"Espiritismo não é a religião do futuro, mas o futuro das religiões". ...Leon Denis

"O espiritismo é toda uma ciência, é toda uma filosofia.Quem desejar conhece-lo seriamente deve pois, como primeira condição,submeter-se a um estudo sério e persuadir-se que mais do que qualquer outra ciência, não se pode aprendê-lo brincando" Allan Kardec

"Se a religião recusa caminhar com a ciência, a ciência avança sozinha."... (Allan Kardec)

domingo, 19 de junho de 2011

Precisamos nos nutrir de carne? Por que?


                                                                     Mestre Ramatis


PERGUNTA: A alimentação carnívora, principalmente no Ocidente, já é um hábito profundamente estratificado no psiquismo humano. Cremos que estamos tão condicionados organicamente à ingestão de carne, que sentir-nos-íamos debilitados ante a sua mais reduzida dieta!


RAMATÍS: Já tendes provas irrecusáveis que podeis viver com ótima saúde sem recorrer à alimentação carnívora. Para provar o vosso equívoco, bastaria considerar a existência em vosso mundo, de animais corpulentos e robustos, de um vigor extraordinário e que, entretanto, são rigorosamente vegetarianos, tais como o elefante, o boi, o camelo, o cavalo e muitos outros. Quanto ao condicionamento biológico, pelo hábito de comerdes carne, deveis compreeder que o orgulho, a vaidade, a hipocrisia ou a crueldade, também são estígmas que se forjaram através dos séculos, mas tereis que eliminá-los definitivamente de vosso psiquismo. O hábito de fumar e o uso imoderado do álcool também se estratificam na vossa memória etérica; no entanto, nem por isso os justificais como necessidades imperescidíveis das vossas almas invigilantes.

Reconhecemos que, através dos milênios já vividos, para a formação de vossas consciências individuais, fostes estigmatizados com o vitalismo etérico da nutrição carnívora; mas importa reconhecerdes que já ultrapassais os prazos espirituais demarcados para a continuidade suportável dessa alimentação mórbida e cruel. Na técnica evolutiva sideral, o estado psicofísico do homem atual exige urgente aprimoramento no gênero de alimentação; esta deve corresponder, também, às próprias transformações progressistas que já se sucederam na esfera da ciência, da filosofia, da arte, da moral e da religião.

O vosso sistema de nutrição é um desvio psíquico, uma perversão do gosto, e do olfato; aproximai-vos consideravelmente do bruto, nessa atitude de sugar tutanos de ossos e de ingerírdes vísceras na feição de saborosas iguarias. Estamos certos que o Comando Sideral está empregando os seus esforços a fim de que o terrícola se afaste, pouco a pouco, da repugnante preferência zoofágica.

-------------

A alimentação vegetariana é um tema que vem cada vez mais sendo alvo de discussões no meio espírita. Vários são os livros - psicografados ou não - que fazem alguma alusão a isso e antagônicas são as posições tomadas por diferentes pessoas com relação ao assunto. Mas o que realmente diz a doutrina espírita?



Analisando o Livro dos Espíritos, temos a seguinte passagem: 723. A alimentação animal é, com relação ao homem, contrária à lei da Natureza?

“Dada a vossa constituição física, a carne alimenta a carne, do contrário o homem perece. A lei de conservação lhe prescreve, como um dever, que mantenha suas forças e sua saúde, para cumprir a lei do trabalho. Ele, pois, tem que se alimentar conforme o reclame a sua organiza%



Esse trecho serve de base aos espíritas que se colocam a favor de uma alimentação onde a carne tenha lugar garantido. Mas não há nada mais a ser considerado sobre a resposta acima? Por exemplo: quando foi escrita? Qual era a situação do homem em termos de conhecimentos nutricionais à época em comparação com os dias de hoje? Percebe-se claramente no trecho citado que é colocada a questão da necessidade: uma palavra de grande importância para se discutir o assunto.



O Livro dos Espíritos foi publicado há mais de 150 anos atrás. Muito o homem se desenvolveu cientificamente e tecnologicamente nesse intervalo de tempo. Hoje, por exemplos práticos e não por suposições teóricas, vê-se que a necessidade de comer carne não existe. É plenamente possível viver de forma saudável sem a sua ingestão. A despeito de várias publicações espíritas que se colocam a favor da alimentação vegetariana – psicografias de Chico Xavier junto a Emmanuel e André Luiz, de Yvonne Pereira, dentre vários outros (leia trechos de O Consolador e de Missionários da Luz) - muitos se prendem à questão 723 do Livro dos Espíritos para justificar suas posições contrárias a ela.



É importante não existir o medo diante do novo. O próprio Allan Kardec por várias vezes colocou a importância da evolução das idéias. Não devemos pensar que tal evolução acabou na publicação de Obras Póstumas (último livro de sua autoria: uma coletânea de textos deixados por ele após sua morte física). A evolução continua. Quando surgem novas variáveis que permitam a análise de um ponto por novos prismas, assim deve ser feito. Aí está o caráter científico do Espiritismo se mantendo em equilíbrio com sua face religiosa, não permitindo que certos pontos sejam praticamente considerados como dogmas a serem aceitos.





A situação atual apresenta diferenças muito favoráveis à alimentação vegetariana, aumentando consideravelmente as opções dessa dieta em comparação com outras épocas. Há hoje variedades vegetais com níveis produtivos mais altos, melhores processos de armazenamento e conservação, sistemas de distribuição mais eficazes. Além disso, o homem conhece mais sobre os mecanismos da digestão, as necessidades diárias alimentares e as propriedades dos alimentos. Uma dieta vegetariana bem planejada permite a qualquer pessoa viver com boa qualidade de nutrição. Isso pode ser afirmado por fatos.



Vendo-se, pelos últimos parágrafos, que na realidade a necessidade de se comer carne não existe para o homem atual, toda a questão deve ser analisada por um outro ponto de vista: “é justo e correto sujeitar um animal aos sofrimentos (sim, por menor que seja a sua capacidade cognitiva eles têm a capacidade de sofrer – fato inegável) de que é alvo e posteriormente à morte para satisfazer as preferências de nosso paladar?”

O Espiritismo, em seu aspecto moral de bondade, amor e caridade em todas as relações, condena o excesso. A partir do momento que se comprova uma não-necessidade, tudo muda. A partir desse caráter moral da doutrina pode-se concluir com facilidade que a interrupção da matança que hoje é infligida aos animais será um dos passos dados pelo homem no futuro. Passo que não ocorrerá de um só instante, mas ao longo de um tempo, visto que mesmo hoje se vê o seu andamento.



Acompanhando-se a linha de evolução da humanidade, percebe-se que atualmente são considerados bárbaros - ou no mínimo errôneos - vários costumes tidos como absolutamente normais e corriqueiros em outras sociedades no passado: os sacrifícios animais e mesmo humanos, a escravidão, a poligamia e o canibalismo, dentre outros. Como disse Victor Hugo: "primeiro foi necessário civilizar o homem em relação ao próprio homem. Agora é necessário civilizar o homem em relação à natureza e aos animais”.



Um ponto importante que deve, no entanto, ser ressaltado é o pretenso nível de intangibilidade moral que alguns podem querer se colocar por terem uma dieta vegetariana. De nada adianta não comer carne mas também não perdoar, não praticar a caridade, não ser paciente, dentre várias outras coisas de alto grau de importância que estabelecem um bom nível de caráter moral no ser humano.

Apenas cumpre ao homem não cometer excessos e comer para viver, ao contrário de viver para comer. A partir da constatação que o ser mais fraco sofre por uma desnecessidade, o ato de causar tal sofrimento torna-se fútil e repugnante.



Fisiologia da Alma - Ramatís.

sábado, 18 de junho de 2011

A CASA ESPÍRITA


Quando uma pessoa entra no Centro Espírita, que tem uma psicosfera vibratória adequada, já esta protegida dos seus desafetos. Quando ela se adentra, os espíritos benevolentes começam a fazer um tratamento adequado, segundo as necessidades que apresenta.

Então, verifica-se que durante a palestra há verdadeiros fenômenos nessa área, porque o encarnado está fora da sintonia do desencarnado, que o está atormentando, e prestando atenção ao conteúdo da exposição. Esta ocorrência permite aos benfeitores espirituais a realização de cirurgias perispirituais, visando, assim, colocar um ponto final naquelas ligações fluídicas, que são o motivo da implantação da obsessão no que se refere ao encarnado. Ali, ouvindo a palestra, ele se renova mentalmente, emocionalmente e, durante todo aquele percurso, ocorre o que se pode chamar de uma veemente psicoterapia de apoio para o encarnado, porque o mesmo recebe uma terapia de ordem psicológica de salutar eficiência para a questão desobsessiva.

Quando sair da Casa Espírita, vai depender dele próprio a continuidade dos benefícios, permanecendo na sintonia do bem, ou, então, voltar a sintonizar em uma faixa vibratória inferior e, portanto, com seus desafetos desencarnados.

Vigiai e Orai, disse o Mestre Incomparável: JESUS!



Manoel Philomeno de Miranda (espírito) / psicografia de Divaldo Franco. Livro: Trilhas da Libertação

…………………………………….



A elegância dos pensamentos ajusta o meio ambiente em que viveis, para chamados fraternos e para uma conversação sadia, desamarrando do núcleo da vida, a expressão do amor, de modo a participar, na mesma freqüência, a razão. Para que tudo isso se faça, o esforço próprio é imprescindível, dia a dia. A auto-educação haverá de se processar passo a passo, e a vigilância deve arregimentar todas as forças possíveis nessa imensurável batalha que somente termina na pureza espiritual.



Miramez (espírito) / psicografia de João Nunes Maia. Livro: Horizontes da Mente

……………………



Quando predominarem, nos quadros da evolução terrestre, os discípulos que se sentem administradores do Senhor, operários do Senhor e cooperadores do Senhor, a Terra alcançará expressiva posição no seio das esferas.

Imitando o exemplo de Paulo, sejamos fiéis servidores de Cristo, em toda a parte. Somente assim estaremos a caminho de um mundo melhor.



Emmanuel (espírito) / psicografia de Chico Xavier. Livro: Fonte Viva

Fora da caridade não há salvação!


À pergunta do doutor da lei:


“Mestre, qual é o maior mandamento da lei?”, Jesus respondeu: “Ame ao Senhor seu Deus, com todo o seu coração, com toda a sua alma e com todo o seu entendimento. Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: Ame ao seu próximo como a si mesmo. Toda a lei e os profetas dependem desses dois mandamentos”. (Mateus, 22:36-40)






São Paulo compreendeu de tal forma essa verdade que, na citada carta aos coríntios, colocou a caridade acima mesmo da fé. Porque a caridade está ao alcance de todos – o ignorante e o sábio, o rico e o pobre – e independe de toda crença particular. E fez mais: definiu a verdadeira caridade não somente como beneficência (dar esmolas, fazer doações, angariar donativos), mas como a reunião de todas as qualidades do coração (paciência, doçura, humildade, generosidade, tolerância) no relacionamento com o próximo.






Ao apoiar-se sobre um princípio universal, a máxima Fora da caridade não há salvação abre a todos os filhos de Deus o acesso à felicidade suprema. Consagra o princípio da igualdade diante de Deus e a liberdade de consciência. Por ela, todos os homens são irmãos e, qualquer que seja sua maneira de adorar a Deus, eles se estendem as mãos e oram uns pelos outros, em consonância com os ensinamentos do Cristo e com a lei evangélica.






Contrariamente, a máxima Fora da Igreja não há salvação, ao consagrar a fé especial em dogmas particulares, em lugar da fé fundamental em Deus e na imortalidade da alma, comum a todas as religiões, é exclusiva e absoluta. Em vez de unir os filhos de Deus, os divide. Em vez de incentivá-los no amor a seus irmãos, alimenta a hostilidade entre os adeptos de diferentes cultos. Sua equivalente Fora da verdade não há salvação é também exclusivista, porque não há uma só seita que não pretenda ter o privilégio da verdade. E, no entanto, quem pode vangloriar-se de possuir inteiramente a verdade? Se o círculo dos conhecimentos se amplia incessantemente e as idéias vigentes são atualizadas e corrigidas a cada dia? Somente os espíritos superiores conhecem a verdade absoluta. À humanidade terrestre só é dado conhecer uma verdade relativa e proporcional a seu grau de adiantamento.






Submetendo todas as nossas ações ao controle da caridade, portanto, não somente deixaremos de fazer o mal, mas seremos levados a fazer o bem. É preciso que nossa virtude seja ativa. Para fazer o bem, é preciso sempre a ação da vontade; para não fazer o mal, bastam, freqüentemente, a inércia e a negligência.






Allan Kardec,


O Evangelho segundo o Espiritismo,


Capítulo X