"Espiritismo não é a religião do futuro, mas o futuro das religiões". ...Leon Denis

"O espiritismo é toda uma ciência, é toda uma filosofia.Quem desejar conhece-lo seriamente deve pois, como primeira condição,submeter-se a um estudo sério e persuadir-se que mais do que qualquer outra ciência, não se pode aprendê-lo brincando" Allan Kardec

"Se a religião recusa caminhar com a ciência, a ciência avança sozinha."... (Allan Kardec)

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Diabetes, uma Visão Médico-Espírita

A Diabetes é uma doença caracterizada pela elevada taxa de glicose (açúcar) no sangue, devido a deficiência na produção de insulina ou na dificuldade de ação desse hormônio no organismo. Atualmente, há cerca de 240 milhões de portadores da Diabetes em todo o mundo, e estima-se que em 2025 esse número chagará a 350 milhões. 

A Diabetes melitus pode ser dividida em tipo I e tipo II e tem raízes, do ponto de vista médico, na interação de fatores genéticos com estímulos ambientais. A Tipo I acomete indivíduos na infância e adolescência e caracteriza-se por ser uma doença auto-inume, ou seja, o organismo produz anticorpos contra as células Beta do pâncreas, produtoras de insulina, levando à deficiência desse hormônio.

Há a necessidade de se administrar a insulina por via subcutânea para repor a falta desse importante hormônio controlador do metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídeos. Já o Tipo II é a diabetes que é decorrente predominantemente de fatores ambientais e comportamentais, sendo a obesidade, sobretudo a abdominal, o principal fator de risco para seu desenvolvimento. Há a produção normal ou pouco diminuída de insulina, mas ela não consegue exercer o seu papel nas células devido à resistência nos tecidos, que impedem sua absorção e ação intracelular. Há a necessidade de se administrar fármacos hipoglicemiantes, que reduzem a taxa de açúcar no sangue, pois a glicemia elevada produz um estado de inflamação crônica que pode lesar tecidos e órgãos, gerando complicações, sendo as mais freqüentes a neuropatia, a retinopatia e as lesões renais. Para se evitar desenvolver diabetes e também tratá-la, o mais recomendado é a adoção de atividades físicas aeróbicas e dieta, rica em saladas verdes, derivados do leite, carne branca e magra, além da redução da ingestão de açúcares e uso de medicações específicas. 

Do ponto de vista espiritual, entendemos que as predisposições genéticas que trazemos na reencarnação falam de nosso passado espiritual e de nossas tendências, mas, sobretudo de nossas necessidades reeducativas. A Diabetes é, de forma geral, um grande convite ao aprendizado do limite e do auto-amor. Ao invés de ser um castigo divino ou uma punição por erros ou ainda carma, como alguns acreditam, essa doença se apresenta como expressão de nossas escolhas e construções individuais ao longo dos tempos. É, portanto, recurso de autodomínio e autoconhecimento, que promove o seu portador, quando este aproveita a oportunidade para vencer a si mesmo, a um estado de maior equilíbrio e harmonia do que tinha antes, ao reencarnar, lembrando que somos todos espíritos imortais e não meros seres carnais vivenciando uma experiência passageira. Segundo proposta do Dr. César Geremias, endocrinologista gaúcho, a Diabetes tipo I, por suas características, teria raízes na auto-agressão, culpa, vitimização e autopunição, manifestações da falta de auto-perdão e sobretudo do orgulho, sentimento base que seria o núcleo principal a ser trabalhado nesse caso. 

Já a Diabetes tipo II teria suas raízes na falta de auto-cuidado, no hedonismo excessivo, na exaustão das energias psicofísicas e excesso de auto-preservação, manifestações diferenciadas do egoísmo, que seria o núcleo principal ou sentimento base nesse caso. Perceber essas características em si, reconhecê-las, acolhê-las e esforçar por transformá-las, no processo reeducativo que a doença convida, seria o objetivo maior da doença, lembrando-se sempre que é necessário individualizar cada caso e somente o autoconhecimento poderá fornecer a indicação segura das necessidades de cada um. Mas, independente de sua origem, a Diabetes é um grande convite ao auto-amor, à auto-preservação e à superação de si mesmo, caminhos de paz interior e saúde integral. 

Andrei Moreira 
* Médico generalista integrante de uma equipe do PSF em BH/MG
Presidente da Associação Médico-Espírita de MG

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Fé!


“A opinião comum de que sou ateu repousa sobre grave erro. Quem a pretende deduzir de minhas teorias científicas não as entendeu.
        Creio em um Deus pessoal e posso dizer que, nunca, em minha vida, cedi a uma ideologia atéia.
        Não há oposição entre a ciência e a religião. Apenas há cientistas atrasados, que professam idéias que datam de 1880.
        Aos dezoito anos, eu já considerava as teorias sobre o evolucionismo mecanicista e casualista como irremediavelmente antiquadas. No interior do átomo não reinam a harmonia e a regularidade que estes cientistas costumam pressupor. Nele se depreendem apenas leis prováveis, formuladas na base de estatísticas reformáveis. Ora, essa indeterminação, no plano da matéria, abre lugar à intervenção de uma causa, que produza o equilíbrio e a harmonia dessas reações dessemelhantes e contraditórias da matéria.
        Há, porém, várias maneiras de se representar Deus. 

  • Alguns o representam como o Deus mecânico, que intervém no mundo para modificar as leis da natureza e o curso dos acontecimentos. Querem pô-lo a seu serviço, por meio de fórmulas mágicas. É o Deus de certos primitivos, antigos ou modernos. 


  • Outros o representam como o Deus jurídico, legislador e agente policial da moralidade, que impõe o medo e estabelece distâncias. 


  • Outros, enfim, como o Deus interior, que dirige por dentro todas as coisas e que se revela aos homens no mais íntimo da consciência.”  

*    *    *    *    *
       “A mais bela e profunda emoção que se pode experimentar é a sensação do místico. Este é o semeador da verdadeira ciência. Aquele a quem seja estranha tal sensação, aquele que não mais possa devanear e ser empolgado pelo encantamento, não passa, em verdade, de um morto.
        Saber que realmente existe aquilo que é impenetrável a nós, e que se manifesta como a mais alta das sabedorias e a mais radiosa das belezas, que as nossas faculdades embotadas só podem entender em suas formas mais primitivas, esse conhecimento, esse sentimento está no centro mesmo da verdadeira religiosidade.
        A experiência cósmica religiosa é a mais forte e a mais lie fonte de pesquisa científica.
        Minha religião consiste em humilde admiração do espírito superior e ilimitado que se revela nos menores detalhes que podemos perceber em nossos espíritos frágeis e incertos. Essa convicção, profundamente emocional na presença de um poder racionalmente superior, que se revela no incompreensível universo, é a idéias que faço de Deus.”
ALBERT  EINSTEIN (1879-1955)

A vidência

167. Os médiuns videntes são dotados da faculdade de ver os Espíritos. Alguns gozam dessa faculdade em estado normal, quando perfeitamente acordados, e conservam lembrança precisa do que viram. Outros só a possuem em estado sonambúlico, ou próximo do sonambulismo. Raro é que esta faculdade se mostre permanente; quase sempre é efeito de uma crise passageira. Na categoria dos médiuns videntes se podem incluir todas as pessoas dotadas de dupla vista. A possibilidade de ver em sonho os Espíritos resulta, sem contestação, de uma espécie de mediunidade, mas não constitui, propriamente falando, o que se chama médium vidente. Explicamos esse fenômeno em o capítulo VI - Das manifestações visuais.
O médium vidente julga ver com os olhos, como os que são dotados de dupla vista; mas, na realidade, é a alma quem vê e por isso é que eles tanto vêem com os olhos fechados, como com os olhos abertos; donde se conclui que um cego pode ver os Espíritos, do mesmo modo que qualquer outro que tem perfeita a vista. Sobre este último ponto caberia fazer-se interessante estudo, o de saber se a faculdade de que tratamos é mais freqüente nos cegos. Espíritos que na Terra foram cegos nos disseram que, quando vivos, tinham, pela alma, a percepção de certos objetos e que não se encontravam imersos em negra escuridão.
168. Cumpre distinguir as aparições acidentais e espontâneas da faculdade propriamente dita de ver os Espíritos. As primeiras são freqüentes, sobretudo no momento da morte das pessoas que aquele que vê amou ou conheceu e que o vêm prevenir de que já não são deste mundo. Há inúmeros exemplos de fatos deste gênero, sem falar das visões durante o sono. Doutras vezes, são, do mesmo modo, parentes, ou amigos que, conquanto mortos há mais ou menos tempo, aparecem, ou para avisar de um perigo, ou para dar um conselho, ou, ainda, para pedir um serviço. O serviço que o Espírito pode solicitar é, em geral, a execução de uma coisa que lhe não foi possível fazer em vida, ou o auxílio das preces. Estas aparições constituem fatos isolados, que apresentam sempre um caráter individual e pessoal, e não efeito de uma faculdade propriamente dita. A faculdade consiste na possibilidade, senão permanente, pelo menos muito freqüente de ver qualquer Espírito que se apresente, ainda que seja absolutamente estranho ao vidente. A posse desta faculdade é o que constitui, propriamente falando, o médium vidente.
Entre esses médiuns, alguns há que só vêem os Espíritos evocados e cuja descrição podem fazer com exatidão minuciosa. Descrevem-lhes, com as menores particularidades, os gestos, a expressão da fisionomia, os traços do semblante, as vestes e, até, os sentimentos de que parecem animados. Outros há em quem a faculdade da vidência é ainda mais ampla: vêem toda a população espírita ambiente, a se mover em todos os sentidos, cuidando, poder-se-ia dizer, de seus afazeres.
169. Assistimos uma noite à representação da ópera Oberon, em companhia de um médium vidente muito bom. Havia na sala grande número de lugares vazios, muitos dos quais, no entanto, estavam ocupados por Espíritos, que pareciam interessar-se pelo espetáculo. Alguns se colocavam junto de certos espectadores, como que a lhes escutar a conversação. Cena diversa se desenrolava no palco: por detrás dos atores muitos Espíritos, de humor jovial, se divertiam em arremedá-los, imitando-lhes os gestos de modo grotesco; outros, mais sérios, pareciam inspirar os cantores e fazer esforços por lhes dar energia. Um deles se conservava sempre junto de uma das principais cantoras. Julgando-o animado de intenções um tanto levianas e tendo-o evocado após a terminação do ato, ele acudiu ao nosso chamado e nos reprochou, com severidade, o temerário juízo: "Não sou o que julgas, disse; sou o seu gula e seu Espírito protetor; sou encarregado de dirigi-la." Depois de alguns minutos de uma palestra muito séria, deixou-nos, dizendo: "Adeus; ela está em seu camarim; é preciso que vá vigiá-la." Em seguida, evocamos o Espírito Weber, autor da ópera, e lhe perguntamos o que pensava da execução da sua obra. "Não de todo má; porém, frouxa; os atores cantam, eis tudo. Não há inspiração. Espera, acrescentou, vou tentar dar-lhes um pouco do fogo sagrado." Foi visto, daí a nada, no palco, pairando acima dos atores. Partindo dele, um como eflúvio se derramava sobre os intérpretes. Houve, então, nestes, visível recrudescência de energia.
170. Outro fato que prova a influência que os Espíritos exercem sobre os homens, à revelia destes: Assistíamos, como nessa noite, a uma representação teatral, com outro médium vidente. Travando conversação com umEspírito espectador, disse-nos ele: "Vês aquelas duas damas sós, naquele camarote da primeira ordem? Pois bem, estou esforçando-me por fazer que deixem a sala." Dizendo isso, o médium o viu ir colocar-se no camarote em questão e falar às duas. De súbito, estas, que se mostravam muito atentas ao espetáculo, se entreolharam, parecendo consultar-se mutuamente. Depois, vão-se e não mais voltam. O Espírito nos fez então um gesto cômico, querendo significar que cumprira o que dissera. Não É tornamos a ver, para pedir-lhe explicações mais amplas. assim que muitas vezes fomos testemunha do papel que os Espíritos desempenham entre os vivos. Observamo-los em diversos lugares de reunião, em bailes, concertos, sermões, funerais, casamentos, etc., e por toda parte os encontramos atiçando paixões más, soprando discórdias, provocando rixas e rejubilando-se com suas proezas. Outros, ao contrário, combatiam essas influências perniciosas, porém, raramente eram atendidos.
171. A faculdade de ver os Espíritos pode, sem dúvida, desenvolver-se, mas é uma das de que convém esperar o desenvolvimento natural, sem o provocar, em não se querendo ser joguete da própria imaginação. Quando o gérmen de uma faculdade existe, ela se manifesta de si mesma. Em princípio, devemos contentar-nos com as que Deus nos outorgou, sem procurarmos o impossível, por isso que, pretendendo ter muito, corremos o risco de perder o que possuímos.
Quando dissemos serem freqüentes os casos de aparições espontâneas (n. 107), não quisemos dizer que são muito comuns. Quanto aos médiuns videntes, propriamente ditos, ainda são mais raros e há muito que desconfiar dos que se inculcam possuidores dessa faculdade. E prudente não se lhes dar crédito, senão diante de provas positivas. Não aludimos sequer aos que se dão à ilusão ridícula de ver os Espíritos glóbulos, que descrevemos no n. 108; falamos apenas dos que dizem ver os Espíritos de modo racional. E fora de dúvida que algumas pessoas podem enganar-se de boa-fé, porém, outras podem também simular esta faculdade por amor-próprio, ou por interesse. Neste caso, é preciso, muito especialmente, levarem conta o caráter, a moralidade e a sinceridade habituais; todavia, nas particularidades, sobretudo, é que se encontram meios de mais segura verificação, porquanto algumas há que não podem deixar suspeita, como, por exemplo, a exatidão no retratar Espíritos que o médium jamais conheceu quando encamados. Pertence a esta categoria o fato seguinte:
Uma senhora, viúva, cujo marido se comunica freqüentemente com ela, estava certa vez em companhia de um médium vidente, que não a conhecia, como não lhe conhecia a família. Disse-lhe o médium, em dado momento: - Vejo um Espírito perto da senhora. - Ah! disse esta por sua vez: E com certeza meu marido, que quase nunca me deixa. - Não, respondeu o médium, é uma mulher de certa idade; está penteada de modo singular; traz um bandó branco sobre a fronte.
Por essa particularidade e outros detalhes descritos, a senhora reconheceu, sem haver possibilidade de engano, sua avó, em quem naquele instante absolutamente não pensava. Se o médium houvesse querido simular a faculda-de, fácil lhe fora acompanhar o pensamento da dama. Entretanto, em vez do marido, com quem ela se achava preocupada, ele vê uma mulher, com uma particularidade no penteado, da qual coisa alguma lhe podia dar idéia. Este fato prova também que a vidência, no médium, não era reflexo de qualquer pensamento estranho. (Veja-se o n. 102.)
Allan Kardec - Livro dos médiuns - capítulo XIV

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Câncer de colo de útero pode estar ligado a sexo precoce

Durante uma pesquisa que investigava por que mulheres de baixa renda possuem um risco maior de desenvolver o câncer cervical - mais conhecido como câncer de colo de útero -, especialistas descobriram que elas tendem a iniciar a vida sexual quatro anos antes do que mulheres de classes sociais mais altas. Essa evidência levantou a hipótese de que o sexo precoce pode até duplicar o risco da doença.
O estudo, realizado pela Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (International Agency for Research on Cancer), ligada à Organização Mundial da Saúde, foi divulgado pelo British Journal of Câncer. Analisando cerca de 20.000 mulheres, os pesquisadores concluíram que a idade em que a mulher teve seu primeiro bebê também é um fator que influencia o desenvolvimento da doença. Já o número de parceiros sexuais e o cigarro não são determinantes.

A médica Silvia Franceschi, que encabeçou a pesquisa, afirmou que o sexo precoce pode ocasionar a infecção pelo vírus HPV mais cedo, o que dá a ele mais tempo para produzir a longa sequência de eventos necessários para o desenvolvimento do câncer de colo de útero. Por outro lado, ela ressalta que o risco da doença também é alto em mulheres que tiveram sua primeira relação sexual entre 20 e 25 anos.
De acordo com Lesley Walker, representante da entidade britânica de fomento à pesquisa sobre o câncer Cancer Research UK, apesar de as mulheres poderem ser infectadas pelo HPV em qualquer idade, infecções em meninas muito jovens podem trazer consequências mais graves, por dar mais tempo ao vírus para causar os prejuízos. Para ele, os últimos estudos reforçam a necessidade da vacinação contra o HPV em adolescentes, antes do início da vida sexual, especialmente entre mulheres de regiões carentes.
O câncer de colo do útero é o segundo que mais afeta as mulheres em todo o mundo, com consequências mais graves nos países em desenvolvimento. Em 2002, houve pelo menos 500.000 novos casos da doença, com 270.000 mortes.

domingo, 20 de dezembro de 2009

O que é trombose?

 Estatísticas mundiais revelam que a trombose venosa profunda (formação de coágulo sanguíneo no interior das veias, mais frequentemente da perna ou da coxa) é responsável pela morte de cerca de um milhão de pessoas anualmente, nos Estados Unidos e na Europa. 

> Trata-se da terceira doença cardiovascular mais frequente no mundo depois dos problemas de coração e do derrame (AVC). 

> O professor Luiz Sérgio Marcelino Gomes, da PUC- Campinas e diretor cientifico da Sociedade Brasileira de Quadril, explica o que é, quando acontece e como prevenir a trombose. 

O QUE É TROMBOSE VENOSA PROFUNDA? 
Segundo o médico Luiz Sérgio Marcelino Gomes, a Trombose Venosa Profunda (TVP) ocorre quando se forma um coágulo sanguíneo no interior de veias profundas, mais frequentemente na perna ou na coxa do paciente, causando o entupimento desta veia. Na fase inicial ocorre um processo inflamatório nas regiões próximas que causa dor, inchaço, aumento da temperatura e endurecimento dos músculos próximos ao local da trombose. ``Um dos maiores desafios é o grande numero de TVP silenciosa ou assintomática que pode ocorrer em até 80% dos casos``. 

QUAIS AS CAUSAS DA TROMBOSE VENOSA? 
 Em condições normais a coagulação sanguínea é um processo de defesa do organismo contra um sangramento que pode ocorrer em consequência de doenças ou algum tipo de traumatismo, explica o médico. ``Além disso, existem algumas características próprias ou hábitos que podem aumentar as chances de desenvolver a trombose venosa, como menor velocidade de circulação pela veia (frequente em pessoas com varizes acentuadas); pessoas com lesões nas paredes das veias; pessoas com tendência a coagulação (estado chamado de hipercoagulabilidade - normalmente ocorre em pessoas com doença genética, usuários de drogas e grávidas). Outros fatores de risco são idade, obesidade e excesso de nicotina``. 

QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DA TROMBOSE VENOSA PROFUNDA? 

 O médico explica; ``A veia entupida não exerce mais a sua função de levar o sangue venoso de volta ao coração. Ainda que as veias vizinhas possam fazer este papel, elas ficam sobrecarregadas, se dilatam e podem ficar insuficientes. Esta situação, por si só, tem consequências importantes, pois pode originar a chamada síndrome pós-trombótica na qual acontece a presença inchaço, feridas e infecções crônicas no membro afetado, podem ser extremamente incapacitantes. Isto é muito importante, pois cerca de 30% dos pacientes com TVP desenvolvem síndrome pós-trombótica nos primeiros dois anos, período em que também quase 20% dos pacientes apresentam novo episodio de TVP. 

Outra grave consequência da trombose venosa é a embolia pulmonar, que ocorre quando o coágulo (ou trombo) se desprende das paredes das veias e é levado pela corrente sanguínea (fenômeno chamado embolia) até se alojar nos vasos do pulmão. A embolia pulmonar é uma circunstância potencialmente fatal, que leva à morte em até um terço dos pacientes quando não tratados adequadamente``. 

MUITO FREQUENTE? 

A incidência da TVP é de um caso para cada mil pessoas e a frequência de Embolia Pulmonar é de 60 a 70 casos para cada 100 mil habitantes. De acordo com estudos científicos, a TVP é responsável pela morte de 1 milhão de pessoas todos os anos, sendo cerca de 300 mil nos Estados Unidos e 544 mil na Europa. 

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO? 
``Por ser uma doença muitas vezes assintomática, a trombose venosa é considerada de difícil diagnóstico. Além da avaliação clínica e dos fatores de risco do paciente, o médico pode solicitar a realização de exames específicos como o doppler (que permite visualizar a circulação do sangue nas pernas) ou raramente a flebografia (raio-x das veias após a injeção de contraste)``. 

COMO PREVENIR A TROMBOSE VENOSA E A EMBOLIA PULMONAR? 
Como a TVP é uma doença silenciosa em 80% dos casos e a sua principal consequência, a embolia pulmonar é fatal para grande parte dos pacientes, a prevenção torna-se imprescindível. 

>A prevenção e o tratamento da trombose são amplamente estudados, mas o grande problema é que grande parte dos medicamentos disponíveis no mercado ou são injetáveis ou necessitam de monitoramento e ajuste constantes da dose, o que dificulta a adesão ao tratamento, explica o médico.

A Energia no Sistema Solar

                              
 O Sistema solar constitui um macro universo semelhante ao universo atômico e celular. O sol é o centro do sistema planetário e comanda o movimento orbital dos seus planetas. O núcleo atômico e o celular comandam o movimento dos elétrons e do protoplasma da célula respectivamente. O núcleo do átomo identifica a substância. Os cromossomos do núcleo celular identificam a mensagem genética do ser vivo através do DNA. 
Estes comandos universais são regidos pelas imutáveis Leis Divinas. Estas leis foram estudadas pelo homem e codificadas como Ciência com diversos nomes: química, física, biologia, filosofia, teologia, etc.
Qualquer nome ou modalidade expressa uma faceta apenas da grande Lei do Amor e da Harmonia, que mantém o equilíbrio desta criação de Deus.
No universo eletro-atômico, o positivo e o negativo são opostos e manifestam a LUZ. No universo filosófico, bem e mal, equilíbrio e desequilíbrio, buscam pela lei da causa e efeito ou lei 1.ª de Newton da física o retorno do equilíbrio, ao bem, à grande harmonia.
As correntes eletro atômicas ou eletromagnéticas não são visíveis pela visão, mas são perceptíveis pelos sentidos. As correntes de energia das células também não são visíveis pela visão, mas são perceptíveis pelos sentidos e pelos sentimentos e emoções.
Dentro destes universos atômicos e celulares, nada se cria e tudo se transforma. O processo é contínuo e infinito. As transformações necessárias ao equilíbrio renovam seres, épocas, conceitos, formas, funções e tudo o que for necessário para manter o equilíbrio e o progresso da obra do CRIADOR.
Para compreensão desta verdade e necessário humildade e profunda gratidão.
Num discurso explicativo podemos dizer que esta criação tem três elementos que transformam e distribuem a energia do macro universo para o micro universo. O sol é a fonte ativadora da energia para a terra e seus efeitos estão visíveis aos nossos sentidos pela luz, calor e movimento. A lua é a fonte que ativa a energia das águas para a terra através do hidrogênio e oxigênio, ativando a vida.
A terra é a essência que fertilizada pelo sol e pela lua move a vida nas suas mais diversas transformações. Substâncias e formas são transformadas continuamente. Formas e funções ocorrem dessa transformação no tempo e missões são determinadas. Pela sintetização da luz (fotossíntese) nas Plantas, temos uma constante materialização. Na decomposição da matéria um retorno da energia à sua origem. As essências da terra são codificadas pela ciência química sob diversos nomes que são os chamados elementos químicos em função do seu número atômico contido no núcleo. As essências da água são o hidrogênio e o oxigênio, também codificados na química. A essência química da Luz, não sabe na Ciência, mas podemos chamar de vida ou energia vital irradiada pelo sol, pois é ela que produz e alimenta a matéria em transformação na terra.
Podemos deduzir deste raciocínio que cada vegetal tem a sua síntese (quantum) de luz e que ao ingerir alimentos naturais, cheios de vida, estamos absorvendo esta energia vital, que podemos chamar sob diversos nomes como imunidade e resistência entre outros.
Concluímos desta dedução do universo macro e micro que a nossa vitalidade depende de alimentos vegetais puros e naturais para garantir boa saúde. 
O Ser Humano como Dualidade do Visível e do Invisível
Diz o filósofo: penso, logo existo. Se estou pensando, estou existindo e criando à imagem e semelhança do CRIADOR. A nossa imagem só pode ser semelhante a do CRIADOR, se seguirmos a Grande Lei do Amor e da Harmonia do TODO, para o qual nosso conhecimento é deveras limitado.
Vimos que a materialização da luz através da fotossíntese faz crescer nas plantas e que delas podemos incorporar luz, colocar energia a nossa matéria, seja através do alimento ou do contato. 
Quando pensamos e sentimos contrários a grande lei da criação, a energia se inverte na sua polaridade e ocorre a inversão da vitalidade, ou seja, a perda da energia vital. Assim deduzimos que muitos distúrbios e desequilíbrios na energia são causados por nosso pensamento e sentimento. Inversão de energia também ocorre por uma alimentação incorreta.
Isto é explicável porque temos em nosso corpo os mesmos elementos da natureza: luz na forma de calor, água e terra na forma de minerais e substancias. Para comandar harmoniosamente nosso corpo o pensamento tem que estar funcionando na grande lei do TODO CRIADOR.
Os nossos órgãos (com o comando do nosso cérebro, onde fica o pensamento) expressão a natureza dos três elementos condutores e transformadores de energia:
-         O elemento Fogo, luz, calor ou vitalidade, como queiram chamar, ativa o funcionamento do cérebro físico que comanda pensamento e movimento; ativa as nossas gônadas que comandam a sexualidade e reprodução ativando o coração físico que comanda nossa circulação e nossos sentimentos.
-         O elemento Água, expresso pelo hidrogênio e oxigênio, comandam as funções da respiração e os líquidos do corpo. Através do pulmão e anexos fazem a limpeza do sangue e do pensamento. Através dos rins comanda a eliminação dos líquidos a limpeza do sangue e dos sentimentos.
-         O elemento Terra é comandado no nosso corpo através do estomago e anexos, incorporando e trocando substâncias diversas através da alimentação e eliminando resíduos. Nossas emoções e sensações físicas estão diretamente ligadas a estes órgãos. Percebemos, portanto com esta análise que há um componente elemento material visível e um componente não visível expresso na forma de pensamento emoção e sentimento. Estes componentes se inter-relacionam e o equilíbrio deles gera a saúde.
Nosso progresso e desenvolvimento neste universo passam por sucessivas transformações e os nossos “disquetes” – DNA das células, guardam as codificações genéticas e as alterações da energia. É importante conhecer os “programas do nosso computador” – nossa árvore genealógica – para compreendermos e melhorarmos nossa saúde, vida e energia. 

As Funções Básicas do Ser Humano 
Para facilitar a exposição simplificada, vamos considerar quatro funções ou três maiores, que regem a vida humana: movimento-respiração, alimentação e pensamento.
Estas funções resultam da circulação e transformação da energia no corpo.
O pensamento é acionado a partir do sentimento que é dinamizado pelos sentidos. Os sentimentos são passados geneticamente. Eles podem ser analisados em dois grupos. Os naturais, que são aqueles inerentes do ser animal: medo, amor, raiva, tristeza, alegria. Estes sentimentos atuando fortemente sobre o nosso SER, provocam no nosso corpo uma corrente de energia, cujo excesso descarrega nossas glândulas “disjuntores” de forma aguda, provocando uma descarga de adrenalina. Este hormônio causa, em excesso, sintomas como cefaléia, diarréia e dor de estômago, na busca do equilíbrio físico-químico do nosso corpo.
Os sentimentos não naturais são aqueles que ferem a Lei da Unidade e que impede ao homem a sua semelhança com o CRIADOR. São Muitas as expressões desses sentimentos, mas citemos alguns: mágoa, ódio, inveja, luxúria, que vão lenta e acumulativamente  gerando alterações na energia vital produzindo serotoninas, hormônio que se acumula no sangue provocando doenças degenerativas e crônicas.
Os sentimentos são, gravados na memória genética através do DNA reproduzindo imagens e formas de doenças nas gerações em evolução. É pelo conhecimento da nossa origem e do nosso SER que podemos usar a razão na busca da verdade e da cura.

Concluindo
            As informações aqui expressas representam da experiência de vida, na busca de respostas a muitas questões, lendo, meditando e estudando em diversos livros.
            A convivência profissional com diversos seres humanos de diferentes categorias econômicas, sociais e raças muito me ajudou a encontrar respostas. A busca das razões das doenças e as mais variadas formas de cura me deixaram uma curiosa na área da saúde. Da análise de tudo que aprendi, resumi este artigo tentando sintetizar nossa origem e os fatores que interferem na nossa saúde. Este artigo preparei para que os alunos do curso de “Plantas Medicinais” possam compreender o mecanismo de cura através das plantas. Duas leis da física também gosto de relembrar: a primeira lei Newton e a equação de Einstein. A primeira lei de Newton diz que toda ação ou força corresponde ou gera outra força, isto explica o equilíbrio físico, químico ou espiritual tanto no macro universo como no micro universo. Tanto no mundo visível como no mundo invisível, pois são  todos regidos pela grande lei do amor e justiça do grande CRIADOR.
            A equação de Einstein nos diz que matéria atrai matéria na razão direta de sua massa e na razão inversa de sua velocidade. Esta lei, explica porque quanto menor a partícula que for ingerida na forma de energia como “remédio” maior o poder de atuar a nível celular.
            Ao nos alimentarmos ou ingerirmos extraímos energia que é incorporada as nossas funções básicas. Através destas também podemos acelerar nossa energia. Assim se explicam as diferentes modalidades de cura que são chamadas alternativas incluindo a homeopatia, acumpultura, yoga e os florais entre outras.
            Tentei explicar a essência da energia vital e da saúde, dádiva maravilhosa de Deus para suas criaturas. Não poderia deixar de citar a mensagem do Evangelho de Jesus “Eu sou o caminho, a realidade e a vida”. Ele também nos disse: “Eu sou a luz do mundo”.
            A luz está em toda parte, também nas plantas e chega até nós. As plantas são maravilhas do criador ao nosso alcance. Buscando o amor contido na grande lição de Jesus e a sua luz contida na natureza, encontraremos o caminho da vida com saúde.
          Fonte:  Espaço Cultural Benviver .

A Glândula Pineal

A glândula pineal, situada no centro do cérebro, é há muitos séculos conhecida por místicos e pensadores como responsável por importantes funções espirituais. Para a ciência, ela foi considerada como um órgão sem função no corpo, que teria se atrofiado ao longo da evolução humana. No entanto, novos estudos teriam revelado que ele exerce papel na regulação dos chamados ciclos circadianos, que são os ciclos vitais (principalmente o sono) e no controle das atividades sexuais e de reprodução. 

Mas seu papel transcendental vem sendo defendido ao longo dos séculos e teria função importante em fenômenos como clarividência, telepatia e até mesmo com a mediunidade. Seria responsável por dois chacras: o do "terceiro olho", no meio da testa, e um coronariano, no alto da cabeça. No século VII, o filósofo francês René Descartes a considerava como o local onde se encontrava a alma humana. Para ele, a pineal era a glândula do saber, do conhecer, que "transforma a informação recebida em humores que passam por tubos para influenciar as atividades do corpo". Místicos consideram que seria possível estimular os poderes psíquicos da glândula por meio de concentrações, meditação e mantras. Objeto de interesse de várias correntes esotéricas, foi de estudo também no espiritismo.
 No endereço http://www.guia.heu.nom.br/glandula_pineal.htm  há interessantes relatos ditados pelo espírito de André Luiz sobre a glândula.
Veja os vídeos.


A pineal e os poderes paranormais













O que são Ácidos Nucleicos?

Conceitos Gerais
São as moléculas com a função de armazenamento e expressão da informação genética
Existem basicamente 2 tipos de ácidos nucléicos:
• O Ácido Desoxirribonucléico - DNA
• O Ácido Ribonucléico - RNA
Os ácidos nucléicos são macromoléculas formadas pela ligação tipo fosfodiéster entre 5 nucleotídeos
diferentes, suas unidades fundamentais.
Os Nucleotídeos
São as unidades fundamentais dos ácidos nucléicos
Ligam-se uns aos outros através de ligações fosfodiéster, formando cadeias muito longas com milhões de
resíduos de comprimento
Além de participarem da estrutura dos ácidos nucléicos, os nucleotídeos atuam também como
componentes na estrutura de coenzimas importantes no metabolismo oxidativo da célula, e como forma de
energia química - ATP, por exemplo.
Atuam ainda como ativadores e inibidores importantes em várias vias do metabolismo intermediário da
célula
Estrutura dos Nucleotídeos
Os nucleotídeos são moléculas formadas por:
• Uma pentose
• Uma base nitrogenada
• Um ou mais radicais fosfato As Bases Nitrogenadas
Pertencem a 2 famílias e compostos, e são 5 no total:
• Bases Púricas, ou Purinas: Adenina e Guanina
• Bases Pirimídicas, ou Pirimidinas: Citosina, Timina Uracila
Tanto o DNA como o RNA possuem as mesmas bases púricas, e a citosina como base pirimídica
A timina existe apenas no DNA, e no RNA, é substituída pela uracila - que possui um grupo metil a
menos.
Em alguns tipos de DNA virais e no RNA de transferência podem aparecer bases incomuns
As Pentoses
A adição de uma pentose a uma base nitrogenada produz um nucleosídeo
Os nucleosídeos de A, C, G, T e U são denominados, respectivamente,
Adenosina, Citosina, Guanosina, Timidina e Uridina
Se o açúcar em questão é a RIBOSE, temos um ribonucleosídeo, característico do RNA
Se o açúcar é a desoxirribose - 1 hidroxila a menos em C2 - temos um desoxirribonucleosídeo,
característico do DNA.
A ligação com a base nitrogenada ocorre sempre através da hidroxila do carbono anomérico da pentose.
O Fosfato
A adição de um ou mais radicais fosfato à pentose, através de ligação tipo éster com a hidroxila do
carbono 5 da mesma, dá origem aos Nucleotídeos.
Os grupos fosfato são responsáveis pelas cargas negativas dos nucleotídeos e dos ácidos nucléicos
A adição do segundo ou terceiro grupo fosfato ocorre em seqüência, dando origem aos nucleotídeos di e
trifosfatados
O DNA
Está presente no núcleo das células eucarióticas, nas mitocôndrias e nos cloroplastos, e no citosol das
células procarióticas
Nas células germinativas e no ovo fertilizado, dirige todo o desenvolvimento do organismo, a partir da
informação contida em sua estrutura
É duplicado cada vez que a célula somática se divide
Estrutura do DNA
O DNA é um polidesoxirribonucleotídeo formado por milhares de nucleotídeos ligados entre si através de
ligações 3’, 5’-fosfodiéster
Sua molécula é formada por uma fita dupla antiparalela, enrolada sobre si mesma formando uma dupla
hélice
A Ligação Fosfodiéster
Ocorre entre o fosfato do carbono 5 da pentose de um nucleotídeo e a hidroxila do carbono 3 da pentose
do nucleotídeo seguinte
A cadeia resultante é bastante polar, e possui:
• Uma extremidade 5’   Fosfato de carbono 5 da pentose livre
• Uma extremidade 3’   Hidroxila de carbono 3 da pentose livre
Por convenção, as bases de uma seqüência são sempre descritas da extremidade 5’ para a extremidade 3’
As ligações fosfodiéster podem ser quebradas enzimaticamente por enzimas chamadas NUCLEASES, que se dividem
em:
• Endonucleases   Quebram ligações no meio da molécula;
• Exonucleases   Quebram ligações nas extremidades da molécula
A Dupla Hélice
Na dupla hélice do DNA, descrita pela primeira vez por Watson e
Crick, as cadeias da molécula se dobram em torno de um eixo comum e de modo antiparalelo - a extremidade 5’ de uma
cadeia é pareado com a extremidade 3’ da outra cadeia
No tipo mais comum de hélice - "B" - o esqueleto hidrofílico de fosfatos e pentoses fica na parte externa, enquanto que as bases hidrofóbicas, fixadas à este esqueleto, ficam no lado de dentro da estrutura.
A estrutura lembra uma "escada em caracol"
Há um PAREAMENTO DE BASES entre as fitas da molécula do DNA. Assim, temos sempre pareadas:
• Adenina com Timina   A-T
• Citosina com Guanina   C-G
As bases se mantém pareadas por pontes de hidrogênio, 2 entre "A" e "T" e 3 entre "C" e "G".
As fitas do DNA podem ser separadas sob certas condições experimentais, sem rompimento das ligações fosfodiéster, e a dupla hélice pode ser desnaturada em um processo controlado e dependente de temperatura.
Existem 3 formas estruturais de DNA:
• A forma "B"   descrita por Watson e Crick em 1953 e já citada acima, é a forma mais comum; a hélice é voltada para a direita e com 10 resíduos por volta, com planos de bases perpendiculares ao eixo helical
• A forma "A"   Obtida pela desidratação moderada da forma "B", também é voltada para a direita, mas possui 11 resíduos por volta e as bases estão em um ângulo de 20 graus em relação ao eixo helical
• A forma "Z"   A hélice nesta forma é voltada para a esquerda e contém cerca de 12 resíduos por volta
A transição entre as formas de DNA pode desempenhar um papel importante na regulação da expressão genética
O RNA
Atua como uma espécie de "cópia de trabalho", criada a partir do molde de DNA e utilizada na expressão da informação genética
A síntese de uma molécula de RNA a partir de um molde de DNA chama-se "TRANSCRIÇÃO"
Nesta transcrição, modificações podem ocorrer sobre a molécula de RNA transcrita, convertendo-a de uma cópia fiel em
uma cópia funcional do DNA
Estrutura do RNA
Em relação ao DNA, 4 diferenças são importantes:
O RNA possui uracila no lugar da timina na seqüência de bases
A pentose do RNA é a ribose
O RNA é formado por uma fita única, com eventual pareamento de bases intracadeia
A molécula do RNA é muito menor que a do DNA
Existem 3 tipos de RNA, cada um com características estruturais e funcionais próprias:
RNA Ribossômico ou RNAr; É encontrado, em associação com várias proteínas diferentes, na estrutura dos ribossomos, as organelas responsáveis pela síntese protéica
Corresponde a até 80% do total de RNA da célula
RNA de Transferência( Anti-códon)
Ou RNA Transportador, ou ainda RNAt;
É a menor molécula dos 3 tipos de RNA; Está ligado de forma específica a cada um dos 20 aminoácidos encontrados nas proteínas Corresponde a 15% do RNA total da célula
Fazem extenso pareamento de bases intracadeia, e atua no posicionamento dos aminoácidos na seqüência prevista pelo código genético, no momento da síntese protéica
RNA Mensageiro(Códon)
Corresponde a apenas 5% do total de RNA da célula
Atua transportando a informação genética do núcleo da célula eucariótica ao citosol, onde ocorrerá a biossíntese protéica É utilizado como molde nesta biossíntese.
Organização do Material Genético Eucariótico
O DNA total de uma célula mede em média 1 metro de comprimento!!
Para que volume tão grande de material genético caiba dentro do núcleo da célula, o DNA interage com um grande número de proteínas Estas proteínas exercem funções importantes na organização e mobilização deste material genético
As Histonas
As histonas são pequenas proteínas básicas, ricas em lisina e arginina, e carregadas positivamente em pH fisiológico, às quais se associa a molécula do DNA
Suas cargas positivas, em associação com o cátion Mg++, facilitam esta ligação com o esqueleto negativo do DNA e estabilizam o conjunto.
Existem 5 classes de histonas: H1, H2, H2B, H3 e H4.
Os Nucleossomos
São considerados as unidades estruturais dos cromossomos
São formados por 8 moléculas de histonas: 2 H2, 2 H2B, 2 H3 e 2 H4, formando um octâmero regular sobre o qual se enrola a fita dupla do DNA, a quase 2 voltas por nucleossomo
Os nucleossomos são ligados entre si por segmentos de DNA "ligante" de aproximadamente 50 nucleotídeos de comprimento, formando os polinucleossomos, ou nucleofilamentos.
Após vários níveis de organização espacial, ancorados por vários tipos de proteínas, chegamos à estrutura final dos cromossomos.
A histona H1 não participa da estrutura dos nucleossomos, mas sim liga-se ao DNA "ligante" e participa do processo de compactação das estruturas.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Magia do Magnetismo Curador- RAMATIS



Logo depois de surgirem as primeiras manifestações do
pensamento, durante o processo evolutivo do homem primitivo,
ele viu-se igual aos semelhantes que o cercavam, mas
sentiu-se único e diferente. Em certo estágio, passou a comunicar-
se por sons articulados, por palavras inteligíveis,
adquirindo condições de transmitir aos seus descendentes
imediatos os conhecimentos conquistados. Com o passar
dos milênios, dominando as técnicas de obtenção dos alimentos
e proteção da prole, supriu as suas necessidades
básicas, conquistou abrigo e começou a se reproduzir. Conscientizou-
se do fenômeno da morte e passou a questionar o
porquê das coisas que o rodeavam.
Os mais evidentes questionamentos foram a luz e as trevas,
o sentido da vida e do calor, o enigma da abóbada celeste
e a supremacia do Sol. Por trás do fogo, primordial à vida
de então, inconscientemente pressentiu algo imaterial, uma
luz inteligente que lhe propiciava segurança; pálida lembrança
da Suprema Divindade que o criou. Contemplando o espetáculo
do firmamento estrelado, despertou-se-lhe a curiosidade.
Quando via as folhas das árvores balançando ao vento,
imaginava um ser oculto. Diante de um temporal com raios e
trovões, concebia um Deus poderoso e irado. Com uma compulsividade
nata de atribuir Divindade aos fenômenos que
não compreendia, demonstrava ser a semente cósmica do
Criador, destinada a germinar. Possuindo uma noção exata de
algo superior, transcendendo ao seu entendimento, ansiava
atingir o inatingível, possuir o poder da magia. Contemplando
o astro rei, o Sol, sentia-se seguro, em quase êxtase sublimado,
engrandecido. Essas primeiras reflexões abstratas
faziam parte daquele ser que deixava para trás a consciência
mais primitiva e tornava-se autoconsciente, que era único,
fazendo parte de um Todo incompreensível.
Estavam instaladas no orbe terrícola as condições básicas
da evolução para a influência favorável dos Maiorais
siderais e das instâncias de grau mais elevado no planejamento
cósmico, encarregados da evolução da vida nos incontáveis
planetas do Universo; e para a vinda, de outras constelações,
de espíritos mais evoluídos, que trariam conhecimentos
e acompanhariam outros emigrados exilados, que
não tinham condições morais de permanecer naquelas instâncias
mais evoluídas, sendo-lhes imposta a continuidade
evolutiva em orbes mais atrasados.
Chega, então, enorme agrupamento de espíritos emigrados,
que se estabelecem e formam colônia no Astral da antiga
Lemúria e da Atlântida. Os sacerdotes iniciados, líderes
daquelas colônias astralinas, trazem consigo o conhecimento
esotérico Aumbandhã, significando a própria “Lei Maior Divina”.
Eram de grande mentalismo; dominavam, com desenvoltura
rotineira, o que se designa em vosso vocabulário atual
como transmutação alquímica, fluidologia e ectoplasmia
curativa, materialização e desmaterialização, magnetismo e
cromoterapia, desdobramentos dos corpos mediadores físico,
etérico, astral e mental; controlavam, perfeitamente, os elementais
nas suas sete gradações ou sete planos vibracionais
de manifestação do espírito. Esses elementais, formas energéticas
neutras — não são positivos nem negativos, nem bons
nem maus —, eram utilizados pelos sacerdotes, magos brancos
atlantes, que assim arregimentavam as forças ocultas
necessárias à magia, à construção e à evolução das criaturas.
Os lemurianos e os atlantes de pele vermelha não foram
procedentes do satélite de Capela, da constelação do Cochei-
ro 1; vieram de um outro orbe, do sistema estelar de Sírius,
ou Estrela Cão, em que o Sol é uma estrela de intenso amarelo-
ouro, inigualável em sua beleza, num mesmo movimento
espiritual de transmigração que trouxe os capelinos. Adoradores
do Sol, irrepreensíveis magos e alquimistas, transmutavam
os metais grosseiros em ouro.
Os capelinos, de cútis branca, tinham uma estrela distante,
de minguados raios solares, como leve claridade das manhãs
invernais, a iluminá-los. Não por acaso, semelhantes em evolução
e em conhecimentos iniciáticos aos de pele vermelha. Esses
migrados, impostos à força coercitiva animal de corpos
rudes e primitivos, em diferente composição anatomofisiológica
dos corpos originais do astro-mãe, dos quais eram procedentes,
teriam que adaptar-se à vida selvagem, de condições
climáticas inóspitas e perigosas da Terra de então.
Latentes em suas memórias astrais, todos os conhecimentos
e realizações adquiridos anteriormente, contribuiriam
para a evolução dos espíritos irmãos do vosso orbe,
originalmente hominais terrícolas. Por intercessão de espíritos
superiores e amorosos, que os acompanharam nessa
migração, e por deliberação dos engenheiros siderais, geneticistas
cósmicos encarregados da criação dos corpos e dos
grupos biológicos e das raças dos diversos mundos, e que
deveriam ser, no futuro, homogêneos, permitiu-se a formação
dessa raça vermelha em vosso orbe.
Da amálgama dessas duas raças provenientes de outras
paragens no Cosmo, enxotadas do Éden remoto, após os
cataclismas que afundaram as civilizações lemuriana e atlante,
obrigando-as à migração, constituiu-se em solo brasileiro
o tronco indígena Tupi,mais avermelhado, e do outro lado do
oceano, o tronco dos Árias, um misto dessas duas raçasmãe,
cujos descendentes foram os celtas, os latinos e os gregos.
Conforme dissertado alhures, esse movimento migratório
espalhou-se aos quatro cantos do orbe terrícola, ato sidé-
reo que contribuiu para a busca da homogeneidade étnica e
cultural ao longo de toda a História da humanidade e que
deverá desaguar no Terceiro Milênio, quando chegar a hora
da depuração espiritual da Terra, da separação do joio do
trigo e da transmigração, agora, dos exilados terrícolas,
enviados a outras constelações planetárias, num processo
análogo ao ocorrido na época da antiga Lemúria e Atlântida.
A sua pele avermelhada, que originalmente fazia parte
da configuração perispiritual dos emigrados, se fez presente
quando da reencarnação daqueles exilados, num processo
marcante de interferência das mentes poderosas e criadoras
responsáveis por esta programação, repercutindo vibratoriamente
na formação do novo equipo físico e, sobremaneira,
na cor da epiderme. Desventuradamente, deixaram-se
levar pela ambição desmesurada e pela magia negra, quando
utilizaram todos os conhecimentos iniciáticos milenares,
gananciosamente, em proveito próprio e para o mal.
Os lemurianos e os atlantes eram exímios curadores.
Hodiernamente, cessado o período de maior convencimento
dos incrédulos materialistas, com o término das materializações
fenomenológicas e das curas com incisão e cortes chocantes,
sensacionais aos olhos do leigo e muito trabalhosas
para a Espiritualidade, chega o momento do despontar da
mediunidade de cura.
Muitos espíritos daqueles antigos lemurianos e atlantes
da raça vermelha, hoje encarnados, que em vidas passadas
foram alquimistas a serviço das organizações trevosas e dos
seus maquiavélicos magos negros, e que muito manipularam
os elementais da natureza, forças neutras e puras das sete faixas
vibratórias do Cosmo, despolarizando as correspondências
vibracionais daqueles que queriam atingir, em proveito
próprio, estão reencarnados e comprometidos com o desiderato
curativo dos semelhantes dos dois lados da vida.
Tiveram seus corpos perispiríticos sensibilizados antes
de reencarnar, com maior afastamento do duplo etérico, propositalmente
distanciado do corpo físico, quando do acoplamento
do espírito reencarnante, miniaturizado no momento
conceptivo da união dos dois gametas. Decorrência natural
da influência desse magnetismo modelador, imantado desde
a concepção e durante a formação do novo corpo físico, por
toda a vida até o desencarne, se forma verdadeira “abertura”
por onde o corpo etérico, hipersensibilizado, exsuda abundante
ectoplasma. O metabolismo corpóreo é a ininterrupta
água corrente do rio que enche a represa, como se fosse uma
grande turbina geradora de energia numa hidrelétrica, que
nunca pára de trabalhar.
Esse médium é uma antena viva do mundo astral, pois
o duplo etérico mais afastado do corpo físico torna-o mais
sensível às impressões transmitidas pelo corpo astral ou
perispírito, provenientes dele próprio ou de agentes espirituais
externos. Facilita-se a rememoração do que ocorre,
quando em desdobramento provocado, nas incursões de
socorro ou cura, no baixo Umbral, nos subterrâneos trevosos
do orbe, nas cavernas úmidas e fétidas, nos locais lamacentos,
inimagináveis para vós.
Nessas ocasiões, o cerébro físico guarda impressões,
condicionado que está aos estímulos constantes, oriundos
da janela vibratória que potencializa o duplo etérico e do
cabo de ligação que é o cordão de prata, retendo mais facilmente
as impressões do cérebro perispiritual. Em muitos
casos, não permitimos ao médium a vista ampla desse cenário
dantesco, pois ele pode se desequilibrar diante do que
chamais de “inferno”.
Essas incursões, em desdobramento provocado, fazem
parte do resgate daqueles irmãos mais sofridos e deformados
pela deterioração ocasionada por terem ficado longo
tempo sem reencarnar. Alguns irmãos socorridos encontram-
se tão desvitalizados, com sérias deformações perispirituais,
que temos dificuldade de expressar os seus formatos
em palavras inteligíveis para vós. O magnetismo do orbe vai
deteriorando seus perispíritos gradativamente.
Há irmãos com tais deformações, que mostram-se como
seres teratólogicos, escatológicos, abomináveis à primeira
impressão, mas dignos de todo o nosso amor. Outros socor-
ridos encontram-se tão desvitalizados e enrijecidos, que são
como rochas humanas, pessoas calcificadas, tristes estátuas
a ornar um vale petrificado.
Em mensagens anteriores, abordamos as repercussões
vibratórias do acoplamento áurico e a função do perispírito
do médium como novo modelo organizador do períspirito
deformado do socorrido. Além do magnetismo normal do
perispírito do médium, o ectoplasma abundante exalado
pelo duplo etérico contribui para a revitalização e o retorno
à forma perispiritual original do atendido.
Como semelhante cura semelhante, e como nós, em
espíritos, não possuimos ectoplasma, que é o fluido animalizado
produzido no duplo etérico e decorrente do metabolismo
biológico do equipo físico, não podemos interceder
nesses níveis mais densos e pesados, sendo, portanto, necessário
um médium de cura desdobrado nessas cidades degradantes,
abaixo da crosta terrestre. Como explanamos alhures,
não há nada de excepcional no fato de utilizarmos os
fluidos dos encarnados para tais intentos. Precisamos de
algo tão ou mais denso que os fluidos existentes nessas
regiões, e somente os fluidos animalizados do metabolismo
físico lhes são semelhante ou os superam em densidade.
Há uma certa complexidade nessas movimentações.
Primeiramente, temos que preservar a segurança da instrumentação
mediúnica, pois trata-se de um trabalho assistido
de caridade, eminentemente de interesse altruístico. Segundo,
temos, em alguns casos mais difíceis, de desdobrar
somente o duplo etérico do medianeiro em decorrência da
volumosa quantidade de fluidos animalizados utilizada.
Nessas ocasiões, os cuidados são redobrados. É extremamente
desenvolvida a sensibilidade desse corpo intermediador
e os assédios das organizações trevosas são contumazes.
Elas tentam atacar o corpo físico inerte ou abalar a estrutura
do cordão de prata, órgão elástico e hipersensível a qualquer
estímulo brusco, que, rompendo-se, desliga o corpo
astral dos corpos etérico e físico, havendo o desencarne
abrupto, como ocorre em vossos acidentes automobilísticos.
O duplo etérico desdobrado, por Lei de Afinidade, só se
desloca para locais, no Astral, de grande densidade, em comunidades
que encontram-se mais abaixo da crosta planetária.
Não entraremos em maiores detalhamentos quanto a essas
paisagens, pois não são a finalidade desta singela exposição 2.
O medianeiro fica em desdobramento provocado pelos jatos
magnéticos que lançamos, contrários ao campo vibracional
que imanta o positivo com o negativo na vida densa. É um
transe cataléptico letárgico, baixando-lhe a temperatura e o
metabolismo do corpo, à noite, durante o sono físico. Isso
ocorre porque ele fica sem o corpo etérico que o liga ao corpo
astral, tornando-se um amontoado de carne sem comando,
pois o verdadeiro propulsor de tudo é a mente, que encontrase
desligada do órgão físico, que é o cerébro.
Trabalhamos em grupo para segurança dos intentos
incursionistas de socorro. Há vários técnicos, cada um dentro
de sua especialidade. Os nossos amigos índios peles-vermelhas
oferecem apoio e retaguarda nessas verdadeiras batalhas
astrais do bem contra o mal. São eles oriundos da colônia
espiritual de Juremá, espíritos de grande evolução e que,
por amor aos terrícolas, adotam as configurações perispirituais
em que foram muitos felizes há milênios atrás. Já estando
libertos do cárcere da carne, laboram incessantemente na
caridade, dando-nos grande apoio, seja na manipulação de
outros fluidos curativos, que são agregados ao fluido animal
do médium, seja na movimentação de verdadeiras falanges
que vão à frente “abrindo os caminhos”: um neologismo da
Umbanda, definindo bem esta movimentação estremada.
Estabiliza-se uma gigantesca manta magnética, uma bolha
contornando o corpo etérico do instrumento mediúnico, à
similitude de um cisco que escorre através de uma gota de
água na vidraça. Os caciques chegam a mobilizar até 5 mil
índios, armados com lanças e dardos magnéticos, pois as
entidades malévolas que se fazem presentes nesses locais tre-
2 — Para descrição dessas paragens e comunidades trevosas, vide a obra “A
Vida Além da Sepultura”, de Ramatís e Atanagildo (Editora do Conhecimento),
bem como “O Abismo”, de R. A. Ranieri (Editora Eco).
vosos somente respeitam a força e a atitude coercitiva.
Na maioria das vezes, quando coordenamos esses trabalhos,
elas não podem nos ver. Utilizamos o corpo astral, mas
não é possível condensá-lo totalmente, pelo fato de, há
muito, termos nos desvencilhado do grilhão da carne e do
ego aprisionador. Os pretos-velhos também se fazem integrantes,
pois são exímios nos desmanches de bases de feitiçaria
e magia dos magos negros.
Nos trabalhos direcionados ao desmanche e varredura
energética das bases dos magos negros, que,muitas vezes, utilizam-
se de aparatos tecnológicos ainda desconhecidos das
mesas mediúnicas e escravizam os irmãos deformados 3,
potencializa-se a substância ectoplásmica, deslocando-a aos
lugares onde está a origem dos instrumentos de magia negra,
objetos vibratoriamente magnetizados e que captam a freqüência
vibratória do alvo visado —geralmente irmãos encarnados
— como se desse a leitura das coordenadas para a realização
do feitiço correspondente 4. Com este recurso, desmagnetiza-
se, neutraliza-se e desmancha-se essas aparelhagens, em
3 — Nota de Ramatís: Os nossos irmãos com deformações nos corpos
astrais, quer seja pela força mental de indução dos magos negros, quer seja por
estarem por longa data fugindo do magnetismo reencarnatório do orbe, são classificados
por alguns escritores e ativistas da mediunidade, espíritas e espiritualistas,
inadvertidamente, como EXUS, palavra que, em sânscrito (EXUD), é tão antiga
quanto a civilização terrícola, sendo originária da Atlântida. Historicamente, desviou-
se de sua denominação original, quando passaram-se a designar como EXUS
os sacerdotes banidos das fraternidades brancas, que utilizavam-se dos elementais
da natureza para o mal, para a magia negra. Como esses elementais, agentes e veículos
da magia, originariamente formas energéticas neutras, são acinzentados,
quando vistos pelos clarividentes, criou-se essa interpretação errônea.
Essas formas energéticas existem nas sete faixas vibratórias do Cosmo, e são
agentes da magia universal, receptivos ao pensamento, tanto para o bem como
para o mal. Indevidamente, associaram-nas ao mal, à feitiçaria e à magia negra.
Não adentraremos em maiores pormenores quanto à utilização desses elementais,
pois fugiríamos do escopo da presente abordagem.
A Umbanda atual, praticada no Brasil, pela caridade que realiza, é importante
para a Espiritualidade, sendo um dos instrumentos de união das religiões no Terceiro
Milênio, a Nova Era que se delineia, e para a religiosidade como um todo.
Não é “baixo espiritismo”, e os nossos irmãos com deformações em seus corpos
astrais,“soldados do mal”, escravizados pelos magos negros, não são o que alguns,
com ar de superioridade, costumeiramente denominam de EXUS.
4 —Vide a obra “Magia de Redenção”, de Ramatís (Editora do Conhecimento),
que elucida, clara e integralmente, o mecanismo do feitiço.
verdadeiras tempestades astrais, que vão varrendo e higienizando
esses laboratórios do mal, antros da anarquia.
Muitas vezes, ao acordar, o médium se lembrará dos
fatos; sentir-se-á cansado, exaurido de energia, com apetite
aguçado. Essa situação ocorre em grande parte e em variada
amplitude, conforme a quantidade doada e retirada de
ectoplasma. É um acontecimento natural, facilmente resolvido
com a ingestão de água, sucos, comestíveis ricos em
carboidratos e glicose e, se possível, um repouso a contento,
que nem sempre é viável, pois nosso obreiro, às vezes, tem a
labuta do dia seguinte pela frente. Tentamos programar
essas ações nas noites que antecedem a folga dos medianeiros
nos seus trabalhos profanos, mas nem sempre é possível
diante da urgência socorrista.
Os lamas tibetanos curam com a concentração mental,
produzindo ondas de energia, fazendo com que os espíritos
engendrem esta energia ao redor do emissor e a canalizem
àqueles que são objeto da assistência. Na cura aos encarnados,
utilizamo-nos dos recursos ectoplásmicos para a materialização
e desmaterialização de tecidos humanos. As energias
fluídicas manipuladas do ectoplasma do médium e da
natureza são usadas em um processo de desintegração atômica
das células doentes e a imediata reintegração de células
sadias na área afetada. Com o magnetismo, afrouxamos
os laços que mantêm coesa a estrutura molecular original
das células doentes, como se essa massa compactada se
expandisse e retornasse ao fluido cósmico universal, já que
nada se perde no Cosmo, tudo se transmuta.
Esses enxertos ectoplásmicos, com novas células sadias,
são verdadeiros trabalhos de magia curativa. Essas próteses
ectoplásmicas têm que ser imantadas à mesma freqüência
do campo magnético do encarnado. Cria-se na aura do
órgão substituído, enxertado parcial ou totalmente, uma
força magnética de retenção. Como um molde colocado, a
ordenar novo pedaço ou conjunto a ser constituído, normalizamos
a disfunção vibratória perispirítica e favorecemos a
força centrífuga do modelo organizador biológico, que pre
pondera em todo e qualquer corpo astral, especificamente
no local da área desmaterializada, anteriormente doente.
Evita-se a rejeição e favorece-se a reprodução de células
sadias, construindo-se, definitivamente, um tecido recuperado
saudável. Observamos os tipos histológicos e sangüíneos,
o grau de temperatura e o padrão vibratório da peça a ser
implantada. É tudo muito rápido para vós, questão de
segundos. A extrema plasticidade do ectoplasma semimaterializado
no interior do organismo permite que desmaterializemos
o tecido doente e, concomitantemente, moldemos o
novo tecido orgânico sadio. Neste tempo, o ectoplasma
semimaterializado passa a materializado.
Esses procedimentos, ainda desconhecidos de vossa ciência
médica, já dão sinal em alguns laboratórios terrícolas de
pesquisa científica. A criação de pedaços ou até órgãos inteiros,
dentro do corpo de uma pessoa doente, a partir do uso de
próteses biodegradáveis, de uma cultura das mesmas células
do órgão afetado pela moléstia, respeitando-se a Lei das Correspondências
Vibracionais, que há entre os semelhantes, e
evitando-se a rejeição, já é uma realidade. Com o auxílio de
vossos computadores, os médicos terrenos já conseguem projetar
essas próteses naturais, que são absorvidas pelo corpo
do paciente quando da formação de novas células saudáveis,
e, através de sua reprodução, acabam ocupando o espaço da
própria prótese, que se biodegrada.
Nessas operações espirituais de cura,magia do magnetismo
curador, também nos utilizamos de aparelhos polarizadores
para novas técnicas ainda desconhecidas das mesas mediúnicas,
por onde jorram luzes de cores variadas. A luz branca
alivia as dores, acalma e neutraliza os miasmas; a vermelha
auxilia nas trocas magnéticas, do positivo para o negativo e
vice-versa, reequilibrando as polaridades em vosso plano e
anulando as células cancerosas; o verde, em seus diversos
matizes, elimina os coágulos e evita as tromboses; o amarelo
vibrante, tendendo ao alaranjado e dourado, higieniza o corpo
astral e regulariza todas as cargas desequilibradas em suas
polaridades, além de exterminar os miasmas e as imantações
de feitiços. E, na transmutação de todos os fluidos manipulados,
seja os do médium como os da natureza, alguns provenientes
de outros orbes e de outras estrelas do Infinito cósmico,
está o violeta. Nessas manipulações cromáticas de cura, as
nuanças são infinitas, proporcionais às escalas do Cosmo.
Em todas essas ações da magia do magnetismo de cura,
está o imenso amor de Deus, a Divindade Suprema que nos
guia a todos. E através do seu maior representante na aura
terrícola, o Cristo-Jesus, temos os exemplos grandiosos de
cura. É inesquecível a cura definitiva de um leproso: Jesus
se deslocava para Jerusalém, quando dez leprosos vieram ao
seu encontro e pediram compaixão ao Mestre. Jesus, ao vêlos,
disse:“Ide apresentar-vos aos sacerdotes”e, no trajeto, os
dez ficaram curados das chagas leprosas. Somente um, ao
perceber que estava curado, voltou para agradecer a Jesus,
e o Mestre lhe disse:“Levanta-te e vai, tua fé te curou”.
Muita paz e muita luz!
Ramatís.




1 —Vide “Os Exilados da Capela”, de Edgar Armond (Editora LAKE), e “A
Caminho da Luz”, de Emmanuel (Editora FEB), sobre o exílio compulsório dos
capelinos para a Terra.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

OS FLUIDOS - CAPÍTULO XIV A GÊNESE



I. Natureza e propriedades dos fluidos: Elementos fluídicos. - Formação e propriedades do perispírito. - Ação dos Espíritos sobre os fluidos;

criações fluídicas; fotografia do pensamento. - Qualidades dos fluidos. -

II. Explicação de alguns fenômenos considerados sobrenaturais: Vista espiritual ou psíquica; dupla vista; sonambulismo. - Sonhos. - Catalepsias; ressurreições. - Curas.

Aparições; transfigurações. - Manifestações materiais; mediunidade. -Obsessões e possessões.


I. NATUREZA E PROPRIEDADES DOS FLUIDOS


Elementos fluídicos


1. - A Ciência resolveu a questão dos milagres que mais particularmente


derivam do elemento material, quer explicando-os, quer lhes demonstrando a
impossibilidade, em face das leis que regem a matéria. Mas, os fenômenos em
que prepondera o elemento espiritual, esses, não podendo ser explicados
unicamente por meio das leis da Natureza, escapam às investigações da
Ciência. Tal a razão por que eles, mais do que os outros, apresentam os
caracteres aparentes do maravilhoso. É, pois, nas leis que regem a vida
espiritual que se pode encontrar a explicação dos milagres dessa categoria.


2. - O fluido cósmico universal é, como já foi demonstrado, a matéria


elementar primitiva, cujas modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corpos da


Natureza. (Cap. X.) Como princípio elementar do Universo, ele assume dois
estados distintos: o de eterização ou imponderabilidade, que se pode considerar
o primitivo estado normal, e o de materialização ou de ponderabilidade, que é,
de certa maneira, consecutivo àquele. O ponto intermédio é o da transformação
do fluido em matéria tangível. Mas, ainda aí, não há transição brusca, porquanto
podem considerar-se os nossos fluidos imponderáveis como termo médio entre
os dois estados. (Cap. IV, nº10 e seguintes.)


Cada um desses dois estados dá lugar, naturalmente, a fenômenos


especiais: ao segundo pertencem os do mundo visível e ao primeiro os do
mundo invisível. Uns, os chamados fenômenos materiais, são da alçada da
Ciência propriamente dita, os outros, qualificados de fenômenos espirituais ou
psíquicos, porque se ligam de modo especial à existência dos Espíritos, cabem
nas atribuições do Espiritismo. Como, porém, a vida espiritual e a vida corporal
se acham incessantemente em contacto, os fenômenos das duas categorias
muitas vezes se produzem simultaneamente. No estado de encarnação, o
homem somente pode perceber os fenômenos psíquicos que se prendem à vida
corpórea; os do domínio espiritual escapam aos sentidos materiais e só podem
ser percebidos no estado de Espírito. (1)


3. - No estado de eterização, o fluido cósmico não é uniforme; sem deixar


de ser etéreo, sofre modificações tão variadas em gênero e mais numerosas
talvez do que no estado de matéria tangível. Essas modificações constituem
fluidos distintos que, embora procedentes do mes-


__________
(1) A denominação de fenômeno psíquico exprime com mais exatidão o pensamento,


do que a de fenômeno espiritual, dado que esses fenômenos repousam sobre as propriedades
e os atributos da alma, ou, melhor, dos fluidos perispiríticos, inseparáveis da alma. Esta
qualificação os liga mais intimamente à ordem dos fatos naturais regidos por leis; pode-se, pois,
admiti-los como efeitos psíquicos, sem os admitir a título de milagres.


ELEMENTOS FLUÍDICOS


mo princípio, são dotados de propriedades especiais e dão lugar aos fenômenos
peculiares ao mundo invisível.


Dentro da relatividade de tudo, esses fluidos têm para os Espíritos, que


também são fluídicos, uma aparência tão material, quanto a dos objetos
tangíveis para os encarnados e são, para eles, o que são para nós as
substâncias do mundo terrestre. Eles os elaboram e combinam para produzirem
determinados efeitos, como fazem os homens com os seus materiais, ainda que
por processos diferentes.


Lá, porém, como neste mundo, somente aos Espíritos mais esclarecidos


é dado compreender o papel que desempenham os elementos constitutivos do
mundo onde eles se acham. Os ignorantes do mundo invisível são tão
incapazes de explicar a si mesmos os fenômenos a que assistem e para os
quais muitas vezes concorrem maquinalmente, como os ignorantes da Terra o
são para explicar os efeitos da luz ou da eletricidade, para dizer de que modo é
que vêem e escutam.


4. - Os elementos fluídicos do mundo espiritual escapam aos nossos


instrumentos de análise e à percepção dos nossos sentidos, feitos para
perceberem a matéria tangível e não a matéria etérea. Alguns há, pertencentes
a um meio diverso a tal ponto do nosso, que deles só podemos fazer idéia
mediante comparações tão imperfeitas como aquelas mediante as quais um
cego de nascença procura fazer idéia da teoria das cores.


Mas, entre tais fluidos, há os tão intimamente ligados à vida corporal,


que, de certa forma, pertencem ao meio terreno. Em falta de observação direta,
seus efeitos podem observar-se, como se observam os do fluido do imã, fluido
que jamais se viu, podendo-se adquirir sobre a natureza deles conhecimentos
de alguma precisão. É essencial esse estudo, porque está nele a chave de uma
imensidade de fenômenos que não se conseguem explicar unicamente com as
leis da matéria.


5. - A pureza absoluta, da qual nada nos pode dar idéia, é o ponto de


partida do fluido universal; o ponto oposto é o em que ele se transforma em
matéria tangível. Entre esses dois extremos, dão-se inúmeras transformações,
mais ou menos aproximadas de um e de outro. Os fluidos mais próximos da
materialidade, os menos puros, conseguintemente, compõem o que se pode
chamar a atmosfera espiritual da Terra. É desse meio, onde igualmente vários
são os graus de pureza, que os Espíritos encarnados e desencarnados, deste
planeta, haurem os elementos necessários à economia de suas existências. Por
muito sutis e impalpáveis que nos sejam esses fluidos, não deixam por isso de
ser de natureza grosseira, em comparação com os fluidos etéreos das regiões
superiores.


O mesmo se dá na superfície de todos os mundos, salvo as diferenças


de constituição e as condições de vitalidade próprias de cada um. Quanto
menos material é a vida neles, tanto menos afinidades têm os fluidos espirituais
com a matéria propriamente dita.


Não é rigorosamente exata a qualificação de fluidos espirituais, pois que,


em definitiva, eles são sempre matéria mais ou menos quintessenciada. De
realmente espiritual, só a alma ou princípio inteligente. Dá-se-lhes essa
denominação por comparação apenas e, sobretudo, pela afinidade que eles
guardam com os Espíritos. Pode dizer-se que são a matéria do mundo
espiritual, razão por que são chamados fluidos espirituais.


6. - Quem conhece, aliás, a constituição íntima da matéria tangível? Ela


talvez somente seja compacta em relação aos nossos sentidos; prová-lo-ia a
facilidade com que a atravessam os fluidos espirituais e os Espíritos, aos quais
não oferece maior obstáculo, do que o que os corpos transparentes oferecem à
luz.


Tendo por elemento primitivo o fluído cósmico etéreo, à matéria tangível


há de ser possível, desagregando-se, voltar ao estado de eterização, do mesmo
modo que o diamante, o mais duro dos corpos, pode volatilizar-se em gás
impalpável. Na realidade, a solidificação da matéria


FORMAÇÃO E PROPRIEDADES DO PERISPÍRITO


não é mais do que um estado transitório do fluido universal, que pode volver ao
seu estado primitivo, quando deixam de existir as condições de coesão.


Quem sabe mesmo se, no estado de tangibilidade, a matéria não é


suscetível de adquirir uma espécie de eterização que lhe daria propriedades
particulares? Certos fenômenos, que parecem autênticos, tenderiam a fazer
supô-lo. Ainda não conhecemos senão as fronteiras do mundo invisível; o porvir,
sem dúvida, nos reserva o conhecimento de novas leis, que nos permitirão
compreender o que se nos conserva em mistério.


Formação e propriedades do perispírito


7. - O perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, é um dos mais


importantes produtos do fluido cósmico; é uma condensação desse fluido em
torno de um foco de inteligência ou alma. Já vimos que também o corpo carnal
tem seu princípio de origem nesse mesmo fluido condensado e transformado
em matéria tangível. No perispírito, a transformação molecular se opera
diferentemente, porquanto o fluido conserva a sua imponderabilidade e suas
qualidades etéreas. O corpo perispirítico e o corpo carnal têm pois origem no
mesmo elemento primitivo; ambos são matéria, ainda que em dois estados
diferentes.


8. - Do meio onde se encontra é que o Espírito extrai o seu perispírito,


isto é, esse envoltório ele o forma dos fluidos ambientes. Resulta daí que os
elementos constitutivos do perispírito naturalmente variam, conforme os
mundos. Dando-se Júpiter como orbe muito adiantado em comparação com a
Terra, como um orbe onde a vida corpórea não apresenta a materialidade da
nossa, os envoltórios perispirituais hão de ser lá de natureza muito mais
quintessenciada do que aqui. Ora, assim como não poderíamos existir naquele
mundo com o nosso corpo carnal, também os nossos Espíritos não poderiam
nele penetrar com o perispírito terrestre que os reveste. Emigrando da Terra, o
Espírito deixa aí o seu invólucro fluídico e toma outro apropriado ao mundo onde vai habitar.


9. - A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau


de adiantamento moral do Espírito. Os Espíritos inferiores não podem mudar de
envoltório a seu bel-prazer, pelo que não podem passar, a vontade, de um
mundo para outro. Alguns há, portanto, cujo envoltório fluídico, se bem que
etéreo e imponderável com relação à matéria tangível, ainda é por demais
pesado, se assim nos podemos exprimir, com relação ao mundo espiritual, para
não permitir que eles saiam do meio que lhes é próprio. Nessa categoria se
devem incluir aqueles cujo perispírito é tão grosseiro, que eles o confundem
com o corpo carnal, razão por que continuam a crer-se vivos. Esses Espíritos,
cujo número é avultado, permanecem na superfície da Terra, como os
encarnados, julgando-se entregues às suas ocupações terrenas. Outros um
pouco mais desmaterializados não o são, contudo, suficientemente, para se
elevarem acima das regiões terrestres. (1)


Os Espíritos superiores, ao contrário, podem vir aos mundos inferiores, e,


até, encarnar neles. Tiram, dos elementos constitutivos do mundo onde entram,
os materiais para a formação do envoltório fluídico ou carnal apropriado ao meio
em que se encontrem. Fazem como o nobre que despe temporariamente suas
vestes, para envergar os trajes plebeus, sem deixar por isso de ser nobre.


É assim que os Espíritos da categoria mais elevada podem manifestar-se


aos habitantes da Terra ou encarnar em missão entre estes. Tais Espíritos
trazem consigo, não o invólucro, mas a lembrança, por intuição, das regiões
donde vieram e que, em pensamento, eles vêem. São videntes entre cegos.


__________
(1) Exemplos de Espíritos que ainda se julgam deste mundo: Revue Spirite, dezembro


de 1859, pág. 310; - novembro de 1864, pág. 339; - abril de 1865, pág. 177.


FORMAÇÃO E PROPRIEDADES DO PERISPÍRITO


10. - A camada de fluidos espirituais que cerca a Terra se pode comparar


às camadas inferiores da atmosfera, mais pesadas, mais compactas, menos
puras, do que as camadas superiores. Não são homogêneos esses fluidos; são
uma mistura de moléculas de diversas qualidades, entre as quais
necessariamente se encontram. as moléculas elementares que lhes formam a
base, porém mais ou menos alteradas. Os efeitos que esses fluidos produzem
estarão na razão da soma das partes puras que eles encerram. Tal, por
comparação, o álcool retificado, ou misturado, em diferentes proporções, com
água ou outras substâncias: seu peso específico aumenta, por efeito dessa
mistura, ao mesmo tempo que sua força e sua inflamabilidade diminuem,
embora no todo continue a haver álcool puro.


Os Espíritos chamados a viver naquele meio tiram dele seus perispíritos;


porém, conforme seja mais ou menos depurado o Espírito, seu perispírito se
formará das partes mais puras ou das mais grosseiras do fluido peculiar ao
mundo onde ele encarna. O Espírito produz aí, sempre por comparação e não
por assimilação, o efeito de um reativo químico que atrai a si as moléculas que a
sua natureza pode assimilar.


Resulta disso este fato capital: a constituição íntima do perispírito não é


idêntica em todos os Espíritos encarnados ou desencarnados que povoam a
Terra ou o espaço que a circunda. O mesmo já não se dá com o corpo carnal,
que, como foi demonstrado, se forma dos mesmos elementos, qualquer que
seja a superioridade ou a inferioridade do Espírito. Por isso, em todos, são os
mesmos os efeitos que o corpo produz, semelhantes as necessidades, ao passo
que diferem em tudo o que respeita ao perispírito.


Também resulta que: o envoltório perispirítico de um Espírito se modifica


com o progresso moral que este realiza em cada encarnação, embora ele
encarne no mesmo meio; que os Espíritos superiores, encarnando
excepcionalmente, em missão, num mundo inferior, têm perispírito menos grosseiro do que o dos indígenas desse mundo.


11. - O meio está sempre em relação com a natureza dos seres que têm


de nele viver: os peixes, na água; os seres terrestres, no ar; os seres espirituais
no fluido espiritual ou etéreo, mesmo que estejam na Terra. O fluido etéreo está
para as necessidades do Espírito, como a atmosfera para as dos encarnados.
Ora, do mesmo modo que os peixes não podem viver no ar; que os animais
terrestres não podem viver numa atmosfera muito rarefeita para seus pulmões,
os Espíritos inferiores não podem suportar o brilho e a impressão dos fluidos
mais etéreos. Não morreriam no meio desses fluidos, porque o Espírito não
morre, mas uma força instintiva os mantêm afastados dali, como a criatura
terrena se afasta de um fogo muito ardente ou de uma luz muito deslumbrante.
Eis aí por que não podem sair do meio que lhes é apropriado à natureza; para
mudarem de meio, precisam antes mudar de natureza, despojar-se dos instintos
materiais que os retêm nos meios materiais; numa palavra, que se depurem e
moralmente se transformem. Então, gradualmente se identificam com um meio
mais depurado, que se lhes torna uma necessidade, como os olhos, para quem
viveu longo tempo nas trevas, insensivelmente se habituam à luz do dia e ao
fulgor do Sol.


12 - Assim, tudo no Universo se liga, tudo se encadeia; tudo se acha


submetido à grande e harmoniosa lei de unidade, desde a mais compacta
materialidade, até a mais pura espiritualidade. A Terra é qual vaso donde se
escapa uma fumaça densa que vai clareando à medida que se eleva e cujas
parcelas rarefeitas se perdem no espaço infinito.


A potência divina refulge em todas as partes desse grandioso conjunto e,


no entanto, quer-se que Deus, não contente com o que há feito, venha perturbar
essa harmonia! que se rebaixe ao papel de mágico, produzindo efeitos pueris,
dignos de um prestidigitador! E ousa-se, ainda por cima, dar-lhe como rival em
habilidade o


AÇÃO DOS ESPÍRITOS. CRIAÇÕES FLUÍDICAS


próprio Satanás! Não haveria modo de amesquinhar mais a majestade divina e
admiram-se de que a incredulidade progrida.


Tendes razão de dizer: «A fé vai-se.» Mas, a que se vai é a fé em tudo o


que aberra do bom-senso e da razão; é a fé idêntica à que outrora levava a
dizerem: «Vão-se os deuses!» A fé, porém, nas coisas sérias, a fé em Deus e
na imortalidade, essa está sempre vivaz no coração do homem e, por mais
sufocada que tenha sido sob o amontoado de histórias pueris com que a
oprimiram, ela se reerguerá mais forte, desde que se sinta libertada, tal como a
planta que, comprimida, se levanta de novo, logo que a banham os raios do Sol!


Efetivamente, tudo é milagre em a Natureza, porque tudo é admirável e


dá testemunho da sabedoria divina! Esses milagres se patenteiam a toda gente,
a todos os que têm olhos de ver e ouvidos de ouvir e não em proveito apenas de
alguns! Não! milagres não há no sentido que comumente emprestam a essa
palavra, porque tudo decorre das leis eternas da criação, leis essas perfeitas.


Ação dos Espíritos sobre os fluidos. - Criações fluídicas. -


13. - Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmico universal, são, a bem dizer, a atmosfera dos seres espirituais; o
elemento donde eles tiram os materiais sobre que operam; o meio onde
ocorrem os fenômenos especiais, perceptíveis à visão e à audição do Espírito,
mas que escapam aos sentidos carnais, impressionáveis somente à matéria
tangível; o meio onde se forma a luz peculiar ao mundo espiritual, diferente, pela
causa e pelos efeitos da luz ordinária; finalmente, o veículo do pensamento,
como o ar o é do som.


14. - Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não manipulando-os como os homens manipulam os gases, mas empregando o pensamento e a
vontade. Para os Espíritos, o pensamento e a vontade são o que é a mão para o homem. Pelo pensamento, eles imprimem àqueles fluidos tal ou
qual direção, os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles
conjuntos que apresentam uma aparência, uma forma, uma coloração
determinadas; mudam-lhes as propriedades, como um químico muda a dos
gases ou de outros corpos, combinando-os segundo certas leis. É a grande
oficina ou laboratório da vida espiritual.


Algumas vezes, essas transformações resultam de uma intenção;


doutras, são produto de um pensamento inconsciente. Basta que o Espírito
pense uma coisa, para que esta se produza, como basta que modele uma ária,
para que esta repercuta na atmosfera.


É assim, por exemplo, que um Espírito se faz visível a um encarnado que


possua a vista psíquica, sob as aparências que tinha quando vivo na época em
que o segundo o conheceu, embora haja ele tido, depois dessa época, muitas
encarnações. Apresenta-se com o vestuário, os sinais exteriores -
enfermidades, cicatrizes, membros amputados, etc. - que tinha então. Um
decapitado se apresentará sem a cabeça. Não quer isso dizer que haja
conservado essas aparências, certo que não, porquanto, como Espírito, ele não
é coxo, nem maneta, nem zarolho, nem decapitado; o que se dá é que,
retrocedendo o seu pensamento à época em que tinha tais defeitos, seu
perispírito lhes toma instantaneamente as aparências, que deixam de existir
logo que o mesmo pensamento cessa de agir naquele sentido. Se, pois, de uma
vez ele foi negro e branco de outra, apresentar-se-á como branco ou negro,
conforme a encarnação a que se refira a sua evocação e à que se transporte o
seu pensamento.


Por análogo efeito, o pensamento do Espírito cria fluidicamente os


objetos que ele esteja habituado a usar. Um avarento manuseará ouro, um
militar trará suas armas e seu uniforme, um fumante o seu cachimbo, um
lavrador a sua charrua e seus bois, uma mulher velha a sua roca. Para o
Espírito, que é, também ele, fluídico, esses objetos fluidicos são tão reais, como
o eram, no estado material, para o homem vivo; mas, pela razão


de serem criações do pensamento, a existência deles é tão fugitiva quanto a
deste. (1)


15. - Sendo os fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre os


fluidos como o som sobre o ar; eles nos trazem o pensamento, como o ar nos
traz o som.. Pode-se pois dizer, sem receio de errar, que há, nesses fluidos,
ondas e raios de pensamentos, que se cruzam sem se confundirem, como há
no ar ondas e raios (2) sonoros.


Há mais: criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório


perispirítico, como num espelho; toma nele corpo e aí de certo modo se
fotografa. Tenha um homem, por exemplo, a idéia de matar a outro: embora o
corpo material se lhe conserve impassível, seu corpo fluídico é posto em ação
pelo pensamento e reproduz todos os matizes deste último; executa
fluidicamente o gesto, o ato que intentou praticar. O pensamento cria a imagem
da vítima e a cena inteira é pintada, como num quadro, tal qual se lhe desenrola
no espírito.


Desse modo é que os mais secretos movimentos da alma repercutem no


envoltório fluídico; que uma alma pode ler noutra alma como num livro e ver o
que não é perceptível aos olhos do corpo. Contudo, vendo a intenção, pode ela
pressentir a execução do ato que lhe será a consequência, mas não pode
determinar o instante em que o mesmo ato será executado, nem lhe assinalar
os pormenores, nem, ainda, afirmar que ele se dê, porque circunstâncias
ulteriores poderão modificar os planos assentados e mudar as disposições. Ele
não pode ver o que ainda não esteja no pensamento do outro; o que vê é a
preocupação habitual do indivíduo, seus desejos, seus projetos, seus desígnios
bons ou maus.


__________
(1) Revue Spirite, junho de 1859, pág. 184. - O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. VIII.
(2) Nota da Editora, à 16ª edição, de 1973: Como consta no original francês. Usaríamos


o termo vibrações, definido com clareza nos modernos dicionários e plenamente consagrado na
nossa literatura espírita.






Qualidades dos fluidos


16. - Tem conseqüências de importância capital e direta para os


encarnados a ação dos Espíritos sobre os fluidos espirituais. Sendo esses
fluidos o veículo do pensamento e podendo este modificar-lhes as propriedades,
é evidente que eles devem achar-se impregnados das qualidades boas ou más
dos pensamentos que os fazem vibrar, modificando-se pela pureza ou impureza
dos sentimentos. Os maus pensamentos corrompem os fluidos espirituais, como
os miasmas deletérios corrompem o ar respirável. Os fluidos que envolvem os
Espíritos maus, ou que estes projetam são, portanto, viciados, ao passo que os
que recebem a influência dos bons Espíritos são tão puros quanto o comporta o
grau da perfeição moral destes.


17. - Fora impossível fazer-se uma enumeração ou classificação dos


bons e dos maus fluidos, ou especificar-lhes as respectivas qualidades, por ser
tão grande quanto a dos pensamentos a diversidade deles.


Os fluidos não possuem qualidades sui generis, mas as que adquirem no


meio onde se elaboram; modificam-se pelos eflúvios desse meio, como o ar
pelas exalações, a água pelos sais das camadas que atravessa. Conforme as
circunstâncias, suas qualidades são, como as da água e do ar, temporárias ou
permanentes, o que os torna muito especialmente apropriados à produção de
tais ou tais efeitos.


Também carecem de denominações particulares. Como os odores, eles


são designados pelas suas propriedades, seus efeitos e tipos originais. Sob o
ponto de vista moral, trazem o cunho dos sentimentos de ódio, de inveja, de
ciúme, de orgulho, de egoísmo, de violência, de hipocrisia, de bondade, de
benevolência, de amor, de caridade, de doçura, etc. Sob o aspecto físico, são
excitantes, calmantes, penetrantes, adstringentes, irritantes, dulcificantes,
soporíficos, narcóticos, tóxicos, reparadores, expulsivos; tornam-se força de
transmissão, de propulsão, etc. O quadro dos fluidos seria, pois, o de todas as paixões, das virtudes e dos vícios da
Humanidade e das propriedades da matéria, correspondentes aos efeitos que eles produzem.


18. - Sendo apenas Espíritos encarnados, os homens têm uma parcela da vida espiritual, visto que vivem dessa vida tanto quanto da vida corporal;


Primeiramente, durante o sono e, muitas vezes, no estado de vigília. O Espírito,
encarnado, conserva, com as qualidades que lhe são próprias, o seu perispírito
que, como se sabe, não fica circunscrito pelo corpo, mas irradia ao seu derredor
e o envolve como que de uma atmosfera fluídica.


Pela sua união íntima com o corpo, o perispírito desempenha


preponderante papel no organismo. Pela sua expansão, põe o Espírito
encarnado em relação mais direta com os Espíritos livres e também com os
Espíritos encarnados.


O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o


dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias e,
conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.


Desde que estes se modificam pela projeção dos pensamentos do


Espírito, seu invólucro perispirítico, que é parte constituinte do seu ser e que
recebe de modo direto e permanente a impressão de seus pensamentos, há de,
ainda mais, guardar a de suas qualidades boas ou más. Os fluidos viciados
pelos eflúvios dos maus Espíritos podem depurar-se pelo afastamento destes,
cujos perispíritos, porém, serão sempre os mesmos, enquanto o Espírito não se
modificar por si próprio.


Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos


espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um
líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta,
quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito com eles se confunde.


Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o


organismo material com que se acha em contacto molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o


corpo


ressente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se são
permanentes e enérgicos, os eflúvios maus podem ocasionar desordens físicas;
não é outra a causa de certas enfermidades.


Os meios onde superabundam os maus Espíritos são, pois, impregnados


de maus fluidos que o encarnado absorve pelos poros perispiríticos, como
absorve pelos poros do corpo os miasmas pestilenciais.


19. - Assim se explicam os efeitos que se produzem nos lugares de


reunião. Uma assembléia é um foco de irradiação de pensamentos diversos. É
como uma orquestra, um coro de pensamentos, onde cada um emite uma nota.
Resulta daí uma multiplicidade de correntes e de eflúvios fluídicos cuja
impressão cada um recebe pelo sentido espiritual, como num coro musical cada
um recebe a impressão dos sons pelo sentido da audição.


Mas, do mesmo modo que há radiações sonoras, harmoniosas ou


dissonantes, também há pensamentos harmônicos ou discordantes. Se o
conjunto é harmonioso, agradável é a impressão; penosa, se aquele é
discordante. Ora, para isso, não se faz mister que o pensamento se exteriorize
por palavras; quer ele se externe, quer não, a irradiação existe sempre.


Tal a causa da satisfação que se experimenta numa reunião simpática,


animada de pensamentos bons e benévolos. Envolve-a uma como salubre
atmosfera moral, onde se respira à vontade; sai-se reconfortado dali, porque
impregnado de salutares eflúvios fluídicos. Basta, porém, que se lhe misturem
alguns pensamentos maus, para produzirem o efeito de uma corrente de ar
gelado num meio tépido, ou o de uma nota desafinada num concerto. Desse
modo também se explica a ansiedade, o indefinível mal-estar que se
experimenta numa reunião antipática, onde malévolos pensamentos provocam
correntes de fluido nauseabundo.


20. - O pensamento, portanto, produz uma espécie de efeito físico que


reage sobre o moral, fato este que só o Espiritismo podia tornar compreensível.
O homem o sente instintivamente, visto que procura as reuniões homogêneas e
simpáticas, onde sabe que pode haurir novas forças morais, podendo-se dizer
que, em tais reuniões, ele recupera as perdas fluídicas que sofre todos os dias
pela irradiação do pensamento, como recupera, por meio dos alimentos, as
perdas do corpo material. É que, com efeito, o pensamento é uma emissão que
ocasiona perda real de fluidos espirituais e, conseguintemente, de fluidos
materiais, de maneira tal que o homem precisa retemperar-se com os eflúvios
que recebe do exterior.


Quando se diz que um médico opera a cura de um doente, por meio de


boas palavras, enuncia-se uma verdade absoluta, pois que um pensamento
bondoso traz consigo fluidos reparadores que atuam sobre o físico, tanto quanto
sobre o moral.


21. - Dir-se-á que se podem evitar os homens sabidamente mal-


intencionados. É fora de dúvida; mas, como fugiremos à influência dos maus
Espíritos que pululam em torno de nós e por toda parte se insinuam, sem serem
vistos?


O meio é muito simples, porque depende da vontade do homem, que traz


consigo o necessário preservativo. Os fluidos se combinam pela semelhança de
suas naturezas; os dessemelhantes se repelem; há incompatibilidade entre os
bons e os maus fluidos, como entre o óleo e a água.


Que se faz quando está viciado o ar? Procede-se ao seu saneamento,


cuida-se de depurá-lo, destruindo o foco dos miasmas, expelindo os eflúvios
malsãos, por meio de mais fortes correntes de ar salubre. A invasão, pois, dos
maus fluidos, cumpre se oponham os fluidos bons e, como cada um tem no seu
próprio perispírito uma fonte fluídica permanente, todos trazem consigo o
remédio aplicável. Trata-se apenas de purificar essa fonte e de lhe dar qualidades tais, que se constitua para as más influências um repulsor, em vez de ser uma força atrativa. O perispírito, portanto, é uma couraça a que se
deve dar a melhor têmpera possível. Ora, como as suas qualidades guardam relação com as da alma, importa se trabalhe por melhorá-la, pois que são as imperfeições da alma que atraem os Espíritos maus.


As moscas são atraídas pelos focos de corrupção; destruídos esses


focos, elas desaparecerão. Os maus Espíritos, igualmente, vão para onde o mal
os atrai; eliminado o mal, eles se afastarão. Os Espíritos realmente bons,
encarnados ou desencarnados, nada tem que temer da influência dos maus.


II. EXPLICAÇÃO DE ALGUNS FENÔMENOS CONSIDERADOS


SOBRENATURAIS


Vista espiritual ou psíquica. Dupla vista.


Sonambulismo. Sonhos


22. - O perispírito é o traço de união entre a vida corpórea e a vida


espiritual. É por seu intermédio que o Espírito encarnado se acha em relação
contínua com os desencarnados; é, em suma, por seu intermédio, que se
operam no homem fenômenos especiais, cuja causa fundamental não se
encontra na matéria tangível e que, por essa razão, parecem sobrenaturais.


É nas propriedades e nas irradiações do fluido perispirítico que se tem de


procurar a causa da dupla vista, ou vista espiritual, a que também se pode
chamar vista psíquica, da qual muitas pessoas são dotadas, freqüentemente a
seu mau grado, assim como da vista sonambúlica.


O perispírito é o órgão sensitivo do Espírito, por meio do qual este


percebe coisas espirituais que escapam aos sentidos corpóreos. Pelos órgãos
do corpo, a visão, a audição e as diversas sensações são localizadas e
limitadas à percepção das coisas materiais; pelo sentido es-piritual, ou psíquico, elas se generalizam o Espírito vê, ouve e sente, por todo o seu ser, tudo o que se encontra na esfera de irradiação do seu fluido perispirítico.


No homem, tais fenômenos constituem a manifestação da vida espiritual;


é a alma a atuar fora do organismo. Na dupla vista ou percepção pelo sentido
psíquico, ele não vê com os olhos do corpo, embora, muitas vezes, por hábito,
dirija o olhar para o ponto que lhe chama a atenção. Vê com os olhos da alma e
a prova está em que vê perfeitamente bem com os olhos fechados e vê o que
está muito além do alcance do raio visual. Lê o pensamento figurado no raio
fluídico (nº 15). (1)


23. - Embora, durante a vida, o Espírito se encontre preso ao corpo pelo


perispírito, não se lhe acha tão escravizado, que não possa alongar a cadeia
que o prende e transportar-se a um ponto distante, quer sobre a Terra, quer do
espaço. Repugna ao Espírito estar ligado ao corpo, porque a sua vida normal é
a de liberdade e a vida corporal é a do servo preso à gleba.


Ele, por conseguinte, se sente feliz em deixar o corpo, como o pássaro


em se encontrar fora da gaiola, pelo que aproveita todas as ocasiões que se lhe
oferecem para dela se escapar, de todos os instantes em que a sua presença
não é necessária à vida de relação. Tem-se então o fenômeno a que se dá o
nome de emancipação da alma, fenômeno que se produz sempre durante o
sono. De todas as vezes que o corpo repousa, que os sentidos ficam inativos, o
Espírito se desprende. (O Livro dos Espíritos, Parte 2ª, Cap. VIII.)


Nesses momentos ele vive da vida espiritual, enquanto que o corpo vive


apenas da vida vegetativa; acha-se, em parte, no estado em que se achará
após a morte: percorre o espaço, confabula com os amigos e outros Espíritos,
livres ou encarnados também.


__________
(1) Fatos de dupla vista e lucidez sonambúlica relatados na Revue Spirite: janeiro de


1858, pág. 25; novembro de 1858, pág. 313; julho de 1861, pág. 193; novembro de 1865, pág.
352.


O laço fluídico que o prende ao corpo só por ocasião da morte se rompe


definitivamente; a separação completa somente se dá por efeito da extinção
absoluta da atividade vital. Enquanto o corpo vive, o Espírito, a qualquer
distância que esteja, é instantaneamente chamado à sua prisão, desde que a
sua presença aí se torne necessária. Ele, então, retoma o curso da vida exterior
de relação. Por vezes, ao despertar, conserva das suas peregrinações uma
lembrança, uma imagem mais ou menos precisa, que constitui o sonho. Quando
nada, traz delas intuições que lhe sugerem idéias e pensamentos novos e
justificam o provérbio: A noite é boa conselheira.


Assim igualmente se explicam certos fenômenos característicos do


sonambulismo natural e magnético, da catalepsia, da letargia, do êxtase, etc., e
que mais não são do que manifestações da vida espiritual. (1)


24. - Pois que a visão espiritual não se opera por meio dos olhos do


corpo, segue-se que a percepção das coisas não se verifica mediante a luz
ordinária: de fato, a luz material é feita para o mundo material; para o mundo
espiritual, uma luz especial existe, cuja natureza desconhecemos, porém que é,
sem dúvida, uma das propriedades do fluido etéreo, adequada às percepções
visuais da alma. Há, portanto, luz material e luz espiritual. A primeira emana de
focos circunscritos aos corpos luminosos; a segunda tem o seu foco em toda
parte: tal a razão por que não há obstáculo para a visão espiritual, que não é
embaraçada nem pela distância, nem pela opacidade da matéria, não existindo
para ela a obscuridade. O mundo espiritual é, pois, iluminado pela luz espiritual,
que tem seus efeitos próprios, como o mundo material é iluminado pela luz
solar.


25. - Assim, envolta no seu perispírito, a alma tem consigo o seu princípio luminoso. Penetrando a matéria


__________
(1) Casos de letargia e de catalepsia: Revue Spirite: "Senhora Schwabenhaus",


setembro de 1858, pág. 255; - "A jovem cataléptica da Suábia", janeiro de 1866, pág. 18.


Manifestações físicas. - Mediunidade


40. - Os fenômenos das mesas girantes e falantes, da suspensão etérea


de corpos pesados, da escrita mediúnica, tão antigos quanto o mundo, porém
vulgares hoje, facultam a explicação de alguns outros, análogos e espontâneos,
aos quais, pela ignorância da lei que os rege, se atribuía caráter sobrenatural e
miraculoso. Tais fenômenos têm por base as propriedades do fluido perispirítico,
quer dos encarnados, quer dos Espíritos livres.


41. - Por meio do seu perispírito é que o Espírito atuava sobre o seu


corpo vivo; ainda por intermédio desse mesmo fluido é que ele se manifesta;
atuando sobre a matéria inerte, é que produz ruídos, movimentos de mesa e
outros objetos, que os levanta, derriba, ou transporta. Nada tem de
surpreendente esse fenômeno, se considerarmos que, entre nós, os mais
possantes motores se encontram nos fluidos mais rarefeitos e mesmo
imponderáveis, como o ar, o vapor e a eletricidade.


__________
(1) Exemplo e teoria da transfiguração: Revue Spirite, março de 1859, pág. 62. (O Livro


dos Médiuns, 2ª Parte, cap. VII.)


Obsessões e possessões


45. - Pululam em torno da Terra os maus Espíritos, em conseqüência da


inferioridade moral de seus habitantes. A ação malfazeja desses Espíritos é
parte integrante dos flagelos com que a Humanidade se vê a braços neste
mundo. A obsessão que é um dos efeitos de semelhante ação, como as
enfermidades e todas as atribulações da vida, deve, pois, ser considerada como
provação ou expiação e aceita com esse caráter.


Chama-se obsessão à ação persistente que um Espírito mau exerce


sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diferentes, que vão desde a
simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação
completa do organismo e das faculdades mentais. Ela oblitera todas as
faculdades mediúnicas. Na mediuni-


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(1) A aptidão, que algumas pessoas denotam para línguas que elas manejam, sem, por


assim dizer, as haver aprendido, não tem como origem senão a lembrança intuitiva do que
souberam noutra existência. O caso do poeta Méry, relatado na Revue Spirite de novembro de
1864, pág. 328, é uma prova do que dizemos. É evidente que, se na sua mocidade, Méry fora
médium, teria escrito em latim tão facilmente como em francês e toda gente houvera visto nesse
fato um prodígio.