer-se que o Espiritismo é uma ciência de observação e não produto da imaginação. As ciências só fizeram progressos importantes depois que seus estudos se basearam sobre o método experimental; até então, acreditou-se que esse método também só era aplicável à matéria, ao passo que o é também às coisas metafísicas.”






E ainda no ítem VII da Introdução de O Livro dos Espíritos [5]: “Desde que a Ciência sai da observação material dos fatos, em se tratando de os apreciar e explicar, o campo está aberto às conjeturas. Cada um arquiteta o seu sistemazinho, disposto a sustentá-lo com fervor, para fazê-lo prevalecer. Não vemos todos os dias as mais opostas opiniões serem alternativamente preconizadas e rejeitadas, ora repelidas como erros absurdos, para logo depois aparecerem proclamadas como verdades incontestáveis? Os fatos, eis o verdadeiro critério dos nossos juízos, o argumento sem réplica. Na ausência dos fatos, a dúvida se justifica no homem ponderado.”


Essas duas citações mostram claramente que Kardec sempre priorizou o método experimental como reveladora da verdade. Teorias, por mais bonitas e engenhosas, serão sempre teorias se não puderem explicar e prever os fatos. Utilizar-se de teorias físicas ainda muito teóricas para confirmar o Espiritismo é agir de forma precipitada e contrária ao que ensinou Allan Kardec.






Acredito que muitos irmãos nossos no movimento espírita se motivaram a procurar relações entre o Espiritismo e essas teorias devido, também, ao trabalho de André Luiz. O que não se percebeu, foi que André Luiz foi muito cauteloso em apresentar suas idéias. Estamos falando a respeito do livro Mecanismos da Mediunidade[9]. Neste livro, André Luiz propõe a explicação para os mecanismos dos processos mediúnicos utilizando-se os conceitos mais modernos de Física, à época da 1a. edição do livro. O que acreditamos ter escapado à análise da maioria das pessoas, foram os cuidados que André Luiz deixou claro no prefácio escrito por ele, intitulado “Ante a Mediunidade”. No oitavo parágrafo, André Luiz afirma: “(...) Aliás, quanto aos apontamentos científicos humanos, é preciso reconhecer-lhes o caráter passageiro, no que se refere à definição e nomenclatura, atentos à circunstância de que a experimentação constante induz os cientistas de um século a considerar, muitas vezes, como superado o trabalho dos cientistas que os precederam.”






E acrescenta no parágrafo seguinte que: “Assim, as notas dessa natureza, neste volume, tomadas naturalmente ao acervo de informações e deduções dos estudiosos da atualidade terrestre, valem aqui por vestimenta necessária, mas transitória, da explicação espírita da mediunidade, que é, no presente livro, o corpo de idéias a ser apresentado.”






Percebe-se claramente que André Luiz não afirma que os conhecimentos científicos atuais sejam a solução definitiva para os mecanismos da mediunidade. Muito menos, André Luiz os considera como prova científica da mediunidade. Ele utiliza os conhecimentos científicos como forma didática para melhor explicar os mecanismos dos processos mediúnicos. Nesse aspecto, essa utilização foi necessária. Mas deixou claro que, no futuro, com o desenvolvimento da Ciência, novas formas de entendimento da mediunidade poderão surgir. Nesse aspecto, essa utilização é transitória.






Assim, percebemos que André Luiz foi muito cauteloso nesse trabalho de utilizar-se dos conceitos científicos na explicação de um fenômeno espírita. É importantíssimo que esse exemplo de cuidado seja tomado por todos nós espíritas na divulgação dos estudos e pesquisas que envolvam o conhecimento científico.


A humanidade realmente carece dos conhecimentos espirituais e todo esforço é nobre no sentido de mostrar que esses conhecimentos são verdadeiros. Por isso, não desejamos desestimular o estudo e pesquisa em tópicos espíritas relacionados a tópicos científicos. Enfatizamos que é preciso redobrar os cuidados no nosso trabalho de divulgação destas pesquisas que levarão o adjetivo de espíritas. É necessário que exista conhecimento profissional no tema que se deseja trabalhar. Isto pois, justamente os profissionais de cada área é que saberão avaliar se a pesquisa está sendo realizada com o mesmo rigor que um tema puramente material teria. Por outro lado, se algo é uma opinião, ele deve ser divulgado como opinião e não como verdade científica. Além disso, toda idéia deve ser divulgada com a sua devida explicação para que os leitores apreciem o seu valor. O fato de uma idéia se relacionar com um assunto científico não significa que ela seja uma verdade científica. O fato de uma pessoa ser cientista não significa que suas idéias serão verdades científicas. André Luiz teve esse cuidado ao dizer que se utilizará dos conhecimentos científicos como “vestimenta necessária, mas transitória” na explicação dos mecanismos da mediunidade. Por fim, não se esqueça o leitor que os olhos da crítica são altamente especializados.






O movimento espírita sofre quando idéias prematuras, ingênuas, pseudo-científicas são divulgadas como verdades e que, ainda, são ditas comprovar o Espiritismo. Portanto, vamos tomar mais cuidado com relação aos tópicos ligados não só à Física mas à Ciência como um todo.






Chamo Kardec para concluir esta matéria: “é preferível rejeitar 10 verdades do que aceitar uma só mentira.”(*) [11].










Nota:


(*) Esta frase é de Erasto, in O Livro dos Médiuns, cap. XX, item 230. (Nota de A ERA DO ESPÍRITO)






Referências


[1] A. Kardec, A Gênese, Editora FEB, 36a. Edição, (1995).


[2] S. S. Chibeni, Reformador, Dezembro, p.373 (1988).


[3] S. S. Chibeni, Revista Internacional de Espiritismo, Março, p.45 (1991).


[4] S. S. Chibeni, Reformador, Junho, p.176 (1994).


[5] A. Kardec, O Livro dos Espíritos, Editora FEB, 76a. Edição, (1995).


[6] A. Goswami, O Universo Autoconsciente, Editora Rosa dos Tempos, 4a. Edição (2001).


[7] A. Zylbersztajn, Revista Brasileira de Ensino de Física, Vol. 25, p. 1 (2003). Essa revista é acessível via internet através do site:http://www.sbf.if.usp.br/rbef


[8] A. F. da Fonseca, Revista Internacional de Espiritismo, março, p. 93 (2003).


[9] A. Luiz, Psicografia de F. C. Xavier, Mecanismos da Mediunidade, Editora FEB, 11a. Edição (1990).


[10] A. Kardec, Revista Espírita 5, p. 153, (1863).


[11] A. Kardec, Revista Espírita 8, p. 257, (1861).


[12] No IV Congresso Nacional da Associação Médico Espírita do Brasil, ocorrido em São Paulo, entre os dias 19 e 20 de junho de 2003, um conferencista internacional, Prof. Dr. Amit Goswami, foi convidado para proferir palestra sobre a Física Quântica. Apesar de ser muito importante conhecer as pesquisas de cientistas internacionais, o movimento espírita deve receber as propostas do Prof. Goswami com cautela, antes de considerar suas idéias como sendo espíritas.


* Participação e revisão de Carlos Roberto G. Viana.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Disciplina e Horário dos Trabalhos

Os amigos espirituais advertem-nos que, muito antes de nós, eles já estão preparando o ambiente em que serão desenvolvidas as sessões espíritas, quer sejam administrativas, de estudo ou mediúnicas.
O Espírito André Luiz, por exemplo, lembra-nos de que os próprios médiuns, desde a hora em que acordam, já estão recebendo o auxílio invisível dos benfeitores do espaço, no sentido de prepará-los para a tarefa mediúnica daquele dia.
Assim, a disciplina deve começar pela observância do horário dos trabalhos, para que sejam iniciados na hora marcada, se desenvolvam dentro do horário determinado e terminem na hora justa.


Além da disciplina do horário, o colaborador espírita deve preocupar-se também com a disciplina do comportamento, evitando rusgas desnecessárias, discussões infrutíferas, perda de tempo com questiúnculas etc.
No âmbito da disciplina alimentar, o Espírito Emmanuel orienta-nos que em cada sete dias, qual ocorre ao impositivo do descanso geral, deveríamos destacar um deles para ingerir o mínimo de alimentação, doando o necessário repouso aos mecanismos do corpo.


O texto evangélico nos diz que "aquele que perseverar até o fim será salvo". Em nosso caso, todo o colaborador que envidar esforços para que os trabalhos não se estendam além do tempo requerido, as discussões não fujam do tema proposto e as observações não fiquem impregnadas de comentário chulo, estará contribuindo para que a sua Entidade atinja o fim último, que é a orientação da alma dos seus freqüentadores, entendida por nós como o aprendizado das virtudes evangélicas.









A disciplina na casa espírita.


O Traje na Casa Espírita






O homem deve trajar-se de acordo com as estações do ano.


No inverno, não podemos estar vestidos como se estivéssemos no verão. Como podemos usar um sobretudo em pleno verão brasileiro?


Assim também não se concebe as pessoas buscarem os locais de oração trajando roupas sumárias, apropriadas para clubes, praias e piscinas, ou vestidas como se fossem a casamentos.


As Casas Espíritas são hospitais de almas. Devemos chegar a elas com trajes discretos e que não façam desviar a atenção dos seus freqüentadores para a nossa pessoa.


Freqüentamos a Casa Espírita para ajudar a nós mesmos e aos Espíritos, sejam eles bons ou menos evoluídos, e muitas vezes uma roupa por demais sensual causa transtorno em algum Espírito sem evolução.


Repetimos: se não é prudente comparecermos a uma cerimônia com roupa de banho, por que zangarmos com a diretoria de uma Casa Espírita, quando esta nos pede roupa decentes?


As bermudas, como as ditas minissaias, não são trajes apropriados para quem deseja orar.


Os piores obsessores são os encarnados. Eles é que muitas vezes atormentam os Espíritos que tanto necessitam encontrar guarida no mundo espiritual.


Muitos acham que não devem haver preocupação com as roupas, porque a Doutrina Espírita é uma doutrina de respeito ao livre-arbítrio.


Respeitar o livre-arbítrio não quer dizer cooperar com a indisciplina. Casa sem disciplina é pasto de obsessores e a conduta dos seus freqüentadoras muito coopera para a boa assistência ou para o desequilíbrio.


Casa bem orientada opera como um cirurgião plástico, embelezando o corpo e a alma de seus freqüentadores. A alma estando bela, faz com que o corpo físico se enriqueça de fluidos salutares.


A disciplina da alma reconforta o corpo físico. Infeliz do homem que não se harmoniza. A mente é a condutora do magnetismo. Se ela não está ligada ao Alto, como o seu dono pode captar o que vem do mundo espiritual?


E tem neguinho que acha que devemos respeitar o livre-arbítrio e deixar o Centro ao Deus dará.


Jesus muito bem alertou contra eles: são os ditos cegos condutores de cegos.






Pelo Espírito: Luiz Sérgio


Psicografado por: Irene Pacheco Machado


Livro: Ensina-me a falar de amor













segunda-feira, 11 de julho de 2011

Exu , Amigo ou Inimigo?



Muitas coisas são ditas e muitos textos são escritos sobre o trabalho dos Exús na Umbanda. Com isso, muitos mitos foram criados, alguns até absurdos e deturpadores, por pessoas que não entendem o verdadeiro trabalho do Exu, na Umbanda, ou não entendem a verdadeira missão da Umbanda, nesse planeta.



Com esse texto, vamos tentar explicar e quem sabe até, desmistificar esses mitos que confundem a cabeça e o aprendizado daqueles que se propõem bem servir sua religião: A Umbanda.


A Umbanda em sua dinâmica básica, lida com espíritos dos mais variados graus de evolução. As Entidades, Guias e Mentores que se apresentam nos terreiros exercem um trabalho incansável contra as forças trevosas.


Na Umbanda, a origem de Exú está em função da necessidade de existirem Guardiões, encaminhadores e combatentes das forças negativas. Trabalho básico da nossa religião. Por isso é que se diz que, “Sem Exú não se faz nada”. Isso, não porque Exú não deixa, porque é vingador, traidor ou voluntarioso, como querem fazer pensar algumas estórias que se contam por aí. Mas sim, porque não há como combater as forças negativas e trevosas, sem a devida defesa e proteção.


Muitas pessoas perguntam: “Então nossos Guias (Caboclos, Pretos-velhos, etc...) não nos protegem e defendem? Só os Exús fazem isso? E a resposta vem da própria Espiritualidade: -” Logicamente que os Guias lhes defendem e lhes protegem, entretanto, cabe a Exú o primeiro combate, o combate direto contra as energias que circulam no Astral Inferior. Esta é a especialidade de Exú, pois ele conhece profundamente todos os caminhos e trilhas desse ambiente energético. É a sua função primeira”.


Tudo na Umbanda é organizado, coerente e lógico !!


Outro mito, que muito confunde os iniciados na religião, diz respeito à Confiabilidade de Exú.


Muitas pessoas, que vão a um terreiro em busca de ajuda ou socorro para assuntos materiais e até espirituais, são surpreendidos, quando em consulta, lhes é dito que estão sendo vítimas de “trabalho feito”, que esse “trabalho” foi feito por um Exú, e outros vão mais além, dizendo que o Exú “malfeitor” é o Sr. Fulano de Tal (geralmente um Exú famoso, de nome e fama conhecidos). Bom, aí vem a incoerência !!!


Se nós, Dirigentes e Orientadores espirituais falamos que Exú não é traíra, é combatente das forças trevosas, conhecedor e manipulador dos segredos da magia. Como pode, esse mesmo Exú, ser aquele espírito que usa indevidamente seus poderes e conhecimentos para prejudicar pessoas indefesas ? Como pode esse mesmo Exú, não ter nenhuma aspiração evolutiva, ser manipulado pela vontade das pessoas que desejam prejudicar seus semelhantes, a bel prazer ? Como pode esse mesmo Exú, usar seus conhecimentos e poderes contra si próprio, já que, com certeza, arcará com as conseqüências dos seus atos? Como pode, esse mesmo Exú, tido como o Mensageiro dos Orixás, Guardião dos segredos e dos caminhos da Espiritualidade, trair a confiança dos Espíritos de Luz e anular toda a caridade praticada pelos seres da Espiritualidade positiva?


A resposta é uma só e unânime: - “O tal ” trabalho feito” não foi realizado por um Exú e sim por um obsessor, agente das forças negativas e trevosas que se fez passar pelo “Sr. Fulano de Tal”. Aliás, obsessor pode se fazer passar por tudo, inclusive por um Mensageiro de Orixá, Caboclo, Preto-velho, etc... Cabe ao Dirigente Espiritual, ou aos médiuns mais preparados e evoluídos, desvendarem essa farsa, até porque não existe farsa perfeita, sempre haverá um detalhe, ou um momento, em que “a casa caí” e a farsa é descoberta.


Mas então, porque muitos obsessores se fazem passar por Exús de Lei ? Porque em alguns casos, ou em algumas Casas, a farsa não é descoberta, e os nossos amigos e protetores, Exús de Lei, acabam sendo acusados ou confundidos, como malfeitores, desonestos, traíras, etc...?


Na maioria dos casos, isso acontece por causa de médiuns invigilantes. Médiuns despreparados e pouco compromissados com o Astral Superior. Médiuns orientados e “treinados” por Dirigentes também, despreparados e pouco compromissados. Muitos médiuns e Dirigentes, procuram e buscam nos Terreiros uma forma de satisfazer as suas baixas aspirações, como válvulas de escape para fazerem “incorporados”, o que não tem coragem de fazer de “cara limpa”. Médiuns de moral duvidosa, que se aproveitam da condição de “incorporados” para gritar, falar palavrões, beber e fumar exageradamente, dançar de forma grotesca para uma Casa religiosa e praticar atos pouco aceitáveis em situações “normais”. Esses médiuns imputam aos Exús, os seus desvarios e desvios de comportamento, complementando ainda que não se lembram de nada, que a responsabilidade é do Exú, e não dele (médium).


Na realidade, esses médiuns estão sofrendo a ação da incorporação de kiumbas (espíritos trevosos, moralmente atrofiados, que não tem a mínima aspiração evolutiva e buscam apenas, tumultuar o ambiente).


Nunca um Exú ou Pomba-Gira de Lei, irá se prestar a um papel desses!


Lembrem-se: Médium com estudo não é cavalo, é consciente e não cabe colocar a culpa de seus atos nas entidades que com ele trabalha.


Exús de verdade, são espíritos em busca de evolução, que embora tidos como “Espíritos sem Luz”, possuem certo de grau de positividade, de compreensão do que é certo ou errado, perante a Espiritualidade e de acordo com Leis Superiores. São espíritos altamente compromissados com os Orixás Superiores, com os Guias e Protetores do próprio médium e com toda Egregóra de Luz da Casa, na qual o médium está inserido. Trabalham diretamente com esta Egregóra, auxiliando no combate e encaminhamento dos espíritos que são atraídos pela corrente de desobsessão do Terreiro que fazem parte.


No entanto, cabe aqui salientar que o estágio evolutivo de um Exú de Trabalho está abaixo do estágio evolutivo de um Caboclo ou de um Preto-velho. Isso não significa que não sejam evoluídos, apenas encontram-se num estágio abaixo. Sua energia é mais densa. Conseqüentemente, a sua vibração ou energia de incorporação está mais próxima (ou é mais parecida) á vibração da Terra, exigindo do médium uma “doação” maior de energia mental e física, diferente da incorporação de um Caboclo ou Preto-velho, ou até mesmo outro mensageiro enviado de Orixá. Ou seja, quando um médium vai incorporar um Exú, ele tem que se concentrar muito para sintonizar sua vibração a vibração do Exú, sendo que o Exú faz a mesma coisa, sintoniza sua vibração à do médium.


Outro aspecto importante é que, embora Exú esteja num estágio evolutivo abaixo dos Espíritos de Luz, nada impede que Exú trabalhe harmoniosamente com os Guias mais evoluídos e até mesmos com os Mensageiros dos Orixás, até porque além de trabalharem sob as ordens desses Mensageiros e dos Orixás Maiores, a questão “hierarquia” é muito bem resolvida no Astral. Lá não existem “disputas” pelo poder ou por cargos; não se questiona quem manda e quem obedece. Todos são e estão conscientes os seus papéis e do trabalho que precisa ser realizado. Todos sabem que devem trabalhar com o mesmo objetivo: A Caridade !


Quando incorporados em seus médiuns, Exús e Pombas Giras podem se apresentar de duas maneiras básicas: alegres ou sérios. O que não significa, que mesmo quando são alegres, são também debochados, desrespeitosos, com comportamentos inadequados a uma Casa religiosa.


Geralmente, quando um Exú ou Pomba Gira se comporta de forma inadequada, ele está na verdade, sendo influenciado pelo comportamento desajustado do seu médium, que disfarça ou se controla, quando não está “incorporado”. Esse médium invigilante e portador de comportamento e moral duvidosos, ao receber a energia de incorporação de um Exú ou Pomba Gira (que começa a se dar através da aproximação do mesmo), por ser uma energia muito parecida a nossa e por estar mais próxima da crosta terrestre, onde o combate com o Astral inferior se dá, passa a dar vazão aos seus sentimentos menores influenciando e interferindo diretamente na incorporação do Exú ou Pomba-Gira, que assiste a tudo sem poder fazer nada (aqui, também cabe o livre arbítrio). Esse médium transfere para o Exú ou Pomba Gira sentimentos e comportamentos que, na verdade, são seus.


Isso não é mistificação (fingimento), porque existe a energia do Exú ao lado ou perto do médium. A mistificação envolve o fingimento puro e simples, sem envolvimento de energia ou proximidade de Entidade alguma. Mas existe, o que se chama de Animismo, a transferência voluntária de desejos e comportamentos do médium para o seu Guia.


A incorporação de Exú e Pomba Gira envolve a manipulação energética de chackras inferiores, e o que acontece no caso do Animismo, é que o médium deliberadamente, utiliza mal essa energia. Isso envolve também, intenção, moral, má fé e mau aproveitamento da energia de Exú.


Com a continuidade da insistência do médium em se utilizar dessa energia para a manifestação de seus desejos e comportamentos menores, em pouco tempo ocorre a “queda do médium”. O Exú de Trabalho se afasta do médium e fica o que ? - Fica o kiumba, que assume o nome do Exú de Trabalho e contribui para o aumento dos desvarios do médium.


Muitas vezes, o médium não percebe que está acontecendo essa “transferência”, porque ele usa a energia do kiumba (aliás, um usa o outro) para falar e fazer coisas que normalmente, não tem coragem de fazer no seu estado normal.


Cabe ao Doutrinador e Orientador da Casa (Dirigente) coibir veementemente esses comportamentos logo no início, ou seja, no médium e assim que começam a acontecer. Nesse caso, a orientação e a desestímulo de atitudes e comportamentos desse tipo é o melhor remédio. Mas, caso haja persistência, a adoção de medidas drásticas deve ser a melhor atitude que o Dirigente da Casa deve assumir.


CAPACIDADE DE MANIPULAÇÃO ENERGÉTICA DE EXÚ


O Exú possui uma grande capacidade de manipular energias, transfigurando-se em formas diferenciadas de acordo com o ambiente que está.


Um bom exemplo disso é Exú se apresentando aos obsessores que irá combater em forma que desperte medo e/ou respeito. Ele não poderia se apresentar aos seus inimigos como se fosse um jovem ingênuo ou indefeso adolescente, dessa forma, ele jamais intimidaria ninguém. Então, ele assume formas rudes e assustadoras. Entretanto, ele faz isso por estratégia e não por ser deformado, e muito menos tem chifres, rabo, etc..., como é retratado em diversas imagens que encontramos em casas de artigos religiosos. A forma original de Exú é humana, nada tem de partes de animais ou monstros, porque os espíritos que compõe a Falange dos Exús são espíritos como nós, de épocas recentes. Foram homens e mulheres normais, das mais variadas ocupações e profissões.


Em função do trabalho que irá executar ou da “batalha” que irá travar, Exú estuda o ambiente que irá entrar e em seguida, vibrando numa faixa bem acima do meio que irá adentrar, estuda seus “adversários” , suas intenções, seus planos, seus graus de compreensão e entendimento, seus medos, etc.... Estabelece uma estratégia e assume a configuração que irá atingir o ponto fraco da maioria do grupo que irá combater, ou de alguém em especial. Lembrando que, Exú não trabalha sozinho, isso é feito em agrupamentos sob a supervisão de um Mensageiro de Orixá. Dessa forma, Exú nos mostra sua capacidade de vibrar em diferentes faixas de energia. E para que isso aconteça, não é necessário sacrifício de animais, despachos em encruzilhadas e/ou cemitérios, porque quem “recebe” esse tipo de despacho é o kiumba. Isso dentro do ritual da Umbanda, que difere muito do Candomblé.


Depois de todas essas explicações e tantas outras que, provavelmente já recebeu, você continua achando que Exú é o mal ?


Amigo ou inimigo?


É nosso amigo, nosso guardião, lembre-se ele anda a 7 passos a nossa frente!






Laroyê, Exu ! Mojubá, Pomba-Gira !


Quer saber mais?


Livro de Exu: o Mistério Revelado


RUBENS SARACENI