"Espiritismo não é a religião do futuro, mas o futuro das religiões". ...Leon Denis

"O espiritismo é toda uma ciência, é toda uma filosofia.Quem desejar conhece-lo seriamente deve pois, como primeira condição,submeter-se a um estudo sério e persuadir-se que mais do que qualquer outra ciência, não se pode aprendê-lo brincando" Allan Kardec

"Se a religião recusa caminhar com a ciência, a ciência avança sozinha."... (Allan Kardec)

sábado, 26 de março de 2011

Umbral, teremos nós que passar por lá?


Palavra umbral prende-se ao étimo latino “umbra” - que significa “sombra” ou “tudo o que faz sombra”.


Nosso Amigo André Luiz, no seu livro “Nosso Lar”, com a clareza que lhe é peculiar, transimite-nos as suas impressões sobre estas zonas inferiores da espiritualidade. Sim, meus amigos, André Luiz, apesar de toda sua cultura, apesar de ter sido um Médico conceituadíssimo, infelizmente, por razões que ignoramos, não deixou de sofrer algum tempo naquelas regiões sombrias. Assim, vislumbramos que não importa a nossa cultura, que não importam os nossos belos discursos, pois, se tivermos caminhado “tortuosamente” não estaremos livres das temíveis sombras do umbral. Para conseguirmos um plano melhor, ao desencarnarmos, importam, sim, os nossos atos de bondade, a nossa consciência tranqüila do dever cumprido, bem como, o nosso respeito para com o nosso corpo somático.
Meus amigos, a barra umbralina que André Luiz enfrentou foi pesadíssima. Ele, assim, o confessa:

“Estava convicto de não mais pertencer ao número dos encarnados no mundo e, no entanto, meus pulmões respiravam a longos haustos”.


“Sentia-me, na verdade, amargurado duende nas grades escuras do horror. Cabelos eriçados, coração aos saltos, medo terrível senhoreando-me”.


“Formas diabólicas, rostos alvares, expressões animalescas surgiam, de quando em quando, agravando-me o assombro. A paisagem, quando não totalmente escura, parecia banhada de luz alvacente”.

Nestes pequenos excertos que extraímos do capítulo I do livro “Nosso Lar”, 7.ª ed. - FEB - podemos deduzir o seguinte: que o Perispírito se degrada mesmo, tomando forma compatível com as esferas em que se encontra. Deduzimos, outrossim, que o Perispírito é um “corpo psico-somático” ou semimaterial, conservando a estrutura de sua última romagem física. Que o Perispírito dispõe de órgãos vitais. André Luiz fala-nos, claramente, dos seus pulmões e do seu coração entranhados no seu corpo espiritual.


Neste seu livro - “Nosso Lar” -,  André Luiz, também, nos esclarece:

“de quando em quando, deparavam-se-me verduras que me pareciam agrestes, em torno de humildes filetes d’água a que me atirava sequioso. Devorava as folhas desconhecidas, colava os lábios à nascente turva, enquanto me permitiam as forças irresistíveis a impelirem-me para a frente. Muita vez, suguei a lama da estrada”.
“não raro, era imprescindível ocultar-me das enormes manadas de seres animalescos, que passavam em bando, quais feras insaciáveis. Eram quadros de estarrecer”.

Pelo que acabamos de transcrever, tomamos ciência de que nossos amigos desencarnados, não distanciados do estágio da vida anterior, ainda, sentem - “fome” e sentem “sede”. Sim, meus amigos, os Espíritos se alimentam. 
Meus amigos, André Luiz sofreu muito naquelas zonas inferiores da espiritualidade. Cansado de tanto sofrer, com absoluta humildade, de joelhos, implorou a Misericórdia Divina. Ele, assim, nos relata:

“é preciso haver sofrido muito, para entender as misteriosas belezas da oração; é necessário haver conhecido o remorso, a humilhação, a extrema desventura, para tomar com eficácia o sublime elixir da esperança”.

Foi nesse momento, de sublime súplica ao Criador, que André Luiz recebeu assistência do seu Benfeitor Espiritual Clarêncio. Sim, Clarêncio e mais dois companheiros colocaram André Luiz sobre um alvo lençol e o conduziram para a Cidade Espiritual “Nosso Lar”. André Luiz foi internado em um hospital onde recebeu todos os tratamentos necessários. Nesta Colônia Espiritual - “Nosso Lar” - André Luiz restabeleceu-se e lapidou-se moralmente. Lá conseguiu evoluir e adquiriu a sua Renovação Íntima. Integrou-se em “Nosso Lar” e passou a trabalhar no campo de sua especialidade. Tornou-se, pelos seus esforços, um Espírito Iluminado. Pela Mediunidade Legítima do nosso Chico Xavier, André Luiz vem nos mandando as suas belas mensagens. Sim, meus amigos, os Livros de André Luiz, por certo, abrem-nos os mais amplos horizontes, mostrando-nos as paisagens e as edificações que se erguem no mundo maior da quarta dimensão.


Hoje, no campo da nossa doutrina, todos os irmãos que tenham estudado a fenomenologia mediúnica, jamais, poderão duvidar deste expressivo depoimento prestado, com tanta honestidade de propósitos, pelo nosso querido André Luiz. Sim, meus amigos, o umbral que Ele descreve e pelo qual passou, por certo, existe mesmo. Esse depoimento de André Luiz toca o íntimo das nossas Almas. Assim sendo, Ele prestou esse depoimento para nos ajudar, para nos alertar. Ao desencarnarmos, se não quisermos enfrentar as trevas umbralinas, temos que nos preparar. Temos que cuidar desde logo, da nossa REFORMA ÍNTIMA. Temos que tomar como bússola os pontos cardeais do Evangelho. Não devemos de nos esquecer da recomendação que nos faz André Luiz:

“Oh! amigos da Terra! quantos de vós podereis evitar o caminho da amargura com o preparo dos campos interiores do coração? Acendei vossas luzes antes de atravessar a grande sombra. Buscai a Verdade, antes que a Verdade vos surpreenda. Suai agora, para não chorar depois...”

Meus amigos sendo assim, vamos começar agora essa tão falada REFORMA ÍNTIMA, caso contrário...
Te vejo no UMBRAL...
Fiquem com DEUS !!!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Amigos Espirituais



A Providência divina manifesta-se incessantemente em todas as situações e lugares, proporcionando vasta gama de recursos, com vistas a proporção futuro e ao progresso da criaturas.
Este amparo acontece de infinitos modos ...
Um deles dá-se por intermédio de tutores espirituais, conhecidos no meio espírita pelo nome de guias espirituais ou amigos espirituais.
É grandiosa e sublime a doutrina dos guias espirituais, pois evela a providência, a bondade do criador para com seus filhos, prvendo-os de meios para o aperfeiçoamento.
Para efeitos didáticos kardec classificou os guias espirituais em três categorias:


1- Espíritos protetores


2- Espíritos familiares


3- Espíritos simpáticos


O Espírito protetor, ou amnjo guardião, é sempre um bom espírito, mais evoluido.
Trata-se de um orientador principal e superior . Sua missão assemelha-se de um pai com relação aos filhos: a de orientador o eu protegido pela senda do bem , auxília-lo com seus conselhos, consolá-los em suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida.
Os Éspíritos protetores não constituem seres previlegiados, criados puros e perfeitos mas sim Espíritos que chegam a meta, depois de terem percorrido a estrada do progresso .
A missão dos Espírito protetores não duração mais ou menos prolongada, pois ests acompanham o potegido desdeo nascimento até a desencarnação, e muitas vezes duante várias existências corpórea .
São almas que já trilharam as experiências de diferentes encarnações, as mesmas pelas quais estamos passando, e conquistaram, pelo próprio esfôrço, uma ordem elevada .
A atuação do protetor espiritual não é de intervenção absoluta , pois apesar de influir en nossa vontade, evita tomar decisões por nós e contra nosso livre árbitrio ...
Sofre quando erramos, embora esse sofrimento não seja revstido das mesmas paixões humanas, porque ele sabe que, mais cedo e mais tarde, o seu tutelado voltará ao bom caminho.
Os Espírits protetores, em realidade jamais abandonam seus protegidos,apenas se afastam ou "dão um tempo" quando esses não houvem seus conselhos.
Espíritos protetores dedicam-se mais a orientação de uma pessoa em particular, não deixando, entretanto, de velar por outros indivíduos,emboram o façam com menos exclusividade.Exercem supervisão geral sobre nossas exist~encia, tanto no aspecto intelectual, incluindo as questões de ordem material, quanto moral, emprestando enfase a esta última, por ser a que tem preponderância em nosso futuro de seres imortais
Desde porém que chan]amdos, vltam para seus pupilos, a fim de auxiliá-los no recomeço.
Por isso atndemos ao onselho de Joana de Angelis:
= Tome cuidado para que não se afaste psiquiamente do teu anjo guardião.


Ele jamais se aparta de seu protegido, mas este,por presunção ou ignorancia rompe os laços de ligação emocional e mental, debandando-lhe da rota libertadora.
Quando erres e esperimente a solidão refaze o passo busca -o pelo pensamento em oração , partindo de imediato para a ação edificante.
Momento chega, porém em que o apendiz deixa de ser tutelado. Isso acontece quando o espírito atinge o ponto de guiar-se a si mesmo, estágio que por enquanto não se dá na Terra planete de expiações e provas


2- Espírtos familiares, são orientadores secundários....


Embora menos evoluidos, igualmente querem o nosso bem.
Posem ser os Espíritos de nossos parentes, familiares ou amigos. seu poder é limitado e sua missão é mais ou menos temporária junto ao protegido
Ocupam-se com particulaidades da vida intima do protegido esó atuam por ordem ou permissão dos Espíritos protetetores, comp por exemplo quando o socorrido está ecalcitrante e não ouve os conselhos, ou apresentam comportamento enigmático.
Nessa hipótese,o Espírito famiar por te mais intimidade e vínculos sentimentais com o protegido, é aceito como colaboador, de modo auxiliar na solução de problemas específicos . Podem por exemplo, influênciar na decisão de um casamento,nas atividades prfissionais, ou mesmo na tomada de deisões importantes que envolvam o cumprimento da Lei de Causa e Efeito, conformr a necessida e do atendido...
3- Espíritos simpáticos: podem ser bons ou maus, conforme a natueza das nossas diposições intimas. Ligam-se a nós por uma certa semelhança de gostos, de acordo com nossas inclinações pessoais. A duração de suas relacões, que também são temporárias, se acha subordinada a determinadas circunstâncias, vinculadas a persistência dos desejos s do comportamento de cada um se simpatizam com nossas idéias, com nossos projetos, pocuram nos ajudar e, muitas vezes, tomam nossas dores contra nosso adversários,situação que não contam com mo beneplácitos dos Espíritos protetores.


Em síntese...


Deus não nos atende pessoalmente, conforme nossos caprichos, mas por intermédio de suas les imutáveis,e de seus mensageiros, isto é, Deus auxiia as criaturas or intrmédio docriaturas.
O amigo espiitual comparece quando é invocado por meio de uma simples prece.
Ninguém está desamparado não existe parialidade nem previlégio ou seja, cada um recebe de aordo com seu merecimento de conformidade com seus esforços...
O processo, no qual te encontras engajado, é de evolução, resolve-te por avançar, sem as contramarchas tormentosas.Ascendendo psiquicamente e harmonixando-se emocionalmente, farte-as respeitado pels Espíritos pertubadores que, mesmo intenteando mlestarte não encontrarão receptividade da tua parte.


Recorda-te por fim de Jesus.


Quem o encontrou, descobriu um tesouro luminoso, e, enriquecendo-se com Ele, jamais tropeçará em sombra e aflições.
Impregna-se dele e é feliz, sem mais controvérsia.


Joana de Angelis
Vigilância, psc. Divaldo Pereira Franco









domingo, 13 de março de 2011

Medo, por que?



Amigos boa tarde!
o carnaval acabou, agora sim podemos verdadeiramente começar 2011, mas o que dizer de tudo que nos espera nesse ano?
Vários são os motivos pelo qual sentimos medo , do novo , do trabalho seja pelo material  seja pelo espiritual, mas afinal  o que é esse medo?
Segundo a “Grande Enciclopédia Larousse Cultural”, por definição, medo é o sentimento de inquietação, de apreensão em face de um perigo real ou imaginário. A palavra medo relaciona-se também com receio, temor, horror, pavor, pânico.
A propósito, vejamos como se expressou sobre o medo Thomas Hobbes (1588-1679), filósofo inglês, há algum tempo muito discutido nos meios da psicanálise: “o medo é um sentimento que nos inspira a possibilidade real de sermos afetados por um mal real, por um mal que conhecemos pela experiência”.
Nós, espíritas, bem sabemos que além dos males reais, visíveis, tangíveis, existem os também reais, invisíveis, intangíveis, do que nos dá conta a obsessão…
De início, se analisarmos desde quando o homem tem medo, certamente chegaríamos à idade da pedra lascada, com nossos ancestrais se refugiando nos fundos das cavernas, ante os grandes perigos dos raios, dos trovões, dos furacões, dos vulcões, dos terremotos, dos maremotos, das eclipses cósmicas, etc.
Tais acontecimentos, hoje bem explicados, antes eram tidos como sobrenaturais e determinados por deuses terríveis, vingativos. Holocaustos, oferendas e promessas começaram ali e pelo jeito ainda não aplacaram a cólera daqueles deuses…
Vamos elencar algumas espécies de medo:
Medos naturais: São aqueles medos com os quais, praticamente, todos nascemos com eles: fogo, grandes ruídos, desequilíbrios, morte-mortos, medo do desconhecido.
Medos amigos: Os chamados medos amigos são aqueles ditados pela prudência e basicamente são por eles que os seres vivos mantêm sua integridade, como por exemplo:
- o vegetal procura a luz e a água, pelo que, de forma indireta está evitando a sombra e a seca, regime no qual feneceria;
- o animal foge de um predador ou do combate no qual esteja em desvantagem, e não o faz por covardia, senão sim para continuar vivendo;
- o homem num gradiente que vai ao infinito, posto que a inteligência abre um leque de infinitas hastes de opções, sempre evitará a ação de conseqüências prejudiciais: não ultrapassar na curva, não brincar à beira do precipício, não riscar fósforos próximo a combustíveis, etc.
Afirmamos, enfaticamente, que esses não são medos, senão sim, frutos da prudência, ditada pelo abençoado instinto de conservação, engendrado por Deus e que nasce com todas as criaturas.
Medos inimigos: São os que causam prejuízos ao ser humano, não por alguma ação, mas justamente ao contrário, pela inação, como por exemplo:
- medo de mudanças é um arqui-inimigo de toda a Humanidade; num ambiente de trabalho ou de reuniões, medo de mudar de lugar, medo de pessoas, medo de objetos, medo de móveis…
- medo de enfrentar desafios da vida, tais como assumir responsabilidades sejam familiares, profissionais, sociais ou mesmo espiritualis...
Medos irracionais: São aqueles sentimentos que bloqueiam o raciocínio e se edificam sob bases que contrariam o bom senso, como por exemplo:
- medo de ir ao dentista — vejam bem, que o que se diz não é ter medo de ser submetido a um tratamento odontológico, e sim, de ir ao dentista…
Ora, se um pai contar para seu filho (desde criança), que antigamente eram necessárias seis pessoas para extrair um dente (cinco para segurar o paciente e uma sexta pessoa para usar o alicate-boticão), certamente esse filho, durante sua vida, será o primeiro a buscar o dentista, na salutar trilha da visita de prevenção.
Se necessário tratamento, talvez até exija injeção (anestesia), para só sentir uma picadinha…esse sou eu com certeza...
Medos reais: Situam-se entre as inquietações que se seguem após traumas, como por exemplo:
- assalto: alguém é assaltado e passa a ter receio de voltar a ser vítima; como defesa deixa de sair de casa, até quase que enclausurar-se por completo; o correto seria continuar normalmente saindo, mas com cuidado redobrado; e se voltar a ser assaltado, com certeza já terá muito mais equilíbrio para proceder sem riscos;
- falar em público; alguém diz algo para algumas pessoas e é ridicularizado… aí implanta-se tal medo; mas, se a pessoa treinar, nem que seja no banheiro, em frente ao espelho, e depois para a família, verá que aos poucos dominará essa técnica, não sendo necessário ser um brilhante orador, mas sim alguém que fala com clareza e principalmente que tem conhecimento daquilo que está falando...
- infecção: sempre lavar as mãos é excelente, tal cuidado; só haverá problema se houver exagero…
- andar de avião: de fato, desastres aéreos ocorrem, mas o avião é dezenas, ou centenas de vezes mais seguro do que automóveis…
Obs: Geralmente, esses medos se transformam em manias, daí em fobias, depois em neuroses, podendo evoluir para psicoses…
Medos imaginários: Falsos sentimentos, pois ainda não aconteceram, mas já vivem na mente, como se reais fossem. Considerando que o homem formula pensamentos, cuja fixação os converte em realidade mental, surge aqui — apenas entre nós, homens —, o medo imaginário, isto é, temor de algo que ainda não aconteceu. Esse é o mais prejudicial dos medos, pois o medo real, muitas vezes tem raízes no passado, a se expressar no presente. Agora, como ter medo de algo que ainda não aconteceu? Exemplos:
- um estudante – ou muito magro, ou de pouca estatura, ou de óculos, ou algo obeso- traz em estado latente o receio de não ser aceito e com isso evita se enturmar;
- um jovem que sofre, antecipadamente, a angústia de não arranjar namorada…
- medo de terroristas: o nível de medo pode atingir a fase do pavor, muito comum nas pessoas que sofrem a síndrome do pânico.
Síndrome do pânico: a expressão é originária de Pan, deus grego, tocador de flauta, que aterrorizava os camponeses com seus chifres e pés de eqüinos; os pacientes que apresentam essa síndrome sofrem intensamente, com graves sintomas, que vão da angústia a palpitações, sudoreses, tremores, falta de ar, náuseas, medo da loucura e medo extremo com sensação de morte.
Nos Estados Unidos da América, o trauma pós 11 de Setembro de 2001 – derrubada das torres gêmeas, por terroristas -, levou até mesmo a propaganda a colocar máscara contra gases na famosa boneca “Barbie”…lembram disso?
Fobias: A fobia é acompanhada de um medo exagerado e persistente – mórbido – que não tem limites em relação às causas que o produzem. O fóbico sofre terrivelmente. O exército de medos, nesse patamar, é quase ilimitado. Pela Psicanálise temos que a maioria das fobias, na verdade, mascaram um perigo simbólico, cujo objeto exato esconde-se nas fímbrias do subconsciente, que muitas vezes, como defesa subjetiva, derivando um fato real para um perigo imaginário.
Como exemplo, podemos citar o caso de Hans, uma criança que foi psicanalisada por Freud, e que tinha pavor de cavalos, aos quais, paradoxalmente, admirava… Em suas pesquisas, o grande mestre austríaco percebeu que, para Hans, o cavalo – animal forte – era uma representação simbólica do pai, que vivia ameaçando-o de castração.


Vamos citar algumas fobias


- claustrofobia é a mais citada de todas as fobias e refere-se ao medo de lugares fechados, pela teoria junguiana — Carl Gustav Jung (1875-1961), notável psiquiatra suíço —, esse medo está relacionado ao nascimento — o ser precisa deixar o conforto e atravessar um túnel estreito, rumo ao desconhecido…; também se manifesta junto a multidões;
- nosofobia: o medo de adoecer, o que leva o fóbico a se julgar doente; começa pelo medo de se infectar por micróbios e por isso até não dá a mão nos cumprimentos… essa fobia conduz rapidamente à hipocondria (busca obcecada de tratamento para doenças inexistentes)
- agorafobia: medo de espaços abertos e amplos – medo de deslocar-se sem ajuda – meditando sobre essa fobia, bem podemos calcular a coragem de Cristóvam Colombo…;
- altofobia: medo das alturas;
- antropofobia: medo de enfrentar a sociedade, levando o indivíduo a trágicas solidões;
- gerontofobia: medo de envelhecer… e até do convívio com pessoas idosas;
- necrofobia: medo da morte e até dos mortos, não brinquem conheço médiuns que tem esse tipo de fobia, acreditem...
- obesofobia: medo de engordar – fobia muito cultivada pelas jovens modelos de modas; quase sempre leva à anorexia – perda do apetite -, que é porta aberta ao comprometimento do sistema orgânico de defesa autoimune;
- talassofobia: medo das águas, rios, etc.


Vencendo os medos

Auto-análise: Todos nós, sem exceção, temos medos… Disso, de alguma forma, sempre resultam grandes ou pequenos desconfortos. Assim, impõe-se que idealizemos uma administração dos nossos medos. Dizemos administração pois extingui-los é totalmente impossível. Em primeiro lugar, nada melhor do que identificar e classificar o medo. Uma vez identificados e classificados os nossos medos, o trabalho agora é realizar um mapeamento da origem deles. Para começar, devemos ter como certeza de que a humanidade sempre se defrontou com o medo e poucos não foram os homens que se dedicaram a explicá-lo, primeiro para poderem entendê-lo, para em seguida eliminá-lo.
Todos fracassaram, eis que o medo, enquanto sentimento de evitação do mal, é um instrumento de sobrevivência, sem exageros, de todos os seres vivos. Até porque há a classe de medo que é muito benéfica, como vimos. Dessa forma, o medo tanto pode ser, em potencial, um amigo ou um grande inimigo. Se o perigo pode ser real ou imaginário, o medo também o será.
Para um medo ser identificado necessário se torna compreender como ele se instalou, ou dizendo de outra forma, como é que ele apareceu: quando, como, porquê.
Quase sempre o medo se disfarça, lançando mão de símbolos, num processo muito parecido com os sonhos, cuja interpretação é problemática, justamente pelo simbolismo com o qual a maioria se apresenta ao sonhador.
É sob convicção que afirmamos que o medo pode e deve ser trabalhado para se tornar um incomparável instrumento de equilíbrio no nosso dia-a-dia. Em todos os medos, se a pessoa não conseguir dominá-los racionalmente – auto-libertação-, um bom caminho a seguir será procurar um aconselhamento:
- na fé: em primeiro lugar, orações a Deus e ao Anjo Guardião!
- na família: ouvindo a experiência dos pais e familiares mais íntimos;
- na ajuda espiritual: outra via será procurar um orientador espiritual; de nossa parte, sugerimos visita a um centro espírita e um diálogo com alguém disposto a ouvir essa pessoa com tolerância e fraternidade, sugerindo caminhos evangelhoterápicos.
Obs: Se a pessoa fizer questão, nada objeta o auxílio de um psicanalista. Devemos considerar que a Medicina terrena e seus avanços científicos é um dos canais pelo qual mais têm aportadas benesses vindas da Espiritualidade, a bem da Humanidade.
No Espiritismo: A Doutrina dos Espíritos leciona que todos temos um extenso passado existencial, de multiplicadas existências, que espelham atualmente nosso painel mental de emoções e sentimentos, painel esse que se atualiza segundo a segundo. De posse de tão transcendental entendimento, ao espírita convicto será possível iniciar, por uma enérgica e sincera auto-reforma, um intenso e permanente tratamento, visando libertar-se de seus medos, manias, fobias, neuroses e eventuais psicoses. Na questão 919 de “O Livro dos Espíritos”, o Espírito Santo Agostinho nos dá preciosa maneira de nos conhecermos a nós mesmos, através balanço diário das nossas ações, ao final de cada dia, bem como interrogação constante à consciência. E na “Introdução” da mesma obra registrou, a propósito dos nossos temores:
“O Espiritismo mostra a realidade das coisas e com isso afasta os funestos efeitos de um temor exagerado”.
Tratando-se dessa realidade das coisas, aos espíritas acorre compreender muitos fatos da presente existência, conjeturando que sua origem pode estar em vidas passadas.
Obs: Em Psicologia, segundo C.G.Jung, que já citamos, esse atavismo recebe o nome de sombra, caracterizando-se por componentes da personalidade, formado por instintos, que produzem sentimentos e ações desagradáveis.
Sabendo que o perispírito guarda indelevelmente as chamadas matrizes psíquicas - fatos marcantes de outras existências – não ficará difícil conjeturar que o medo, no presente, pode ter se originado por suicídio ou por ter sido vítima, assim:
- medo de multidão: será que essa pessoa não foi condenada e quem sabe até apedrejada em público?
- medo de altura: não teria se suicidado atirando-se ou sido vítima de queda de penhascos?
- medo de água: não teria se afogado?
- medo de lugares fechados: não teria morrido num calabouço?
- medo de animais: não teria morrido sob ataque de algum deles? 
Além disso, a obsessão e seus agentes ocultos fragilizam a razão do obsidiado. Daí que, vulnerável, ele se torna quase sempre cliente de novos medos… É nesse ponto que a prece sincera e a auto-reforma carreiam-lhe o amparo do Mais Alto.


Sendo assim amigos o medo edifica muros altos ao discernimento, impedindo análises, reflexões e soluções para nosso dia-a-dia, qual lanterna que se apaga na mente. Além disso, é um grande gerador de bloqueios, com perda de novas oportunidades de aprendizado. Infinitos medos existem e infinitas são também as maneiras de administrá-los. Uma constante, porém, se impõe: é que o medo seja reconhecido, analisado racionalmente e aceito como parte da estrutura emocional. Em sendo real, a prudência dará o toque de como agir. Contudo, se imaginário, conscientizado disso, por si mesmo, em auto-análise ou por aconselhamento, esse medo deverá ser enfrentado pelo medroso. Logo se perceberá que até o medo tem medo…
Como asseverou Santo Agostinho, qualquer medo se dissolve, diante da fé, numa enfrentação racional. Com respeito, acrescentamos: A luta entre o medo e a razão. É igual à da vespa contra o leão: Incomoda sim, mas vence não!
(Por Eurípedes Kuhl)